De acordo com o estudo What to expect in 2020-21: Defending growth at all costs, e influenciado por este contexto de crescimento, o número de empresas em insolvência continuará a aumentar em 2020 (em média, +6%), ainda que a um ritmo ligeiramente inferior ao que se registou em 2019 (+ 9%).
Esta análise evidencia que as políticas monetárias têm hoje de lidar com uma série de constrangimentos – nomeadamente, o risco político, o impacto externo no comércio e as questões estruturais relacionadas com a transição para uma economia mais sustentável – e estão pouco capacitadas para fazê-lo. Para que a economia mundial atinja o seu potencial de crescimento, defende o estudo, são necessárias políticas monetárias mais favoráveis e maiores estímulos fiscais.
Temas-chave para a economia mundial nos próximos dois anos
O estudo destaca outros temas centrais para a economia global até 2021, incluindo a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as eleições presidenciais norte-americanas, o abrandamento da economia alemã e o descontentamento social por todo o mundo.
No que diz respeito às tensões comerciais entre os EUA e a China, o estudo refere que, embora o acordo comercial agora assinado não implique uma alteração de paradigma, deverá contribuir ligeiramente para reduzir a incerteza. Os economistas da Euler Hermes consideram ainda improvável que se registe um aumento das tarifas em ano eleitoral, estimando que estas se mantenham na ordem dos 7% (face a 3,5% em 2018).
A economia da Zona Euro deverá crescer cerca de +1% em 2020, e acelerar ligeiramente em 2021, para +1,3%. A Alemanha continuará a ter um peso muito significativo neste abrandamento. Os economistas consideram que o risco de a maior economia da Zona Euro entrar em recessão técnica permanecerá elevado em 2020, sendo apenas atenuado no ano seguinte, beneficiando da aceleração que se prevê para a economia mundial em 2021.
Os próximos dois anos serão ainda marcados por um contexto global de descontentamento social, marcado pela exigência de políticas fiscais com um carácter mais redistributivo. A estabilidade política será testada nos principais países europeus, e as eleições presidenciais nos EUA terão implicações significativas em termos de políticas económicas e externas. Não se espera uma redução significativa nas tensões geopolíticas no Médio Oriente, e a instabilidade social e política na América Latina e Hong Kong devem continuar a marcar o primeiro semestre de 2020.