Quando é que foi edificada a Mentanalysis, Psicologia e Saúde Mental e de que forma é que a marca tem vindo a fomentar um incremento da qualidade da saúde no domínio da promoção da saúde mental?
A Mentanalysis começou comigo, de forma individual, há mais de duas décadas, em Aveiro. Em seguida abrimos em Coimbra e, só mais recentemente, em Lisboa. A Equipa Clínica veio a surgir e foi crescendo à medida que percebíamos a carência existente, em Portugal, de serviços de saúde mental privados de qualidade, multidisciplinares e acessíveis a toda a população. Como também temos preocupações sociais, as Clínicas possuem inúmeros protocolos e parcerias, bem como um programa que apelidámos de “Mentanalysis para Todos”, que fornece ajuda psicoterapêutica, a muito baixo custo, aos mais necessitados.
Temos como referência teórico-prática a abordagem psicanalítica/psicodinâmica, embora também ofereçamos serviços em outras sub-áreas da saúde mental. De facto, cedo constatámos que era imperativa a necessidade de reunir vários serviços, partilhando saberes, com o recurso a uma sólida e diversificada equipa de trabalho que integra, neste momento, 18 profissionais de saúde mental. O corpo clínico da Mentanalysis partilha uma postura profissional de competência, exigência e rigor, promovendo um tratamento personalizado, “à medida de cada Paciente”, orientado e eficaz, de forma a abranger todas as necessidades de quem procura os nossos serviços de saúde mental. Nessa medida, prestamos cuidados de saúde de elevada qualidade aos problemas de foro psíquico das diferentes faixas etárias (bebés, crianças, adolescentes, adultos e séniores), sendo especialistas em: Psicanálise; Psicoterapia Individual; Psicologia Clínica; Psicologia Forense; Terapia Familiar e de Casal; Neuropsicologia; Sexologia; Avaliação Psicológica; Orientação Escolar e Profissional; Psicodrama e Grupos terapêuticos; Pedopsiquiatria; Pediatria; Psiquiatria; Terapia da Fala; Desenvolvimento Infantil; Dificuldades de Aprendizagem; Psicomotricidade e Supervisão Clínica.
O setor da saúde mental em Portugal ainda é o “patinho feio” da saúde em Portugal ou esse cenário já foi radicalmente alterado? O que ainda falta neste domínio para colocar a saúde mental como uma das principais prioridades em Portugal?
A saúde mental continua a ser o “parente pobre” porque, apesar da sua falta ser aterradora e com consequências gravíssimas, a todos os níveis, as patologias mentais tendem a surgir de forma gradual e são “rastejantes”: a dor é mental, não é tão “visível” como a física, sendo, muitas vezes, confundida com doenças, meramente, orgânicas. A nível privado, parece imprescindível que estas especialidades sejam englobadas nos vários planos de saúde das seguradoras. Do ponto de vista da saúde pública, urge aumentar o número de técnicos de saúde, uma vez que os ratios Técnico – Paciente são preocupantes! Por outro lado, é ínfimo, ainda, o número de instituições que acolhem doentes mentais, em qualquer dos seus estádios, não havendo resposta para as necessidades da população.
É a Diretora Clínica da Mentanalysis, Psicologia e Saúde Mental, sendo, portanto, a líder deste projeto. Porquê esta aposta neste campo da saúde e neste projeto e que análise é que perpetua do seu trajeto até aos dias de hoje?
A escolha foi simples, pois teria que incidir, sempre, na área que, ao fim de 25 anos, me continua a fascinar, hoje talvez ainda mais do que no primeiro dia. A opção pela área psicodinâmica/psicanalítica, enquanto abordagem primeira da Mentanalysis também se coaduna com a minha opção, já antiga, pela formação e trabalho em Psicanálise, tanto na Clínica, como no mundo académico. Porém, o sucesso da Mentanalysis prende-se com a sua Equipa Clínica e com os nossos Pacientes, que escolhem confiar em Nós para crescer. A diferença está, igualmente, no facto de sermos uma equipa de profissionais empenhada, diferenciada, altamente habilitada e com vasta experiência clínica, que trabalha individualmente, ou em equipa, de forma a promover uma intervenção eficaz. Da nossa parte, o projeto foi e continua a ser tentarmos promover e potenciar, de forma eficaz e eficiente, a saúde integral, apontando no sentido do crescimento e desenvolvimento psíquico, do bem-estar e equilíbrio mental, promovendo a qualidade de vida no seu todo. Eu tenho sorte com a minha Equipa e Nós temos imensa sorte com os Pacientes que nos procuram, sendo que, como é evidente, a sorte dá-nos muito, muito, trabalho …, mas também prazer.
O que a define enquanto profissional? Quem é Sónia Soares Coelho enquanto líder deste projeto?
Gosto de Pessoas. Gosto, também, dos seus “monstros” e “lugares sombrios”, sobretudo quando a eles há a coragem de aceder. Gosto de afetos. Sou uma Mulher apaixonada pela vida e pela profissão. Sou determinada, mas uma eterna insatisfeita e algo temerária. Nos (muitos!) erros, tento criar oportunidades. Sou alguém que acredita que a missão de acompanhar e tentar promover o crescimento do Outro, através da análise do dito e do não dito; do consciente, mas sobretudo do inconsciente; e mediante a relação psicoterapêutica que se estabelece com os Pacientes; essa missão, dizia, é o mais enriquecedor e apaixonante trabalho que existe.
Acredita que existe uma liderança feminina e outra masculina? Ou um líder é um líder, independentemente do género?
Na minha opinião, a liderança tem que ver com a Pessoa, com o Líder, em questão, muito mais do que com o seu género.
Quais são os principais desafios da marca para este ano?
A Mentanalysis pretende consolidar o trabalho já feito, bem como continuar a primar pela qualidade e pela humanidade do serviço prestado, apostando nos valores que estão na base do seu trabalho, nomeadamente: respeito pela individualidade, transparência, lealdade e confidencialidade; respeito pela ética e deontologia profissional; rigor intelectual e espírito de equipa. Pretende, ainda, assumir um lugar singular nos cuidados de saúde mental privada, privilegiando uma intervenção integrada e, altamente, especializada.
A pedido da interlocutora, este artigo não foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.