
Desde 1995, “as catástrofes meteorológicas mataram 606 mil pessoas, em média 30 mil por ano, deixando mais de 4,1 mil milhões de feridos, desalojados ou a necessitar de ajuda de emergência”, indicou o gabinete da ONU para a redução dos riscos de catástrofes (UNISDR) em relatório.
A grande maioria destas mortes (89 por cento) ocorreu em países de fracos rendimentos e causou perdas financeiras avaliadas em 1,8 mil milhões de euros.
“O conteúdo deste relatório sublinha a importância de um novo acordo sobre alterações climáticas” na conferência COP21 de Paris em dezembro, afirmou a diretora do UNISDR, Margareta Wahlstorm, na apresentação deste documento.
A COP21 vai realizar-se em Bourget, na periferia nordeste de Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro, para que 195 países, sob a égide das Nações Unidas, adotem um acordo mundial para travar o aquecimento climático do planeta.
Nesta reunião trata-se de conseguir o compromisso dos países para conter a subida das temperaturas a 02º centígrados relativamente à era pré-industrial.
“A alteração climática, a variabilidade climática e os fenómenos meteorológicos constituem uma ameaça à erradicação da pobreza extrema” no mundo, explicou Wahlstorm.
A responsável pediu aos países que, entre outras medidas, reduzam as emissões de gases com efeito de estufa, melhorem a urbanização dos seus territórios e impeçam a degradação do ambiente.
De acordo com o relatório, que analisa apenas os últimos 20 anos, “as catástrofes climáticas são cada vez mais frequentes, sobretudo devido ao aumento consistente do número de inundações e tempestades”.
Esta progressão vai continuar “nas próximas décadas”, embora os cientistas ainda não tenham conseguido determinar em que medida o aumento destes fenómenos se deva às alterações climáticas, avisou a ONU.
As inundações representaram, por si só, 47% das catástrofes climáticas entre 1995 e 2015 e afetaram 2,3 mil milhões de pessoas, 95% das quais na Ásia.
Apesar de menos frequentes que as inundações, as tempestades foram as catástrofes climáticas mais mortíferas, com 242 mil mortos.
Ao todo, os Estados Unidos e a China registaram o maior número de catástrofes climáticas desde 1995, devido à dimensão territorial.
Mas a China e a Índia dominam a classificação dos países mais atingidos em termos de população afetada.
Seguem-se o Bangladesh, Filipinas, Tailândia. Na América, o Brasil é o país onde a população foi mais afetada e em África, o Quénia e a Etiópia.