INDÚSTRIA AERONÁUTICA JUNTA-SE PARA MITIGAR IMPACTO DO COVID-19 NO COMBATE AOS INCÊNDIOS

PARA EXERCÍCIO COM TECNOLOGIA AÉREA NÃO TRIPULADA COM SIMULAÇÃO DE FOCO DE INCÊNDIO REAL INDÚSTRIA NACIONAL DIZ TER CAPACIDADE INSTALADA PARA RESPONDER DE IMEDIATO ÀS NECESSIDADES DE AERONAVES NÃO TRIPULADAS

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A indústria aeronáutica portuguesa juntou-se para demonstrar que Portugal tem capacidade instalada e de resposta imediata aos desafios de prevenção e combate a fogos florestais, numa altura em que o contágio por COVID-19 é um risco adicional no teatro de operações.

Em causa está a utilização de tecnologia não tripulada no apoio à prevenção, combate, rescaldo e pós-rescaldo de incêndios, agora considerada pelo executivo para mitigar o risco de contágio entre os agentes de proteção civil.

O conjunto de empresas, que conta, para já, com a TEKEVER, o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, a GMV e a Spin.works, representa uma cadeia de valor com capacidade de fornecer no imediato tecnologia não tripulada, apoio à operação, manutenção das aeronaves e tratamentos de dados provenientes dos aviões durante todo o período de fogos florestais.

No seu conjunto, as empresas em causa têm mais de 500 engenheiros especializados e representam mais de 90 por cento das exportações nacionais no sector da tecnologia aérea não tripulada, tornando Portugal líder europeu no âmbito da vigilância marítima.

A poucas semanas do início da época de incêndios, a indústria irá fazer prova de capacidade instalada com um exercício marcado para a próxima terça-feira no aeródromo da Atouguia da Baleia, em Peniche. As empresas irão levar a cabo, em conjunto com os bombeiros locais, um exercício em cenário real de localização de um foco de incêndio, utilizando tecnologia não tripulada. Recorde-se que a Força Aérea foi recentemente autorizada, através de resolução do Conselho de Ministros, a fazer a “aquisição imediata de 12 sistemas de aeronaves não tripuladas para corresponder à necessidade urgente de vigilância aérea adicional, durante o período do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais 2020”.

“A tecnologia não tripulada de fabrico nacional é uma referência internacional e poderá ser um auxílio fundamental para todas as forças que previnem e combatem os incêndios, mitigando o contágio por COVID-19”, refere Ricardo Mendes, CEO da TEKEVER, líder europeu na operação e fabrico de drones para missões de vigilância marítima.

O responsável destaca ainda as mais-valias do uso deste tipo de aeronaves “na identificação de zonas de risco, deteção imediata de pontos quentes e acompanhamento da progressão das frentes de fogo”.

A iniciativa da indústria tem ainda a opinião positiva de José Neves, Presidente da AED (Associação Portuguesa para as Indústrias de Aeronáutica Espaço e Defesa): “Congratulo-me com mais uma ação mobilizadora dos nossos associados que não só promove o desenvolvimento do tecido industrial português, como alavanca um conjunto de capacidades tecnológicas com elevado potencial de exportação. Esta iniciativa é uma clara demonstração da vitalidade do Cluster Nacional.”

De fabrico 100 por cento português, a sistema aéreo não tripulado TEKEVER AR3 (http://uas.tekever.com/AR3) que será utilizado durante o exercício já está a ser operado internacionalmente em missões semelhantes, contando já com centenas de horas de voo, e sendo já produzido em larga escala. Com uma autonomia superior a 16 horas, poderá ser operado a partir de qualquer teatro de operações, não necessitando de pista para descolar ou aterrar, e transmitindo informação em tempo real dos seus sensores diurnos e noturnos de elevada performance a mais de 100 quilómetros de distância.