Antes de tudo, interessa compreender o impacto que a crise do coronavírus aportou ao mercado imobiliário em Portugal. Quais são, na sua opinião, os principais obstáculos que este novo panorama criou ao setor do imobiliário?
Felizmente, não acho que no nosso setor se possa falar em obstáculos. Serão antes desafios, e até oportunidades. O primeiro desafio que se colocou, e que na nossa atividade é fundamental, foi o impedimento do contacto pessoal. Criaram-se alternativas, é certo, mas nada substituiu a presença física, o contacto, a relação pessoal. Um segundo ponto, e transversal a muitas atividades, a grande dependência da nossa economia do turismo, que também no ramo imobiliário tinha impacto significativo. Sem viagens, houve naturalmente um decréscimo das transações de clientes estrangeiros, embora não signifique perda de interesse. Por fim, a inevitável crise que vamos viver, que se repercutirá no nosso setor também e poderá vir a mudar o paradigma que estávamos a assistir nestes últimos quatro anos.
Como será e deverá ser o comportamento do mercado imobiliário durante e após esta crise financeira e sanitária que estamos a atravessar?
Pegando no que disse por último na questão anterior, estávamos a viver um mercado de compradores. Ou seja, existia uma procura enorme, com muitos contactos de clientes compradores, e lutávamos com a dificuldade de ter nas nossas carteiras pouco produto para oferecer. Começávamos a ver obra nova a surgir a bom ritmo, mas mesmo assim muito insuficiente para a procura existente. Com a inevitável crise que vamos viver, que aumentará os índices de desemprego, esta procura baixará, e o mercado vai estabilizar. Sublinho que não vai parar. Vai corrigir autorregular. Com a relação da oferta e da procura menos desequilibrada (mesmo que ainda não suficiente), os preços tenderão a ajustar também. Não vamos ver cenários de descidas de preços apocalíticas como muitos anteciparam, mas antes pequenos ajustes e correções. Para além da obra nova que continuará a fazer-se, haverá aumento de usados em venda, e uma recuperação significativa do mercado de arrendamento. Em suma, muitas oportunidades para uma atividade que está sempre em franca ebulição.
De que forma é que a Century 21 Arquitetos se tem vindo a adaptar a este «novo mundo»? como procuram marcar a diferença e estar próximos dos clientes?
Em primeiro lugar, estivemos perto das nossas equipas. Isso foi o que mais me preocupou durante o período de confinamento. Tanto eu como a minha equipa de Staff, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para estarmos diariamente com a nossa equipa comercial, com reuniões online, vídeo chamadas individuais, em pequeno e grande grupo, iniciativas de lazer. Uma genuína preocupação com todos, para que passassem incólumes desta provação.
Depois, foi convencê-los que aquilo que estávamos a fazer com eles, era o necessário a fazer com os seus clientes. Ligavam diariamente com os clientes, fazendo um trabalho de acompanhamento e de assistência social, para mantermos a fidelização de todos, e usámos e abusámos de todas as ferramentas digitais ao nosso alcance.
É legítimo afirmar que este novo cenário «obrigou» o setor a dar o salto tecnológico? De que forma é que vocês estão a apostar nas ferramentas tecnológicas no sentido de fortalecer relações com os clientes?
Sem dúvida que sim. Posso até dar um exemplo que se passou connosco. No início de 2020, com a ajuda de um colaborador nosso, comecei a estudar mais a questão das reportagens 3D e 360º dos imóveis. Apenas algumas mediadoras o faziam, sendo que os consultores contratavam serviços externos para o fazerem, com custos altíssimos, e acabavam por o fazerem apenas para um imóvel ou outro, normalmente para produto de luxo. Ora, não me parecia justo e achei que era uma ferramenta importante a ter para os nossos consultores e clientes. Assim, em fevereiro adquiri a máquina que faz essa recolha, e no início de março (ainda longe da pandemia), estávamos a fazer reportagem 3D e 360º para todos os nossos imóveis, praticamente sem custos para os nossos consultores, e totalmente gratuito para os nossos clientes. Em março éramos a única agência que tinha dentro de portas este serviço em exclusivo. Com o confinamento, e vedados que estavam a fazer visitas aos imóveis, os colegas começaram a procurar alternativas, e a tecnologia foi a primeira aliada. Atualmente, muitas outras empresas tomaram a mesma decisão que nós. Claro está que queremos continuar pioneiros, e por isso já estamos a tratar de adicionar aos nossos serviços outras aplicações e valências que tornará o nosso 3D e 360º totalmente diferente dos outros. A aposta no marketing digital, com uma forte presença nas redes sociais, foi também estratégia de todos, e visa estarmos sempre dos nossos clientes. A CENTURY 21 Portugal, percebeu que o “salto tecnológico” seria fator determinante na nossa atividade, pelo que rapidamente nos deu ferramentas para estarmos preparados para esse passo. Desde um protocolo com o portal Casafari (que eu já tinha há mais de um ano), desde uma subscrição que fizemos em plena pandemia com a plataforma Alfredo.pt, até à assinatura digital incorporada no nosso CRM para os nossos clientes, passando pela nossa APP (disponível desde Outubro), e que permite aos clientes vendedores e/ou compradores realizarem e acompanharem o processo desde o início até à outorga da escritura.
Se num passado não muito longínquo assistíamos a uma enorme força e vitalidade por parte do setor imobiliário, poderá essa dinâmica estar colocada em perigo daqui para a frente? Na sua opinião, no futuro, poderão os valores das habitações baixar?
A atividade imobiliária tem a mais valia da adaptabilidade. Existe sempre atividade, existe sempre compra-e-venda, por isso será mais uma altura de oportunidades do que de fragilidades. Haverá como disse anteriormente uma correção dos preços, mas nada acentuado ao ponto de ser significativo.
O setor imobiliário, como os restantes setores, consolida-se como uma atividade altamente profissionalizada e na qual apenas os melhores sobreviverão. Sente que após esta crise, somente os melhores ficarão no mercado?
Sinto. Como de resto em todas as atividades e em todas as alturas. A mediação é uma atividade de grande responsabilidade. Lidámos em primeiro lugar com o bem mais precioso na vida de uma pessoa: a sua casa. É o bem mais caro que alguma vez vai comprar. Por isso, os agentes que atuam no mercado têm de ser altamente formados e preparados para estarem à altura das suas expectativas. As pessoas são mais conhecedoras, mais exigentes, e ainda bem que assim é. Só os bons, aqueles que têm estrutura, que apoiam e têm as melhores ferramentas disponíveis, vão conseguir sobreviver nesta atividade.
O que é que o vosso cliente poderá continuar a esperar por parte da Century 21 Arquitetos para 2020?
Do melhor serviço que uma mediadora de Mediação Imobiliária pode oferecer. A nossa empresa pretende ser a melhor empresa da mediação no Norte de Portugal. Para isso, trabalhámos todos os dias, na pesquisa do que é necessário alterar e/ou criar de raiz.
Os nossos clientes sabem que os nossos consultores são presentes e pró-ativos, e tudo farão para garantir o melhor serviço. A CENTURY 21 Arquitectos garante um serviço diferenciador, e assim cativamos e retemos o nosso maior bem: os nossos clientes.