Portugal não foi caso único neste desaceleramento, sendo esta uma tendência uma tendência visível noutros países, nomeadamente em Espanha.
Em Portugal, este período tem início com a informação dramática da primeira morte por Covid-19, num período que é também marcado pela imposição de restrições à movimentação – através do controlo das fronteiras terrestres e ligações aéreas – e pelo encerramento de estabelecimentos comerciais considerados não essenciais.
Com a declaração do Estado de Emergência em Portugal, impondo saídas restritas à rua, o consumo dos portugueses tornou-se mais económico e racional. Como explica Marta Teotónio Pereira, Client Consultant Senior da Nielsen, esta é uma realidade “que poderá também vir a ser impactada pela evolução das condições financeiras dos portugueses. Depois de passada esta fase em que os portugueses prepararam a vida para a quarentena, é natural que procurem agora tornar a vida em casa mais suportável. Haverá por isso alguns produtos menos essenciais que podem vir a apresentar crescimentos, como por exemplo algumas categorias de bebidas. Até mesmo alguns produtos de beleza poderão ter também um lugar de maior destaque em casa, nesta fase em que não podemos sair (ex: idas ao cabeleireiro). A evolução da composição da cesta de quarentena tem, portanto, uma parte experiencial e outra emocional e há aqui uma oportunidade para fabricantes e retalhistas atingirem vendas incrementais.”