
Desde que, esta quarta-feira, Kim Jong-Un anunciou ter desenvolvido, com sucesso, o primeiro teste de uma bomba de hidrogénio na Coreia do Norte, o mundo não mais descansou.
Nações Unidas e União Europeia, bem como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, não tardaram em reagir, manifestando preocupação com as alegações vindas de Pyongyang.
Para já, e até que organismos independentes confirmem o teste – o que pode levar mais de duas semanas –, mantêm-se algumas reticências. Recorde-se que a complexidade da bomba H fazia duvidar de que a Coreia do Norte alguma vez conseguisse concretizá-la.
Na televisão estatal, o primeiro teste concluído com sucesso foi, contudo, confirmado. Aconteceu depois de atividade sísmica fora do comum – e não provocada por causas naturais – ter sido detetada no nordeste do país.
Mas o que é afinal a bomba de hidrogénio? Segundo a BBC, trata-se da bomba mais poderosa do planeta, que chega a ser três mil vezes mais violenta do que a bomba atómica – que em 1945 foi lançada sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
Ao contrário da bomba atómica, que funciona através da fissão de átomos de urânio ou plutónio, a bomba H funciona através de um processo de fusão nuclear. Ao invés de dividir átomos, une-os, formando núcleos maiores, num processo extremamente complexo.
Segundo o cientista Matthias Grosse Perdekamp, “a potência que pode ser alcançada com a fusão nuclear não tem limites”.
De acordo com a BBC, nenhuma explosão superou a potência da Tsar Bomba, uma bomba de hidrogênio de 50 megatons (equivalente a 50 milhões de toneladas de dinamite), detonada pelo governo soviético numa ilha do oceano Ártico. O seu enorme tamanho fez com que não passasse de um teste pelo que foi descartada para propósitos de guerra.