Edificada em 2003, a Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio (AP2H2), assume-se atualmente como um importante player e promotor da utilização do hidrogénio como vetor estratégico em Portugal. De que forma é que a entidade tem vindo a promover essa facilitação do hidrogénio?
A AP2H2 tem sido determinante na divulgação e promoção do Hidrogénio como solução energética sustentável, através das múltiplas iniciativas que realiza/ participa:
• Newsletter mensais com informação actualizada sobre o que vai acontecendo no Mundo do Hidrogénio;
• Seminários e Conferências que organiza, ou para que é convidada;
• Workshops de formação em temáticas relacionadas com a cadeia de valor do Hidrogénio;
• Estudos de suporte a um Road Map do Hidrogénio;
• Divulgação de informação de interesse para a Comunidade do Hidrogénio: site e redes sociais (Facebook);
• Interação com o poder na defesa do Hidrogénio na Agenda política (em especial na sustentabilidade energética e ambiental).
Analisando o panorama nacional, de que forma é que temos vindo a criar medidas e iniciativas que nos levem a olhar para o desenvolvimento do hidrogénio como algo essencial para o país?
O PNEC 2030 e a EN-H2- Estratégia Nacional para o Hidrogénio são as principais referências da Agenda do Hidrogénio. A descarbonização da sociedade implica a electrificação da economia e o abandono dos combustíveis fósseis, É um novo paradigma energético: energias renováveis dominantes, com o hidrogénio a assegurar a resiliência da rede e as aplicações de mobilidade e industriais.
Quais são afinal as principais vantagens na utilização do hidrogénio e como se encontra Portugal nesse sentido, comparativamente a outros congéneres europeus?
Solucionar os disfuncionamentos da rede resultantes das especificidades das fontes renováveis: sazonalidade, aleatoriedade e intermitência.
A liderança Europeia é assumida pela Alemanha, a que se tem associado alguns países do Norte Europeu. O Hidrogénio tem nestes países maior visibilidade (projectos piloto e de demonstração que não têm acontecido em Portugal). O atraso face a estes Países, é recuperável, face à assertividade do Governo na gestão deste dossier.
Ao nível de legislação e de regulamentação do quadro do hidrogénio, ainda existem lacunas? De que forma é que a AP2H2 tem vindo a tentar contribuir neste quadro?
Estamos no início do processo de regulamentação e normalização a nível europeu. O contributo da AP2H2 é o de identificar barreiras que condicionem a utilização do hidrogénio na economia, e de, em representação dos seus associados, acompanhar e dar parecer sobre o edifício regulamentar em construção.
Quais são os principais desafios das soluções de mobilidade a hidrogénio e qual o compromisso existente com este tipo de tecnologia em Portugal?
No curto prazo o principal desafio relaciona-se com a disponibilidade de uma rede de estações de abastecimento (HRS) que viabilize a utilização de frotas piloto nas suas várias formas (transportes de passageiros e de mercadorias e veículos ligeiros). Esperamos que em breve seja definido o quadro de financiamento que permita viabilizar o investimento nos primeiros nós desta rede.
O que podemos continuar a esperar por parte AP2H2, na contínua promoção da utilização do hidrogénio?
O objetivo é o da descarbonização da sociedade no cumprimento do Acordo de Paris. Não conhecemos alternativas ao Hidrogénio para se atingir esse objetivo. A nossa missão ainda não terminou. Deu-se um primeiro passo colocando o Hidrogénio na Agenda. O passo seguinte é o de trazer o Hidrogénio para a nossa vida diária, nas suas diferentes aplicações. A missão da AP2H2 ainda não se esgotou, mas ganha novas formas e torna-se mais relevante como a dinâmica de novas adesões, as consultas ao site e as adesões à mailing list têm demonstrado. A AP2H2 está hoje mais robusta, a sua representatividade alargada e a relevância do seu contributo reconhecida pelos players e stakeholders.