O universo da AMM & Associados é composto por quatro revisores oficiais de contas e uma equipa de auditores. Serviço de qualidade é a máxima principal e é por ela que se regem diariamente no que à relação com os seus clientes diz respeito. Importa compreender quais são os restantes fatores que diferenciam esta empresa, num meio que é cada vez mais competitivo.
Sofia Magalhães Pires (SMP) Acreditamos na diversidade – cultural e geracional, de que é reflexo a nossa equipa, com formações, interesses e mesmo faixa etária diversa. Entendemos esta aposta como um dos drivers de sucesso junto do tecido empresarial com que trabalhamos.
Além disso, toda a nossa equipa se pauta por valores de proximidade.
Sabemos que as empresas são muito mais do que os números que vemos e que só o conhecimento da atividade do nosso cliente, e o seu acompanhamento em todos os momentos chave da vida da empresa, nos permite prestar um serviço de qualidade, passível de acrescentar valor.
Se tivesse de resumir diria que é isto – a proximidade com o negócio do cliente e a diversidade dentro da nossa equipa – que nos permitem acompanhar bem as empresas, nas suas diversas fases e desafios!
A AMM & Associados orgulha-se (e bem) de ter uma experiência sólida em vários setores de atividade. Como é que essa experiência se traduz em valor para os vossos clientes?
SMP Essencialmente por duas vias: primeiro porque o facto de especializarmos elementos da equipa em determinados setores com características muito específicas, faz com que, quando entramos em clientes desse setor de atividade haja realmente um aporte de valor, quer quanto às práticas do setor, quer quanto ao conhecimento da regulamentação legal do mesmo.
Neste momento, posso dar o exemplo de quatro setores de atividade muito específicos e onde temos já elementos especializados – o setor não lucrativo, o setor dos transportes, o agroalimentar e o setor da saúde – e, onde o feedback pós primeiro ano de auditoria em novos clientes tem sido muito positivo pois, ao conhecer com profundidade o setor, conseguimos não só não consumir ao cliente todo o tempo que normalmente teríamos que consumir para perceber melhor a sua realidade, como também – e respeitando sempre a confidencialidade – , aportar valor por via das boas práticas do setor que conhecemos.
A segunda via pela qual esta experiência em diversos setores traz valor ao cliente é precisamente o facto de termos um papel muito privilegiado ao contactarmos com empresas tão diferentes e em setores distintos. Este conhecimento permite-nos ver além dos “muros” da empresa que estamos a analisar no momento, identificar melhor os riscos a que se encontra exposta e perceber, em determinadas questões, como está a ser prática tratá-las no tecido empresarial com que lidamos.
Sabemos que esta é uma profissão cada vez mais espartilhada por exigências, sendo também atualmente bastante concorrencial e vivendo num mundo em permanente mudança. Que caminho tem trilhado a AMM & Associados para se adaptar às recorrentes mudanças a que a sociedade está sujeita, sem descurar a qualidade que vos é intrínseca?
SMP Um dos pontos que está sempre na nossa agenda, considerando as exigências da profissão, são as atualizações técnicas. Para isso, promovemos regularmente ações de formação – internas e externas – a todos os nossos colaboradores.
Temos também muito foco na evolução de ferramentas digitais e aplicamos no trabalho de auditoria as melhores ferramentas que encontramos disponíveis no mercado – um exemplo muito acarinhado pelos nossos clientes, foi a adoção de uma plataforma que nos permite fazer todo o processo de circularização de saldos sem necessitar de recorrer à equipa do cliente na emissão e expedição de cada carta. Atualmente o cliente fornece-nos um ficheiro de contactos e a nossa equipa, através de uma plataforma, trata do resto!
Por fim, naturalmente, vivemos atentos às evoluções da nossa sociedade e à forma como impactam os nossos clientes e isso tem-nos levado a aprofundar formação em outras áreas que não apenas as de exclusivo domínio técnico dos ROC.
Por isso, também aqui procuramos a diversidade: contamos com uma equipa técnica de coordenação de trabalhos de auditoria com formação especializada em valências como fiscalidade, contabilidade e auditoria interna e externa, ao passo que eu me tenho afastado dos trabalhos de auditoria e dedicado nos últimos anos a aprofundar formação e experiência em temas de gestão, estratégia e marketing, estando hoje mais presente como apoio em trabalhos de consultoria.
Isto é uma grande mais valia para a empresa pois permite-nos ter, e partilhar com os nossos clientes, uma visão global e também adaptarmo-nos rapidamente para responder às necessidades do mercado, apostando na diversificação dos trabalhos da sociedade abrangendo trabalhos de consultoria em reorganizações empresariais ou processos de Due Diligence, por exemplo.
Como referiu a Sofia Magalhães Pires, apostam na diversidade – cultural e geracional, de que é reflexo a equipa, com formações, interesses e faixa etária diversa. Algo que, não deixa de ser interessante, uma vez que está comprovado em estudo que a média de idades dos profissionais Revisores Oficiais de Contas está entre os 49 e os 59 anos. A Dr.ª Diana, que ingressou na SROC em 2017, sentiu essa aposta na diversidade com um fator diferenciador? Apostar nos jovens é para a AMM & Associados importante? Porquê?
Diana Simões (DS) Esse foi precisamente um dos fatores decisivos na minha decisão de integrar este projeto e esta sociedade, a convite da Sofia – quebrar a ideia de que esta profissão apenas tem espaço para os mais experientes e demonstrar que a menor experiência se pode compensar largamente pela maior proximidade e dedicação aos clientes e aos seus negócios.
Isto não significa que seja um caminho sem desafios, felizmente estes surgem diariamente e exigem de mim, e de todos nós, um esforço adicional de superação. Não obstante, afirmo, sem hesitação, que está a ser uma aposta ganha, o que se demonstra no crescimento contínuo da empresa e da equipa, e principalmente no feedback positivo dos nossos clientes.
Este mesmo estudo revelou que o número de mulheres Revisores Oficiais de Contas corresponde a um terço da profissão. Quais são, para vocês, os fatores que potencializam este baixo acesso, comparativamente ao sexo masculino?
SMP Bom, eu não sou muito adepta de discussões de género. Acredito na diversidade como algo natural… não escolho um funcionário ou parceiro de negócio pelo seu género e gosto de acreditar que vivemos cada vez mais num mundo assim!
No caso concreto da profissão de ROC, penso que importa recordar que estamos a falar de uma profissão que, pelo papel de garante de credibilidade que representa na sociedade, está sujeita a uma forte regulamentação legal e acesso condicionado, nomeadamente pela realização de diversos exames técnicos de aptidão, bem como de um estágio, e cujo período de realização – entre exames e estágios – não é nunca inferior ao período de conclusão de uma licenciatura, licenciatura essa que é um requisito prévio à realização dos exames e estágio para ROC.
Pessoalmente considero que este fator – que obriga a uma enorme dedicação de tempo nos anos de acesso à profissão, conjugado com o facto da nossa sociedade ainda ser, de um ponto de vista genérico bastante discriminatória no que toca à divisão de tarefas domésticas, contribuem para que o acesso se torne menos difícil aos homens.
DS Eu concordo com o que a Sofia refere, acrescentando apenas que, em minha opinião, discriminação cultural não é apenas no que toca à divisão de tarefas domésticas, mas persiste ainda uma perceção da qualidade de trabalho e capacidade profissional, em favorecimento do sexo masculino o que, não só nesta profissão, trava a maior presença feminina na atividade.
Consideram que, nesta profissão, a igualdade de oportunidades é, de facto, uma realidade ou que, contrariamente, ainda é algo que se sente e tem de se melhorar?
SMP Voltamos ao tema anterior… a profissão de ROC, como qualquer outra, existe num contexto de sociedade.
Há algum tempo tive o prazer de assistir à apresentação do estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre a igualdade de género ao longo da vida e, entre as várias conclusões deste estudo, marcou-me o facto de Portugal e Espanha serem os países europeus onde se verificam maiores diferenças entre o tempo gasto semanalmente por homens e mulheres jovens em tarefas domésticas (sete horas de diferença, o que é praticamente um dia de trabalho!).
Parece-me óbvio que esta assimetria é um dos fatores que mais contribui para a desigualdade entre homens e mulheres, não só no emprego, mas também na participação cívica e política, na generalidade dos países europeus, sendo que Portugal não é exceção!
Em suma, a profissão em si não condiciona de forma alguma a acessibilidade a homens ou mulheres, mas a necessidade de dedicação, já numa fase da vida em que muitos casais estão a formar família, no contexto cultural em que vivemos, torna naturalmente, o acesso mais condicionado às mulheres.
DS Aqui não estou completamente de acordo com a Sofia. Como disse, acredito que ainda persiste uma perceção de qualidade de trabalho associada ao sexo masculino em virtude de, historicamente, este estar mais presente em determinadas profissões – entre as quais a de ROC – e, por isso, sou da opinião que não há ainda uma igualdade de oportunidades nesta profissão, como em outras.
O facto de, em muitos quadros de gestão, a presença feminina ainda ser minoritária, também contribui, em minha opinião, para a manutenção desse preconceito aquando da contratação de um ROC.
Ainda que decorrentes de um contexto cultural, acreditam ser possível minimizar as lacunas associadas à diversidade e igualdade de oportunidades e ao difícil acesso pelos jovens à profissão Revisores Oficiais de Contas?
SMP Acredito que é possível fazer evoluir a profissão, a sua forma de desempenho e o acesso à mesma de uma forma global para todos, com ferramentas que contribuirão para a aceleração desta mudança e para que possa existir uma melhor conciliação entre as exigências da profissão e as da vida familiar.
Este ano, por um motivo infeliz, mas assistimos a uma generalização do teletrabalho e de webinares e várias formações à distância. Acredito (ou quero acreditar) que todos percebemos que temos ao nosso dispor ferramentas poderosíssimas para a conciliação vida familiar – vida profissional e que tanto as instituições – possibilitando formações e regimes de acesso com condições à distância, ou em regime misto presencial / online -, como as empresas, potenciando o recurso ao teletrabalho em determinadas circunstâncias, têm, enquanto agentes de mudança, a obrigação de contribuir para a aceleração da mudança cultural necessária.
Como é que isso se faz? É, mesmo em pós-covid, mantendo e fomentando a conciliação do presencial com estas formas e ferramentas de trabalho… no trabalho junto dos clientes, nas formações internas da empresa, nas formações da OROC.
No caso concreto da OROC, acredito que é essencial aumentar a quantidade e qualidade dos serviços prestados por esta aos seus membros – qualquer que seja o género -, contribuindo assim para a mudança que refiro.
Por exemplo, esta é uma profissão que nos obriga a um estudo diário, a uma análise constante de alterações legislativas – porque não termos uma OROC de suporte aos seus membros neste sentido, para que a informação relevante que sai para o mercado, quer a nível de alterações fiscais, contabilísticas ou normas de auditoria – possa vir já numa forma que facilite aos profissionais a sua atualização e que lhes permita dispor do seu tempo para uma reflexão e contributo sobre essas alterações?
DS Sim, concordo com o que a Sofia refere e acrescentaria que, também em virtude da pandemia que vivemos e da forma como nos forçou a aderir a novas tecnologias e formas de trabalho, acredito que existe agora uma janela de oportunidade para que os mais jovens, que tendencialmente estão mais confortáveis com as ferramentas tecnológicas, se integrarem acrescentando muito valor à profissão.