“Queremos continuar a ser uma empresa de referência no mercado nacional”

Aniss Juma, Diretor Geral de Lisboa da All Ways Cargo Portugal, conversou com a Revista Pontos de Vista sobre como a marca tem lidado com as dificuldades provocadas pela pandemia Covid-19, e assegurou que o principal desafio nesta fase, será “o de nos posicionarmos como uma empresa de referência no mercado nacional”.

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A ALL WAYS CARGO PORTUGAL é hoje um dos principais players no domínio do mar e outros, sendo um prestigiado elemento deste setor que tem vindo a perpetuar uma dinâmica positiva e de qualidade no setor. No sentido de contextualizar, como tem vindo a ser realizado este périplo da marca no sentido de aportar valor ao mercado?
A empresa tem desenvolvido nos seus 27 anos de existência uma aposta forte na diversificação dos mercados internacionais em várias áreas geográficas o que nos permitiu um crescimento sustentado durante estes anos.
Nos serviços que prestamos, lideramos no produto de importação e exportação do extremo oriente, seja no transporte de cargas consolidadas (grupagem), seja no produto do contentor completo em que movimentamos 37.000 teus/anuais com serviços semanais diretos aos portos nacionais, assim como saídas diretas para o mercado norte-Americano e para países do Maghreb, mercados importantíssimos para a indústria Portuguesa,
Somos também agentes IATA desde 1995 e também um dos líderes de mercado de carga aérea nesta área de negócio permitindo uma solução “one stop shop” aos nossos clientes

De que forma é que a ALL WAYS CARGO PORTUGAL lidou e lida com o atual panorama nacional provocado pela pandemia Covid-19? Que medidas foram obrigados a colocar em prática?
Face a uma crise global sem precedentes na história moderna, a logística obviamente que foi afetada pelo súbito confinamento e, no limite, pela necessidade de layoff dos colaboradores de muitas empresas nacionais assim como nas grandes multinacionais com quem trabalhamos. No nosso grupo de empresas, felizmente, não tivemos de recorrer ao layoff e assim esperamos continuar.
No mercado da importação é notório um abrandamento, mais visível no mês de Maio dado a inércia económica nesta área de negócio, mas estamos convictos de que a retoma será possível ainda este ano, e consolidar-se-á em 2021. Mas, por outro lado, muitos dos nossos clientes ligadas à área da saúde, contrataram os nossos serviços para transporte urgente de material de proteção para o combate ao Covid-19 tendo sido fretados vários aviões da China para Portugal e para outros países da Europa em Abril e Maio o que nos ajudou a equilibrar o volume de negócio. Estamos presentemente a trabalhar noutros fretamentos para o continente Africano assim como para alguns mercados na América do Sul, dada a evolução previsível da pandemia nestes continentes e a extrema necessidade de equipamentos e material médico.

Não querendo fazer futurologia, mas que impacto tem o atual panorama no vosso volume de negócios e no relacionamento com o mercado nacional e internacional?
Temos a convicção de que a partir do segundo semestre iremos assistir a uma redução no volume de negócio, dado o timing e a evolução futura internacional, no entanto estamos confiantes de que não havendo uma segunda vaga, os mercados tenderão a estabilizar ainda este ano.

Começa a ser o momento de reiniciar empresas de começar a avançar paulatinamente. Neste sentido, quais são os desafios do setor no contexto da Covid-19?
O principal desafio nesta fase será o de nos posicionarmos como uma empresa de referência no mercado nacional e também mantermos a base dos clientes existentes.
É ainda necessária uma atenção redobrada na área financeira dado o fecho previsível de algumas empresas no mercado.
Contamos com uma equipa experiente, com antiguidades médias acima de 15 anos mas ainda assim uma equipa muito jovem, que têm sido a principal razão do nosso sucesso junto aos nossos clientes, trazendo a estabilidade e confiança necessária numa atividade tão sensível e importante como a nossa.

No âmbito do vosso setor, sente que as dificuldades provocadas pela pandemia irão provocar uma espécie de seleção entre empresas e organizações do setor onde apenas sobreviverão os melhores?
As crises do século XX e as já deste século XXI demonstraram-nos que a seleção das empresas é inevitável e assim será certamente durante esta nova pandemia, no entanto o mercado dos transportes internacionais abrigará sempre os pequenos, médios e grandes operadores logísticos no futuro.
Existirão novas fusões e aquisições em 2021 e surgirão novas empresas no mercado nacional e internacional, substituindo algumas que certamente cessarão a sua atividade.
O importante será mesmo mantermos a capacidade de nos ajustarmos e de nos reinventarmos, ao sabor da exigência dos mercados nacionais e internacionais com o lado a lado com a utilização de ferramentas tecnológicas que terão de estar sempre atualizadas.

Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores?
As empresas do grupo, iniciaram a 17 de março o confinamento dos seus trabalhadores, tendo providenciado as condições e soluções informáticas necessárias no início de março para a eventualidade do tele trabalho, o que veio a ocorrer.
Iremos iniciar na segunda quinzena de junho o regresso de 50% dos nossos colaboradores com turnos quinzenais, providenciando entre a substituição das duas equipas uma desinfestação dos nossos escritórios.
Por outro lado iremos na 1a semana de Junho providenciar os testes serológicos a todos os funcionários de modo a termos uma visão global e podermos assim implementar uma estratégia laboral adequada, no regresso à atividade laboral.
Além de diverso material de protecção que adquirimos e cedemos aos nossos colaboradores, criamos soluções caso a caso de modo a evitar a utilização dos transportes públicos, que receamos sejam uma fonte de contágio.

Que desafios tem a marca para o futuro? O que podemos continuar a esperar da vossa parte?
Conforme comunicamos ao mercado, o nosso grupo foi adquirido parcialmente pelo Grupo Alonso, maior operador logístico espanhol e um dos 10 maiores europeus em Novembro de 2019, tornando-se a principal referência ibérica na atividade transitária.
Com escritórios próprios na Asia e América latina, estamos a trabalhar em conjunto para reforçar parcerias em muitos tráfegos e na extensão para Portugal das plataformas de logística ferroviária de modo a oferecer soluções ao mercado ibérico de um modo mais eficaz, económico e sustentável em termos ambientais.
Os nossos clientes e parceiros continuarão a contar com o nosso compromisso na prestação de um serviço de qualidade, só possível com equipas como a nossa, com um elevado grau de conhecimento técnico aliado a uma grande capacidade de destreza para movimentar vários tipos de carga nas mais diversas áreas do transporte internacional.