Início Atualidade “PORTUGAL TEM AS CONDIÇÕES ÚNICAS PARA SER UM ELEMENTO-CHAVE NA PROMOÇÃO DO HIDROGÉNIO”

“PORTUGAL TEM AS CONDIÇÕES ÚNICAS PARA SER UM ELEMENTO-CHAVE NA PROMOÇÃO DO HIDROGÉNIO”

0
“PORTUGAL TEM AS CONDIÇÕES ÚNICAS PARA SER UM ELEMENTO-CHAVE NA PROMOÇÃO DO HIDROGÉNIO”

O novo modelo energético em curso rumo à neutralidade carbónica configura uma oportunidade única para Portugal, que permitirá transformar a economia nacional numa lógica de desenvolvimento sustentável assente num modelo democrático e justo, que promova o progresso civilizacional, o avanço tecnológico, a criação de emprego e a prosperidade, a criação de riqueza, a coesão territorial a par da preservação dos recursos naturais. Neste sentido, o caminho para a descarbonização da economia é simultaneamente uma oportunidade para o investimento e para o emprego.
Para isso, Portugal tem vindo a arregaçar as mangas e já está, por exemplo, em conversações com a Holanda e a Alemanha, com vista a assumir-se como líder da nova Aliança Europeia para o Hidrogénio Limpo. Para o Secretário de Estado da Energia, João Galamba, Portugal quer e tem de estar na linha da frente para chegar aos primeiros fundos europeus disponíveis para financiar a descarbonização do continente. Mas será que podemos desperdiçar esta oportunidade? Será que ainda vamos a tempo de apanhar um comboio que já está em andamento? João Galamba não tem dúvidas sobre estas duas questões. “Não e sim. A Europa já olha para nós como líderes na vertente das renováveis e estamos preparados para avançar”, revela João Galamba.
Prova disso, por exemplo, é que recentemente foram recebidas, 74 manifestações de interesse relacionados com projetos de investimento na fileira industrial do hidrogénio. De salientar que os investimentos propostos perfazem cerca de 16 milhões de euros, o que é equivalente a 7,5% do PIB luso.
Assim, ao Ministério do Ambiente, chegaram os primeiros projetos de investimento para produção de hidrogénio, isto ao abrigo da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, que deverá promover a libertação de 7 milhões de euros para o setor, isto na próxima década. “Se estávamos otimistas, podemos afirmar sem dúvida que as expetativas foram completamente correspondidas pela quantidade e diversidade de propostas”, realça o Secretário de Estado Adjunto e da Energia. O Governo prevê assim lançar ainda este ano um pacote de 40 milhões de euros para apoiar o investimento em hidrogénio limpo, em linha com as metas da Aliança Europeia para o Hidrogénio. “Não tenhamos dúvidas, esta é uma enorme oportunidade, é que além de proporcionar garantir as metas do clima, permitirá também que as empresas portuguesas se possam destacar, desenvolvendo uma indústria de enorme valor”, realça João Galamba.

“TEM DE HAVER UMA ESTRATÉGIA PARA O HIDROGÉNIO”
Não só Bruxelas reconhece que este processo deve ser acelerado, como acredita que pode ser também uma componente importante do plano europeu de recuperação económica pós-covid. Para contextualizar a nova aliança europeia, João Galamba observa que foram sendo identificadas lacunas no programa para a descarbonização, que era muito focado na pura eletrificação dos consumos, o que deixava de fora algumas atividades que não podem ser facilmente abrangidas pela eletrificação, como a aviação. Fica claro que para atingir as metas propostas até 2030, é fundamental que haja “uma estratégia para o hidrogénio, até porque a eletrificação não chega e assim, o hidrogénio é uma solução muito positiva”; realça, assegurando que é necessário olhar para o sistema energético de forma integrada e o hidrogénio é o gás que pode desempenhar um papel central, partindo da eletricidade, mas sendo integrador. A Aliança apela a um esforço concertado entre países, universidades, centros de investigação, indústrias, empresas, e ONG para materializar essa ideia.

PERPLEXIDADE PELO MANIFESTO ANTI HIDROGÉNIO
Apesar das evidentes vantagens de toda esta aposta, ainda existe quem não acredite na mesma, gerando em João Galamba um sentimento de perplexidade, revelando por exemplo o manifesto contra a estratégia do hidrogénio, que viu 44 personalidades a dizer que não ao hidrogénio, algo que o Secretário de Estado da Energia não compreende. “A estratégia do hidrogénio não tem de gerar unanimidade, mas permite ter uma visão integrada dos sistemas energéticos, sendo complementar à aposta de reforço das renováveis no setor elétrico e aos objetivos de descarbonização”, revela, assegurando eu esta política de descarbonização “não é um devaneio do Estado português, representando antes uma importância central na política europeia”.
A terminar, o Secretário de Estado revelou, que “deveremos ter uma nova meta na versão final da estratégia nacional de hidrogénio, até final do mês, já com objetivos concretos”, salienta, asseverando que “Portugal tem as condições únicas para ser um elemento-chave na promoção do hidrogénio. Queremos produzir hidrogénio verde a larga escala, produzi-lo de forma competitiva e desempenhar um papel relevante na emergência da economia do hidrogénio a partir de uma estratégia de industrialização baseada no hidrogénio”, conclui o Secretário de Estado da Energia, João Galamba. ▪