Início Atualidade “A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL É UM DOS DESIDERATOS CONSIDERADOS NA MISSÃO DA EMPRESA”

“A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL É UM DOS DESIDERATOS CONSIDERADOS NA MISSÃO DA EMPRESA”

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“A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL É UM DOS DESIDERATOS CONSIDERADOS NA MISSÃO DA EMPRESA”

A TRATOLIXO tem como missão assegurar o tratamento e a valorização dos Resíduos Urbanos, tendo sempre em consideração os princípios da sustentabilidade. Que técnicas avançadas, seguras e ambientalmente adequadas são utilizadas no tratamento destes resíduos?
A TRATOLIXO tem uma Central de Triagem de Embalagens, no Ecoparque de Trajouce, em Cascais, que permite recuperar o máximo valor dos materiais depositados pelos nossos munícipes nos ecopontos, por sistemas maioritariamente automatizados. Para além disso, a Central de Digestão Anaeróbia da TRATOLIXO, no Ecoparque da Abrunheira, em Mafra, é a maior do seu género na valorização dos resíduos alimentares contidos nos Resíduos Urbanos, convertendo-os em biogás, utilizado na produção de energia eléctrica e calor. Este processo produz ainda um composto, que é comercializado como corretivo orgânico de solos.

Fruto do trabalho árduo e dedicado dos trabalhadores da TRATOLIXO, resultam produtos reciclados diversos, que são encaminhados para a valorização. Fale-nos deste processo.
Em todos os processos de tratamento tentamos recuperar a maior quantidade possível de materiais para reciclagem. Este processo é facilitado quando os resíduos provêm de recolhas seletivas, como no caso dos ecopontos, em que a separação dos materiais nas suas diversas categorias se torna mais fácil. Apesar de serem todos colocados no ecoponto amarelo, por exemplo, os plásticos têm que ser separados em PET, PEAD e PEBD, para serem então devidamente enviados para as unidades de reciclagem específicas desses materiais.
Mas, até nas recolhas indiferenciadas tentamos, mecânica ou manualmente, recuperar materiais. Destacam-se os metais ferrosos e não ferrosos cuja separação é mecânica e bastante eficaz, ainda assim, quando a recolha é indiferenciada, a mistura de materiais é tal, que torna muito mais difícil a sua recuperação.

A TRATOLIXO faz questão de não só prestar um serviço ambiental, através do tratamento de resíduos, mas também de exercer um papel preponderante a nível social. De que forma apoiam e contribuem para suprir as carências existentes na sociedade?
A TRATOLIXO faz questão de prestar não só um serviço ambiental através do tratamento de resíduos, mas também educacional e social. A TRATOLIXO, já tem no seu ADN, a vontade e a convicção de caminhar rumo à criação de uma sociedade mais inclusiva, o que é para a empresa uma honra. Sendo a Comunidade, uma das partes interessadas a que a TRATOLIXO está atenta, e tendo consciência das inúmeras carências que perpetuam ao nosso redor, temos tido o privilégio de contribuir para causas nobres, colaborando ao longo dos anos com diversas IPSS.
Estas IPSS têm uma parceria com a TRATOLIXO, através da recolha de tampinhas de plástico, que por sua iniciativa recolhem e entregam na TRATOLIXO. A retoma destas tampinhas para reciclagem, neste caso, é convertida em apoio financeiro.
Nesta área, temos mantido o reforço e o empenho na prestação de um contributo com impacto positivo nas comunidades locais onde nos inserimos, na medida em que as múltiplas carências por suprir são objecto da nossa preocupação e envolvimento.

Na sua opinião, onde começa e acaba a responsabilidade social no que à sustentabilidade ambiental diz respeito?
A Sustentabilidade Ambiental é um dos desideratos considerados na missão da empresa. O conceito de Responsabilidade Social pode, pois, ser entendido em duas perspectivas: a nível interno, o que se relaciona com os trabalhadores; e a nível externo, o que considera as consequências das acções de uma empresa sobre a sua envolvente externa, incluindo, entre outros elementos, as suas partes interessadas e o ambiente.
Nas relações com os nossos stakeholders assumimos um comportamento empresarial ético e responsável, unimos esforços na elevação da auto-estima dos trabalhadores, promovemos a cidadania individual e colectiva através de acções de sensibilização nas escolas e em eventos ambientais, como exercício de consciência ecológica: investimos em programas de educação ambiental difundindo valores, atitudes e boas práticas ambientais, fomentamos a estratégia de integração social patente nas campanhas de solidariedade com preocupações de inclusão social.
Igualmente, assumimos a Responsabilidade Social como estratégia de recursos humanos, tendo acções focadas nos trabalhadores e seus familiares, dando como exemplo recente, durante o confinamento, a entrega de computadores a filhos de trabalhadores, conferindo-lhes as condições para poderem assistir às aulas através da telescola.

Atravessamos mundialmente um momento atípico provocado pela COVID-19, e com ele adaptações foram exigidas a esta nova realidade. No que concerne ao tratamento de resíduos, que comportamentos devemos adotar e que cuidamos devemos ter, por exemplo, quanto às luvas e máscaras usadas? Que conselhos gostaria de deixar à população?
Não sendo resíduos recicláveis e eventualmente podendo estar contaminados, as máscaras, as luvas e os lenços devem ser sempre colocados no contentor do indiferenciado. As pessoas que se encontram infetadas ou em isolamento profilático devem ter os seus resíduos colocados em dois sacos, um dentro do outro, bem fechados. Estes sacos não devem estar totalmente cheios, têm de estar bem fechados e ser depositados dentro do contentor de indiferenciado (lixo comum). Esses sacos em situação alguma devem ser depositados no chão, se o contentor habitual estiver cheio, deverá dirigir-se a outro mais próximo.
Atualmente, nos municípios da área de abrangência da TRATOLIXO, em Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, estão a decorrer 4 projetos-piloto:
• Em Cascais: no Bairro da Torre, Bairro da Escola Técnica, Carcavelos, Junqueiro, Lombos Norte e Sul, Quinta de São Gonçalo e Rebelva.
• Em Mafra: na Ericeira.
• Em Oeiras: Miraflores e Linda-a-Velha.
• Em Sintra: abrangendo as localidades de A-dos-Francos, Albarraque, Bairro da Felosa, Bairro da Tabaqueira, Cabra Figa (de Baixo), Casal do Marmelo, Covas, Manique de Cima, Moncorvo de Baixo, Moncorvo de Cima, Paiões, Rio de Mouro (velho), Serradas, Varge Mondar e Várzea.
Cada município já procedeu à entrega em cada habitação, de um contentor castanho e de sacos verdes, para se poderem colocar os resíduos orgânicos. Depois de acondicionados neste saco específico, deverá fechar-se o mesmo com um duplo nó, evitando assim que o saco se abra, depositando-o de seguida no contentor de resíduos indiferenciados.
Os sacos são feitos a partir de plástico 100% reciclado e têm esta cor diferenciada para serem facilmente separados na Tratolixo.
Ao separar os restos de comida, estão-se a reduzir os resíduos enviados para a aterro, acorrendo a um maior aproveitamento de recursos para a produção de energia e composto orgânico.
Pretende-se criar um modelo de recolha seletiva de bioresíduos (restos de comida) que se torne uma boa prática para todos os cidadãos. A recolha seletiva de bioresíduos vai ser obrigatória em Portugal a partir de 2023. Para facilitar este novo hábito, estão a decorrer os referidos projeto-piloto.
Este sistema vai permitir às câmaras municipais fazerem esta recolha sem qualquer investimento adicional. Trata-se de uma alternativa mais eficaz, mais eficiente e de investimentos mais reduzidos, em vez de criar novos circuitos e novos contentores para a recolha dos bioresíduos.
A TRATOLIXO publicou no seu site o estudo “Relatório final da Avaliação Técnica, Económica e Ambiental do Sistema de Recolha Seletiva de Bioresíduos em Co-Coleção” em https://bit.ly/3mWCfaY do qual se conclui que essa solução é mais rentável, mais resiliente e mais sustentável do que qualquer outra, para o cumprimento das metas que se pretendem atingir tanto em Portugal, como na Europa.

O ano de 2015 ficará na história como o ano da definição da Agenda 2030, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – aprovada na cimeira das Nações Unidas. Com base nestas questões, cabe também à TRATOLIXO sensibilizar os cidadãos para o impacto dos comportamentos no futuro do planeta? Que iniciativas promovem neste sentido?
Diariamente, estamos presentes nas escolas. Promovemos comportamentos cívicos, divulgamos valores e boas práticas ambientais. Igualmente promovemos ações em empresas e quando for novamente possível, retomaremos as mesmas em eventos.
A reciclagem, pese embora tenha um longo caminho a percorrer, tem vindo a ser incrementada e a quantidade de resíduos que são colocados nos ecopontos (equipamentos de recolha seletiva de resíduos) têm vindo a aumentar de ano para ano.
Apesar da atual situação pandémica e na impossibilidade de realizar ações presenciais, a Comunidade Educativa continua a receber a TRATOLIXO nas suas escolas, através de sessões síncronas, atividade que temos vindo a desenvolver de forma articulada na nossa área de intervenção e que pensamos manter, melhorar e proporcionar a um maior número de alunos, professores e auxiliares de ação educativa.
Desde o ano passado, que a TRATOLIXO tem em funcionamento no Ecoparque de Trajouce, a nova Central de Triagem de Embalagem dedicada à recolha seletiva, permitindo uma recuperação de materiais recicláveis alinhadas com os indicadores definidos no PERSU 2020.

Faltam dez anos de ação global para mudar o mundo, de acordo com a Agenda 2030. Acredita que existe ainda um longo caminho a percorrer ou já obtivemos mudanças significativas? Existe agora uma maior conscientização do que há cinco anos, aquando da aprovação destes 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável constituem os pilares basilares de uma sociedade moderna e equilibrada, capaz de gerar emprego e riqueza, respeitando, em simultâneo, a natureza e os direitos humanos. Os ODS obrigaram a uma maior conscientização alertando governos e cidadãos para uma mudança de comportamentos. Foram promovidos maiores investimentos em programas de desenvolvimento sustentável que têm permitido ganhar terreno para atingir esses objectivos, que actualmente poderão estar prejudicados, decorrente da situação pandémica. Estamos a pensar nomeadamente na redução das desigualdades, na erradicação da pobreza e da fome, na educação e saúde de qualidade, no trabalho digno e no crescimento económico que estão actualmente muito comprometidos. Os desafios já eram grandes, agora são enormes, e só um esforço comum, poderá promover o bem-estar e a prosperidade de todos.

O que irá a TRATOLIXO implementar no futuro, do modo a reforçar o seu empenho para a prestação de um contributo com impacto positivo nas comunidades em que se insere?
A TRATOLIXO, juntamente com os quatro municípios que serve (Cascais, Oeiras, Mafra e Sintra) está a desenvolver um projcto para a implementação da recolha seletiva de bioresíduos, isto é, os restos alimentares de todas as habitações. Também irá construir uma unidade de compostagem de resíduos verdes, para produção de composto da mais alta qualidade, um investimento de 6,1 M€ (financiado a 85% pelo POSEUR). Até 2023, serão efetuados investimentos importantes na sensibilização, na recolha e nas unidades de tratamento de resíduos para permitir este novo salto tecnológico na área do tratamento de resíduos. Nas duas unidades de tratamento de resíduos da TRATOLIXO, serão investidos um total de cerca de 9 M€ (financiado a 85% pelo fundo de coesão). Este conjunto de investimentos permitirá aumentar em muito a circularidade de toda a comunidade, uma vez que esta tipologia de resíduos – os bioresíduos – representam cerca de 50% de todos os resíduos urbanos produzidos, desviando-os dos aterros e convertendo-os em energia elétrica renovável e composto.