O que falta fazer a Fátima Lopes estilista?
São 27 anos de carreira sendo os últimos 21 com presença constante duas vezes por ano na Paris Fashion Week. O objetivo é continuar o percurso de forma ascendente com o objetivo de fazer sempre mais e melhor. Terminado mais um desfile em Paris, está em curso um projeto de Franchising da marca Fátima Lopes, sendo neste momento a grande aposta para o mercado nacional e internacional.
E a Fátima Lopes mulher? Como se autodefine?
Eu sou exatamente a criadora que se mostra ao mundo. Sou feminina e sensível, mas também forte e determinada. Sou muito positiva, tento ver sempre o lado bom de tudo e não suporto mentiras, invejas ou maldades. Tenho a sorte de ter a minha paixão como profissão, muitos amigos e uma família maravilhosa, por isso tudo, acho que sou uma pessoa feliz.
Quando é que percebeu que a moda era mesmo o que pretendia fazer?
Eu acho que nasci com a paixão e com o dom para a moda, mas só quando comecei a trabalhar em turismo e a viajar pelo mundo, tive consciência de que era possível ser criadora de moda e decidi deixar tudo para trás e abraçar o sonho. Em 1988 deixei a minha terra, a Madeira e parti para Lisboa, dois anos depois abri uma Concept Store chamada Versus e em 1992 lancei a marca e dei início ao percurso que tenho vindo a traçar até hoje.
Falando exclusivamente de moda, em que outra era gostaria de ter vivido?
Gosto muito do glamour dos anos 50 mas prefiro sempre o momento atual. Eu vivo muito bem com a mudança dos tempos, das mentalidades, das novas tecnologias, gosto sempre de ver a inovação e me desafiar a fazer sempre melhor.
Qual foi a primeira lição que aprendeu no que diz respeito a moda?
Não há ditaduras de moda. Ser criador é ter a liberdade de criar, de ser único, de não ter medo de ser diferente, aliás só é criador no verdadeiro sentido da palavra quem é diferente e tem um estilo próprio. Depois é preciso respeitar toda a gente e todos os estilos.
Qual é o pior erro que as pessoas cometem na hora de vestir?
Acho que o único erro será se não se sentirem bem com o que vestem. Há uma total liberdade de estilos neste momento e há lugar para todos. Acredito que toda a gente está bem se se sentir bem.
Qual é a tendência que adorava que voltasse? E a que mais odeia?
Eu não sigo e nunca segui tendências. As tendências são as coincidências dos vários desfiles das quatro capitais da moda – Nova Iorque, Londres, Milão e Paris. Eu faço parte dos criadores, não dos que seguem as tendências criadas por nós.
Que peça de roupa ou acessório nunca usaria?
Não gosto de pijamas, não uso desde criança muito pequena.
Que peça, por outro lado, usa sempre?
Só uso Fátima Lopes e felizmente tenho um leque de opções no dia a dia. No inverno uso habitualmente, camisolas de gola alta e calças pretas, com um grande casaco. No verão sou mais de vestidos ou jumpsuits práticos e confortáveis, de cores claras.
Considera que há espaço em Portugal para novos projetos e para quem queira apostar no mundo da moda?
Como todas as profissões, Portugal é um país com uma dimensão pequena, mas não impeditiva. Acredito que há sempre lugar para mais alguém se houver talento e capacidade de trabalho.