Estamos actualmente a passar por um momento excepcional causado pela Covid-19. Como a marca se sentiu “obrigada” a adaptar-se a esses novos tempos e realidade?
Na verdade a pandemia obrigou-nos a uma mudança na estratégia de marketing e comunicação da empresa, subitamente passamos a uma comunicação de gestão de crise que nos obrigou a antecipar necessidades, redefinir modelos de comunicação e ajustar formatos de trabalho e interação com o nosso negócio, a centralizar a nossa atenção na gestão de empatia e relacionamento em primeiro lugar com os nossos colaboradores e em segundo lugar com os nossos clientes.
A marca passou a um discurso de confiança, compromisso e responsabilidade de atuação para garantir que os nossos clientes teriam as condições optimas para enfrentar os picos de tráfego que subiu três vezes na nossa rede, sem quaiquer incidentes.
E cumprimos até com o lançamento de novos produtos de formato flexível para adaptação do cliente ao negócio em ambiente Covid ou garantido o dobro da capacidade pelo mesmo custo articulando com os operadores em alguns mercados.
Desenvolvemos um plano de gestão de comunicação de crise praticamente antecipando em dias os confinamentos de Angola, Africa do Sul e Brasil, plano que, em primeiro lugar, criou bases de comunicação interna sem precedentes em cima de um conceito Global “We are online ready” onde a nossa matriz de aplicações de trabalho internas estavam já totalmente ligadas em apps de share e trabalho optimizado no digital há anos, onde o nosso posicionamento de marca “Deep Connection” de cliente, de produto e mercado, foi fundamental para entendermos que se nascemos no digital, sempre tivemos uma ligação digital pelo produto “internet” que vendemos e, agora era a hora de assumir que o nosso local de trabalho seria totalmente digital, ligando os três continentes de atuação e três ou quatro fusos horários, sem sairmos de casa e que unidos, e informados seríamos mais fortes par enfrentar o novo momento (lembrar que trabalhamos com escritórios em Angola, Brasil, África do Sul) .
Hoje praticamente no final da primeira vaga sabemos que a pandemia da COVID-19 apresentou desafios sem precedentes às pessoas e aos negócios por todo o mundo, mas a nossa resposta esteve exemplar, orgulhosamente mostrámos que a Angola Cables na sua matriz Angolana tem profissionais Top Tier e que só a nossa resposta de prioridade imediata ao nivel da Comissão Executiva e Gestão de Talentos e Administrativa com o Marketing extendida as equipas de todos os níveis, nos permitiu ter uma task force decisiva para agirmos com responsabilidade, cuidado, e com a devida consideração na implementação de medidas nas nossas operações, para minimizar os riscos impostos pelo vírus aos nossos colaboradores, parceiros de negócios e clientes.
Que medidas teve que tomar para permanecer próximo aos seus clientes?
Trabalhamos num plano diário dirigido pela Direção de Talentos Humanos da Angola Cables para antecipar as necessidades de trabalho, criação de condições de trabalho remoto, informação de conduta pessoal sobre o virus e conduta profissional de relação com clientes com “risco zero” nos nosso pontos de contacto em instalações de serviço de engenharia ( NOC e Data Center) onde virtualizámos a relação ao máximo e garantir os nossos SLA’s perto dos 100% como é habitual, substituindo eventos de participação física por Webinares, reuniões comerciais fisicas por atendimento comercial online e atendimento técnico por “NOC” o mais virtualizado possivel com acesso remoto configurado de alta resposta a qualquer necessidade de configuração de rede.
A Angola Cables foi a primeira empresa de telecomunicações a implementar o teletrabalho, incentivando os nossos parceiros de negócios e colaboradores em todo o Mundo a fazerem uso de ferramentas de “Teletrabalho/ teleconferência”, sempre que possível no caso de Angola, mesmo antes da declaração oficial do estado de emergência.
Garantimos que as nossas equipas pelo mundo estariam tal como os nossos clientes conectadas eficientemente com o acesso às nossas redes de cabos submarinos, às nossas instalações de data center e aos nossos serviços na AC Cloud 24 sobre 24 horas para as aplicações de teletrabalho e acesso a aplicações.
Todos os clientes, colaboradores e visitantes que por algum motivo de força maior entrem em qualquer uma das nossas instalações, é-lhes solicitado que preencham um questionário relacionado à sua saúde e desde início medida temperatura.
Para salvaguardar a saúde e a segurança das nossas instalações, apenas aqueles que não estivessem fora do país nos 14 dias anteriores ao lockdown, sem sintomas ou condições de saúde prevalecentes teriam acesso garantido às mesmas.
Foi instituida uma escala rotacional para o pessoal de serviço essencial na nossa organização para garantir a continuidade das nossas operações e serviços.
Para além de todas estas medidas, a empresa continua totalmente comprometida no que respeita à manutenção das operações ininterruptas com 100% de operabilidade e 0% de risco de infecção.
Hoje com praticamente toda a companhia em teletrabalho a não ser pessoal extremamente necessário, podemos dizer que fizemos um trabalho extraordinário de comunicação interna com sessões semanais online com a participação de toda a equipa Angola Cables, onde todos incluindo Comissão Executiva levámos temas do quotidiano, debatemos o virus, o medo, a oportunidade, a família, o futuro e o negócio, estivemos a viver a pandemia, o lockdown em “família” Angola Cables, essa proximidade trouxe conhecimento, confiança, relação e inovação.
Na vertente externa fomos rigorosos e atuantes, criamos páginas de FAQ’s COVID-19 no nosso site, regras de relação do cliente com a infraestrutura Angola Cables e substituimos os eventos físicos e viagens comerciais, por uma relação online omnichannel: Webinares, lives Instagram e conversas com jornalistas, email marketing táticos, sessões de formação, sessões de esclarecimento científico com o objectivo de inverter a tendência de “freeze e medo” para dominar a agenda da pandemia antes que esta nos dominasse a nós.
Foi redesenhada a comunicação externa e interna em função do nosso negócio, do nosso objectivo, especialmente combatendo a desinformação sobre o virus, que obrigou a um esforço de proximidade das equipas entre si e das equipas com os clientes B2B com quem trabalhamos, entendendo sentimentos, dificuldades de cada cliente.
Em termos de planeamento de investimento de comunicação, divergimos mais investimento para o online, sem pensar no corte, mas acima de tudo pensando na estratégia de optimização dos meios e conteúdos no digital para estarmos no top of mind da nossa categoria e na cabeça do cliente com propósito.
A nossa Agencia Global de design e comunicação no Brasil “Advance” e as nossas agências de media relations do Brasil, Angola e África do Sul, estiveram sempre em modo parceiro e dinamizador para que conseguíssemos sempre criar formatos de comunicação adequados e estar a demonstrar segurança, confiança e eficiência ao mercado de opinion making e clientes num período de overload de demanda digital.
Mais do que nunca, assumimos que era hora de transmitir confiança e tranquilidade, de reforçar os laços com os clientes atuais e potenciais. Comunicar esperança, combater medo e incerteza e fazer o nosso business as usual de comunicação e captação de oportunidades com base na percepção da nossa eficiência e qualidade de serviço.
Fizemos um esforço de comunicação atento e dimensionado one2one aos nossos atuais clientes porque naturalmente sabemos que a aquisição de novos clientes custa cinco vezes mais do que a retenção dos atuais clientes.
A nível de produto trabalhámos na criação de novos produtos diferenciados em cima do core, para acessos remotos em Peering e soluções flexiveis de contratação de IP adequadas ao momento de alta demanda.
Também na investigação científica associada a responsabilidade social demos passos seguros e inovadores, a equipa de Data Science da Angola Cables trabalha num estudo pioneiro com o instituto “Respira Brasil”, em prol da futura interpretação da pandemia com a utilização de Data e Artificial Inteligence para padronizar e interpretar Raio X de doentes infectados que vai permitir partilhar dados com hospitais de todo o Mundo, especialmente em África.
Acredita que Angola aproveitará este momento menos positivo no mundo para então promover a digitalização do país como um modelo económico, no sentido de aprimorar a evolução tecnológica?
A pandemia global da COVID-19 veio antecipar algo que já sabíamos que viria a acontecer mais cedo ou mais tarde em todo o Mundo, aumento de 40% das conexões e uma necessidade de reduzir distanciamento social e profissional com redes robustas para enfrentar a alta demanda com débitos eficientes.
Angola tem hoje uma rede de internet de qualidade, foi dos primeiros países do Mundo a ter 4G e dos primeiros de África, a oportunidade está aí para que o digital crie formas de melhoria das distâncias sociais e económicas que se vivem em África versus o resto do Mundo.
Hoje temos excelentes engenheiros Africanos a trabalhar na Angola Cables e a empresa “exporta conhecimento” de Angola para o resto de Africa e para o Mundo, temos casos de sucesso de colaboradores a sair para grandes empresas mundiais.
As grandes GAFA (Google, Amazon, Facebook, Apple) e a Microsoft têm hoje centros de desenvolvimento digital de novos produtos, o mesmo acontece no Brasil, onde no caso da Angola Cables testamos modelos de negócio e incubamos novos produtos e conteúdos para levar para Africa na lingua portuguesa.
A posição da Angola Cables na digitalização Atlântica e a credibilidade da Angola Cables no mundo digital Mundial é hoje uma grande valia para Angola, tem sido fundamental em vários projectos premiados para a Angola Cables, tanto em Angola quanto internacionalmente, trabalhamos como uma operadora top tie, temos qualidade de conexão muitas vezes acima das top Tier Mundiais para melhorar o acesso e a conectividade à economia digital e assumir claramente que o mundo Pós-Covid se vai reinventar com ligações Sul-Sul pelo Atlantico, Ásia-Africa-Américas.
A operação do Sistema de Cabos do Atlântico Sul (SACS) é apenas um exemplo, o Data Center Tier III do Ceará outro exemplo que demonstra o quão única é a nossa posição para que o Mundo coloque Africa no Centro e Angola como Hub de entrada e saída da Africa Digital.
O que é que o país e seus principais actores económicos e empresariais devem perpetuar neste sentido, isto é, de uma ‘’revolução’’ digital e tecnológica? A Angola Cables tem defendido esse aspecto mais inovador? Como?
Os projectos a serem actualmente desenvolvidos pela Angola Cables estão estruturados para promover melhores comunicações globais. Estes projectos não são apenas específicos de cada país, mas também trazem benefícios tangíveis para África em relação à sua futura conectividade digital com o resto do mundo. Evoluimos a nossa marca com o nosso conceito, Deep Connection.
A Angola Cables tem se focado em colaborações com os seus parceiros de forma a promover a conexão global. Temos feito isto através da nossa ligação sul-sul com os continentes Sul Americano, Africano e Asiático.
A conectividade digital é fundamental para acelerar o desenvolvimento social e económico em todas as nações de África e mundo.
Como tem a Angola Cables motivado os seus colaboradores com a sua cultura organizacional?
Reforçamos a nossa cultura organizacional e de marca com o nosso posicionamento de marca no centro de tudo, “Deep Connection” é quase uma filosofia de proximidade e conhecimento interno em primeiro lugar, com formação, capacitação de quadros, condições únicas de trabalho empatia e suporte que também é hoje um case study de inovação.
Mais do que colaboradores, trabalhamos dentro de uma família angola Cables, onde as relações com a hierarquia são cada vez mais de proximidade e abertura trabalhando um ambiente de comunicação e orientação para melhoramento de hard e soft skills de alta performance com altissima qualidade da equipa de Talentos Humanos liderada pela Paula Ferreira .
Procuramos nos nossos colaboradores uma lista de características fundamentais que resumem o espírito Deep Connection da marca Angola Cables. Atitudes adequadas ao espírito multi-cultural e tolerante de negócio digital são os pilares que sustentam esse momento da Angola Cables através doa quais os nossos colaboradores, chamados de talentos, adoptam uma filosofia de equilibrio emocional na vida pessoal e profissional.
Ser Deep Connector é ser acima de tudo resiliente, criativo, inspirador, responsável, integro, flexível, business oriented e empático, simbolizando que a participação de cada um é fundamental para qua a Angola Cables faça o que melhor sabe, inovar e estar Deep Connected.
Olhando para a pandemia da Covid-19, que novos desafios ela traz para o sector de comunicações?
A pandemia da Covid-19 teve um impacto ainda por avaliar na economia global e pode levar muitos anos para que o mundo se recupere dos seus efeitos .
A Angola Cables teve um elevado crescimento no tráfego na rede IP no primeiro trimestre de 2020, com um aumento de três vezes year on year. Não podemos negar, o mundo chegou a um ponto digital que talvez não volte atrás, devido à necessidade do acesso a conteúdos digitais, as mudanças digitais que observávamos em periodos de picos anuais ( Natal, ou eventos de lançamento) chegaram em horas após cada Lockdown e elevou o consumo de ferramentas de colaboração e streaming, a media digital e o comportamento de consumo para níveis de “novo normal”.
É por isso uma oportunidade para o sector de comunicações trabalhar no que melhor sabe, novos produtos, novas formas de entender o cliente digital, novas formas de relacionamento e esperamos todos, novas formas de auxilio da comunidade de pesquisa científica para que tenhamos capacidade de interpretação de dados e de agregação valor com nova inteligência que melhor a vida de todos e esperamos todos ajudem os países com maiores assimetrias a dar saltos de digitalização e capacidade económica, algo que devia acontecer cada vez mais em África .
Quais são os principais desafios que a Angola Cables está a enfrentar em 2020? O que podemos esperar da marca para este ano?
Enquanto o mundo enfrenta os desafios sem precedentes da pandemia do COVID-19, a Angola Cables mantém-se comprometida com a prestação de serviço de alta qualidade, eficiência e competência aos nossos clientes, contribuir para que a internet em Africa e no Brasil tenha capacidades para acompanhar a evolução de novos serviços e tecnologias.
Estamos, com efeito, comprometidos do ponto de vista da continuidade dos negócios, com as nossas equipas a fornecer conectividade e acesso às nossas redes de cabos submarinos, às nossas instalações de data center e aos nossos serviços de Cloud 24 horas por dia, sete dias por semana sem falhas.
E continuaremos a pensar inovação para que as nossas equipas de engenharia e Data Scientists possam fornecer informações e recursos para ajudar no conhecimento deste e de outros virus e ajudar as redes científicas e de educação a ter mais interligação e acesso a conteúdos de pesquisa entre países por via das nossas ligações de internet a mercados emergentes.