Início Pontos de Vista no Feminino “A MULHER TRANSMITE TODA A SUA SENSIBILIDADE NAS SUAS FOTOS”

“A MULHER TRANSMITE TODA A SUA SENSIBILIDADE NAS SUAS FOTOS”

“A MULHER TRANSMITE TODA A SUA SENSIBILIDADE NAS SUAS FOTOS”

Quando foi edificada a Fotomatriz? Que história e balanço pode ser contado desde a sua criação?

A Fotomatriz surgiu há 14 anos. Abraçar este projeto, foi sobretudo um desafio que eu e o meu ex-companheiro aceitámos com toda a paixão. Inicialmente o core business da empresa era a fotografia turística, mas nós sempre procurámos em nos manter especializados em várias áreas e o mercado dos eventos institucionais e empresariais surgiu naturalmente.

Atualmente temos uma vasta experiência na cobertura de congressos nacionais e internacionais, convenções, conferências, debates, reuniões e em reportagem fotográfica de eventos sociais: jantares, cocktails, etc.

Procuramos sempre realizar cada iniciativa com qualidade e discrição, equilibrando a nossa experiência com as necessidades e expectativas dos nossos clientes, criando relações de longo-prazo sustentadas por um trabalho profissional e personalizado à medida de cada um. É acima de tudo um balanço positivo, fazemos aquilo que gostamos.

Porquê o mundo da fotografia? O que significa para si a fotografia? É muito mais que uma «simples» imagem?

O gosto pela fotografia já vem desde muito cedo. Sempre estive ligada às artes e a fotografia foi a arte que eu escolhi para dar sentido à minha vida e acrescentar valor à vida das outras pessoas.

Para mim, a fotografia é uma linguagem estética carregada de simbologia e mensagens kinestésicas. É mais do que uma simples imagem, através da fotografia transmitimos também sentimentos, pensamentos, e muitas vezes até cheiros, remetidos pela nossa memória afetiva. Basta lembrarmos das fotografias que já nos encantaram durante toda nossa vida.

Um conjunto de fotografias consegue contar uma boa história, pois cada foto retrata e eterniza um momento especial e por vezes essa experiência é tão forte, que mesmo num mundo tão digital, há uma tendência para voltar a procurar a fotografia impressa, os porta retratos, o contacto com o papel.

Se num passado o universo da fotografia era o mundo mais masculino, hoje o panorama mudou e o equilíbrio é maior Alguma vez sentiu dificuldades na sua carreira pelo facto de ser Mulher? Se sim, como as contornou?

Sim. No passado não havia um equilíbrio de género no mundo da fotografia. Exemplo disso, foi o início conturbado da minha carreira, que perto dos anos 90, não me foi dada nenhuma oportunidade, única e exclusivamente, por ser mulher numa área de homens. Dificilmente nesta época se conseguia atingir uma carreira de sucesso, sendo mulher. Embora não conseguisse emprego imediato nesta área, nunca desisti. Fui apostando sempre mais na minha formação, até que, com o passar dos anos e com a evolução do papel da mulher no mundo fotográfico, consegui dar cartas na área, até aos dias de hoje.

Como vê o crescimento das mulheres no universo da fotografia profissional?

Felizmente os tempos foram mudando e hoje este universo está de igual forma bem distribuído. Sinto que as mulheres estão a dar grandes passos neste sentido e a marcar a sua posição. Temos mulheres a explorar várias áreas no universo da fotografia profissional, desde repórteres de guerra, erotismo, sensualidade do corpo humano, vida selvagem, ou seja, áreas que no passado eram impensáveis.

A mulher tem outra sensibilidade e outra forma de olhar a vida, e isso reflete-se muito nas suas fotografias. A mulher envolve-se de corpo e alma. A mulher aproxima-se e comunica com quem está a ser fotografado e envolve-se no seu mundo. A mulher vê mínimos detalhes importantes que fazem toda a diferença numa foto.

A mulher transmite toda a sua sensibilidade e sensitividade nas suas fotos e isso tem vindo a ser bastante reconhecido neste universo.

Como mulher empreendedora que é no mundo da fotografia, é fácil conciliar a vida pessoal com a profissional?

Nada fácil, principalmente quando o sócio é o ex-companheiro. O mercado de trabalho exige muito, por isso é preciso parar de vez em quando, saber gerir e encontrar maneiras de não o deixar tomar conta do nosso dia a dia por completo.

Neste momento estou a trabalhar num projeto pessoal para criar novas propostas de ofertas para as corporações.

Abordando um pouco a vertente da fotografia, todos nós achamos que temos um fotógrafo dentro de nós e que esta é uma área que pode ser concretizada por qualquer pessoa. Como é que uma fotógrafa profissional vê este cenário?

É uma democratização muito positiva. A fotografia é um meio artístico e acho bem que as pessoas explorem essa veia artística e mostrem os seus olhares e perspetivas ao mundo. Estamos numa era tão digital e rápida, que basta apenas um “clique” para nos permitir mostrar o mundo e experimentar essa liberdade. Somos livres e a fotografia permite-nos Ser.