
Serena, a filha de Rosa Cruz, foi encontrada em 2013 dentro da mala de um carro quando tinha dois anos.
Rosa Cruz vai já dormir esta noite na prisão e pode recorrer da sentença pronunciada por um tribunal em Corrèze, centro da França.
De manhã, o Ministério Público tinha pedido oito anos de prisão efectiva para a cidadã portuguesa, que manteve a filha escondida durante dois anos na cave da sua casa e mala do carro.
“É muito duro ser confrontada com a realidade, com o mal que lhe fiz”. Foram as primeiras palavras de Rosa Maria da Cruz, a portuguesa de 50 anos, por ter mantido a filha entre um quarto escuro e a mala do seu carro até a criança ser descoberta por um mecânico, aos 23 meses de idade, em 2013.
A portuguesa alegou “rejeição da gravidez”, que já lhe acontecera com dois filhos anteriores – tem três – e escondeu a menina, a que chamou de Serena, do olhar e do conhecimento de todos, incluindo do marido e pai da criança.
O caso está a gerar intensos debates sobre os mecanismos que podem levar uma mãe a negar uma gravidez ao ponto de não dar por ela, esconder o parto e “negar a criança”, mas sem a matar, como noutros casos. E sobre os mecanismos que fizeram da menina, que completará sete anos no dia 24 de novembro, um ser fechado ao mundo.
LUSA