Os problemas sociais que predominavam no pós 25 de abril despertaram até aos dias de hoje a forma como Eugénio Leite encara a comunidade e o mundo. Levaram-no desde logo a integrar o movimento leonístico – um movimento de solidariedade social, Lions Clubes de Portugal e do qual chegou a ser Governador – sendo cada vez mais evidente a necessidade de olhar para os outros de modo diferente e a auxiliar sempre fosse necessário.
Com um percurso académico de mérito incontestável e na sua carreira profissional de médico foi reconhecido com mérito nas vertentes académica, assistencial e de investigação, tendo por isso participado em congressos, palestras e conferências e publicado inúmeros trabalhos da sua autoria.
Em entrevista, Eugénio Leite frisou que “se sou quem sou, devo à comunidade que me acolheu e há um momento na vida em que devemos retribuir à comunidade aquilo que ela nos permitiu ser”. Assim, as Clínicas Leite, com mais de duas décadas de existência, são uma referência na área da saúde, destacando-se pelos seus serviços de excelência e pela aposta constante na inovação, assumindo um papel de responsabilidade enquanto educadores para a saúde. Mas não só, desde sempre que também a vertente solidária com a infância foi marcante e apoiaram instituições de crianças, “com a perspetiva de lhes oferecer qualidade e ajudá-las a trilhar o seu caminho de esperança no futuro”, afirma Eugénio Leite.
A Fundação Eugénio Leite é, assim, um completar e expandir da responsabilidade social que tanto se tem vindo a evidenciar na sua vida pessoal e empresarial, e na qual resultaram duas missões distintas: “por um lado uma delas assumiu a minha pessoa como ser humano e como profissional, que está por detrás da Fundação, o médico oftalmologista e o ser humano Eugénio Leite, e que tudo tem a ver com a medicina e dando origem à missão #1, na área da saúde. Esta missão trabalha a educação do doente diabético em múltiplas vertentes do quotidiano do diabético, dando-lhes as ferramentas possíveis, e acima de tudo que é totalmente plausível ter uma alimentação adequada sem gastar muito dinheiro, o domínio da economia familiar e todos os exercícios que são necessários realizar assim como um conjunto de outros cuidados necessários para uma boa qualidade de vida”, explica o nosso entrevistado. Neste âmbito, serão organizados workshops e formações onde serão apresentadas por elementos da sociedade altamente qualificados, demonstram que tudo aquilo que é defendido pela Fundação é uma realidade possível e fornecem pistas, dicas e estratégias para alcançarem os objectivos pretendidos.
Já a missão #2 está relacionada com a infância e juventude, nomeadamente de crianças e jovens institucionalizados. Nesta vertente, é-lhes dado um suporte técnico, social e humano para a sua reintegração social e profissional, promovendo e orientando o seu trajeto escolar, investindo na sua orientação vocacional e potenciando oportunidades válidas no mercado profissional. “Na prática o objetivo é identificar quem são as crianças e jovens institucionalizadas com potencial futuro e a partir desse momento, arranjar apoios para que os mesmos possam fazer o seu percurso académico, humano e integração no mercado de trabalho, sabendo que têm um apoio financeiro, um acompanhamento e suporte profissional e humano para atingirem este objetivo final, ”, acrescenta Eugénio Leite. Este objetivo final acontece no momento em que ingressam no mercado de trabalho. Nessa altura, eles voam e a mesma oportunidade será oferecida a outros que necessitam.
É certo que a Fundação Eugénio Leite não vive pelo e para o seu reconhecimento social, mas sim pelo exemplo e pela mensagem que pode, com as suas diversas virtudes, transmitir à comunidade. Ainda assim, ao fim de 23 meses, o passado dia 6 de novembro de 2020 ficará marcado na sua curta existência pela congratulação e reconhecimento como Utilidade Pública em Diário da República. Eugénio Leite viu o seu trajeto de mais de três décadas dedicadas ao amor ao próximo distinguido por fazer a diferença na comunidade. Perante este facto, o nosso interlocutor afirma que “o facto de sermos vistos como Utilidade Pública, potencia e muito a nossa capacidade de arranjar apoios e os suportes necessários para desempenhar as missões a que nos propusemos. E aqui está o fundo da virtude, o complemento que marca o passo seguinte para a Fundação”.
UM FUTURO COM MARGEM EXPONENCIAL PARA AUMENTAR A CAPACIDADE DE INTERVENÇÃO SOCIAL
O ano de 2021 promete ser promissor para a Fundação Eugénio Leite e para a concretização dos seus objetivos. Na vertente da saúde, especificamente na educação do doente diabético, são já três os workshops agendados, em três pontos diferentes de Portugal. Também extremamente importante, será o trabalhar do princípio da economia familiar, que surge como um complemento, onde serão dadas as ferramentas para rentabilizar as receitas existentes e assim criar condições para que tenham os cuidados necessários e mais adequados para a sua condição diabética.
No que à missão na área da infância diz respeito, o propósito passará por aumentar exponencialmente a identificação de crianças e jovens com potencial – os mesmos que também terão de mostrar que, além do seu potencial, existe empenho, dedicação e por fim o mérito desejado para que a Fundação Eugénio Leite conceba as oportunidades que marcarão eternamente o seu futuro.
Atualmente a Fundação tem neste momento dois polos de apoio, um em Lisboa e outro em Coimbra. Mas a intenção é que as ações desenvolvidas sejam a nível nacional, mas não ficará pelo plano nacional. Eugénio Leite vive lado a lado com a ambição da solidariedade social pessoal e empresarial nacional e internacional e para si, só assim faz sentido. “Solidariedade social e empresarial só tem sentido e significado quando se expressa na comunidade e só nos realizamos quando devolvemos á comunidade um pouco daquilo que ela nos deu para sermos o que somos.”, frisou.
Por conseguinte, estão a ser já tidas conversações e abordadas parcerias internacionais que farão parte a curto prazo das ações no futuro da Fundação Eugénio Leite.