O LNEG lançou o novo GeoPortal da Energia e Geologia. Para contextualizar o nosso leitor, que iniciativa é e que mais valias apresenta?
Os GeoPortais são instrumentos chave na disponibilização de informação georreferenciada, cada vez mais importante para o conhecimento da nossa Terra. Esta nova plataforma integra funcionalidades avançadas para tratamento, pesquisa, interoperabilidade e disponibilização de informação, capacidade para comunicar com outras infraestruturas de dados espaciais permitindo um conhecimento muito mais aprofundado e atualizado do nosso planeta. O nosso GeoPortal apresenta como mais valia ser aberto ao exterior permitindo acesso ao conhecimento e aos serviços na internet, passíveis de georreferenciação e destina-se a público diverso: cientistas; poder autárquico, para apoio ao planeamento, por exemplo pela consulta da informação sobre os recursos e riscos geológicos; Governo, para delineação de estratégias sobre os recursos, minerais e fontes de energia renovável; turismo, através da disponibilização dos Geossítios; empresas no apoio aos planos de lavra ou de implantação de projetos; para o público em geral.
Este GeoPortal, da Energia e Geologia que substitui a anterior infraestrutura, facilita o acesso aos dados e informação espacial através de várias funcionalidades; catálogo de Metadados, Bases de Dados e Visualizador de Mapas e ainda a secção de Dados Abertos para descarregamento. Foi desenvolvido no contexto da diretiva europeia INSPIRE (INfrastructure for SPatial InfoRmation in Europe). Para alargar o público a atingir são disponibilizadas duas aplicações para dispositivos móveis. Está em linha com os requisitos mais avançados da sociedade digital, sendo dinâmico para futuras evoluções.
Este projeto assume-se como uma nova infraestrutura com informação georreferenciada das diferentes atividades do LNEG. Esta é uma forma de “abrir” mais a instituição à sociedade? Sentiam esta lacuna?
De facto, a ideia de devolver de forma ágil à sociedade informação que resulta de dinheiros públicos tem vindo a amadurecer e a última Comissão Europeia ao lançar o conceito “Open science, Open Innovation, Open world” e o aparecimento da Plataforma European Open Science Cloud (EOSC) vieram confirmar a oportunidade do projeto. O LNEG definiu uma estratégia de abertura ao exterior porque considera que saber partilhar é a chave do sucesso e reforçou acordos de colaboração com os congéneres, participa em consórcios para ganhar escala e disponibiliza de forma aberta toda a sua informação não sujeita a confidencialidade. Não diria que tínhamos uma lacuna, mas que, estando atentos à evolução do ecossistema em que nos movemos, necessitávamos de plataformas que possibilitassem essa abertura.
Este projeto resulta do acompanhamento da evolução tecnológica e da estratégia definida. E sim, a determinação foi abrir portas do conhecimento para o que foi preciso encontrar financiamento. O projeto foi financiado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Este novo GeoPortal da Energia e Geologia vem substituir a anterior infraestrutura. Quais são as principais diferenças entre ambos?
As diferenças entre as duas infraestruturas são basicamente duas: (1) tecnológica, ocorreu uma migração e atualização de uma infraestrutura com mais de dez anos baseada em código obsoleto e (2) de postura perante a sociedade, tornar esta possibilidade de partilha amigável e acessível. O acesso em dispositivos móveis é agora possível o que muito facilita por exemplo o trabalho de campo, foram desenvolvidas duas aplicações móveis para o cidadão, APP Cartografia Geológica e APP Geossítios. Está previsto ainda desenvolver na fase II mais melhorias com conteúdos 3D e deteção remota
Este desafio e projeto significa que a instituição está a dar passos mais fortes no domínio da digitalização?
Não poderia ser de outra forma e não teríamos cumprido a nossa função nesta era COVID se não estivéssemos preparados. Há alguns anos começamos por digitalizar todo o nosso acervo documental para que o seu acesso fosse possível por via digital. Apostamos em ferramentas de simplificação dos processos e interoperabilidade estando em linha com os nossos congéneres do pelotão da frente.
De que forma é que esta nova plataforma vem acrescentar valor ao repositório do LNEG?
A informação e o conhecimento só têm valor se forem passíveis de ser utilizados e de fácil acesso. O novo portal é uma ferramenta simples que permite o acesso à informação por todos os interessados.
O que podemos continuar a esperar por parte do LNEG de futuro?
Continuar a apostar na digitalização e responder de forma eficaz aos nossos parceiros desde o Governo à sociedade civil.