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“OS RECURSOS HUMANOS SÃO DE FACTO A NOSSA MAIS-VALIA”

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“OS RECURSOS HUMANOS SÃO DE FACTO A NOSSA MAIS-VALIA”

A Tecla, que deu origem ao Grupo, foi fundada por Consuelo Costa em 1958. Honrando-se de ser uma das primeiras instituições privadas de formação profissional, encontrava-se particularmente vocacionada para o desenvolvimento de ações de formação profissional nos domínios do Secretariado, Turismo, Recursos Humanos, entre outros.
O nosso entrevistado, Pedro Pereira de Carvalho, desde sempre ligado ao mundo da formação, conta com um vasto percurso profissional dedicado a potenciar as capacidades e os talentos de jovens adultos que visem ser profissionais qualificados. Assim, surgiu, há 12 anos – e por convite da Fundadora – assumir a marca, alterando a estratégia que a mesma tinha até então. Deste modo, começou por modificar a designação de Tecla, para Grupo Tecla (consolidado apenas no ano de 2020), uma vez que a marca tem vindo a adquirir participação em empresas com outras áreas de negócio, que não apenas a formação, como no ramo turístico e mais recentemente na área da saúde, financeira e do vestuário.
“Começamos por sentir necessidade de alterar a estratégia da empresa por sabermos que hoje em dia, dada a constante mutação do próprio mercado, as empresas têm de se ir adaptando. Por isso, deixamos de ter apenas essas áreas de formação, para alargarmos o nosso âmbito a esse nível”, começa por afirmar o Chairman. Atualmente, dependendo da região onde a empresa se encontra, existem áreas que são mais relevantes do que outras. “Por exemplo, se formos para o norte, acabamos por trabalhar mais a área comercial, se for nos Açores, a área da hotelaria é a mais predominante, bem como na Madeira e no Algarve”, esclarece.
Certo é, no Grupo Tecla, não existe um catálogo já desenhado. Primeiramente, o cliente identifica as suas necessidades e os objetivos que pretende alcançar e, só depois isso, é construído à medida o seu plano de formação. “Se uma empresa que atua no ramo da hotelaria quer desenvolver uma formação em primeiros socorros, será seguramente diferente daquela que trabalha na área da construção, uma vez que se tratam de empresas com especificidades distintas”, afirma Pedro Pereira de Carvalho. Somente a formação financiada não é à medida, uma vez que tem de obedecer a determinados requisitos, nomeadamente no que respeita a cargas horárias e respectivos programas.
Também no que respeita a Seminários e Workshops desenvolvidos e criados pelo Grupo Tecla, quando o cliente procura a empresa o processo é idêntico ao da formação – o cliente exprime o que pretende e só depois é desenhado o evento.
Certo é, que todo este sucesso na promoção do desenvolvimento de projetos de investigação nas diversas áreas já referidas e atividades com o objetivo de reforçar a importância das parcerias para o bem da comunidade, se deve – e muito – à equipa. “Os Recursos Humanos são de facto a nossa mais-valia”, reconhece Pedro Pereira de Carvalho.
Exemplo disso mesmo e de forma a reconhecer esta mesma equipa espalhada não só por várias cidades nacionais, como internacionais, o nosso interlocutor confidenciou-nos que é realizado, anualmente, um evento com o objetivo de juntar durante dois dias os parceiros, clientes e colaboradores a fim de debater temas de desenvolvimento pessoal onde a palavra “trabalho”, não é mencionada.

UM SABER DO FUTURO A PAR DA INOVAÇÃO
Consciente de que não basta refletir mas sim aplicar, sendo necessário inovar para poder proporcionar a qualidade dos serviços, há muito consolidada pelo Grupo Tecla, a inovação já pertence ao seu quadro de valores em situações ditas “normais”. Hoje, que vivemos uma revolução pandémica é necessário, ainda mais, que exista essa mesma consciência.
Não é por acaso que, quando abordado o tema, Pedro Pereira de Carvalho afirma que considera o ano de 2020 – aquando do aparecimento da pandemia – extraordinário para o Grupo Tecla, uma vez que, entre outros acontecimentos, se sucedeu a expansão da sua internacionalização, a par do que já tinha acontecido anteriormente, tendo aberto um escritório em Maputo e uma delegação na cidade da Beira, em Moçambique e ainda durante o 2º semestre a representação na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde. “Esta experiência também acaba por dar um know-how que nos permite adaptar às mudanças a que o mercado está sujeito e, de certa forma, até sermos pioneiros em algumas soluções”, afirma o nosso entrevistado.
Assim, indiscutivelmente, de forma abrupta, e como tantas outras empresas, em plena crise pandémica, houve um reajustar das metodologias de trabalho. Contudo, apesar de todos os medos e receios, a família Tecla nunca – em momento algum – baixou os braços.
Tendo inicialmente suspendido as suas atividades, entre elas, seminários que estavam a ser planeados, a empresa sugeriu a sua realização através de outro formato, o digital, como foi o exemplo do seminário realizado em parceria com a Câmara Municipal de Torres Vedras. “Foi bastante interessante, a adesão foi ótima e os resultados extraordinários”, exemplifica Pedro Pereira de Carvalho.
Mas não só, a partir do dia 13 de março (data que marca o início do derradeiro cenário que hoje conhecemos), os formandos começaram a ser preparados para o ensino à distância e até mesmo os formadores, de forma a melhor preparar o que se sucedia, tendo a empresa proporcionado uma formação obrigatória para ministrar formação à distância, mas gratuita, de 30 horas a todos os elementos da equipa pedagógica.
Em toda a envolvente desta preparação, não foram esquecidos os alunos que não tinham à data condições para participar eficazmente nas soluções de ensino à distância. Assim, o Grupo Tecla forneceu equipamentos tecnológicos, bem como internet para responder às suas necessidades. Esta solidariedade já bem conhecida, uma vez que apoiam também a construção e manutenção de escolas para crianças carenciadas nos PALOP – tendo o último projeto sido uma escola de música em Cabo Verde, doando instrumentos musicais, equipamentos informáticos, entre outros. A responsabilidade social pertence aos valores corporativos ainda do tempo da fundadora Consuelo Costa, algo que hoje se perpetua através do atual chairman.
No que concerne ainda à pandemia, e após tudo estabelecido, Pedro Pereira de Carvalho admite que “foi um ano francamente positivo”, e mais, há uma lição que, segundo o próprio devemos retirar desta problemática. “Penso que, apenas quando tudo isto acalmar, é que iremos aperceber-nos que sofremos uma outra revolução… a digital. No que ao ensino à distância diz respeito, sabemos que as soluções encontradas farão certamente parte do futuro. Caminhamos para soluções que passam por um ensino misto. Há temáticas que podem perfeitamente ser tratadas em plataformas digitais, há outras que o ensino presencial é uma mais-valia. As tecnologias vão pertencer cada vez mais à nossa realidade e a pandemia só veio despertar para tal”.
No seio do Grupo Tecla, esta medida será indubitavelmente aplicada.

PROJETO DE VIDA LIGADO À IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
De facto, o tema da igualdade de oportunidades diz respeito e muito ao percurso tanto académico como profissional de Pedro Pereira de Carvalho e até mesmo aplicado no Grupo Tecla.
Será que a igualdade de oportunidades é uma realidade na sociedade portuguesa? Para o nosso entrevistado, Portugal tem a legislação mais bem conseguida quanto ao tema, contudo, se é ou não aplicada é outra questão. “Partimos do pressuposto que ela existe porque temos uma base legal que a sustenta, mas efetivamente tal não acontece na prática. É curioso, como estamos num país tão pequeno e com realidades tão distintas. Basta olharmos de norte a sul, entre o litoral e o interior, obviamente que as oportunidades são diferentes. É algo pelo qual tenho lutado”.
Enquanto empresa, existe desde sempre uma grande preocupação em oferecer todos os serviços e produtos de igual forma a quem os assim deseja, estando efetivamente ao alcance de todos. Como? O nosso entrevistado assegura convictamente que nunca poderá ser um entrave o aluno não poder frequentar um curso pelo simples facto de, por exemplo, viver numa outra cidade onde os acessos sejam mais complexos. “Nós temos alunos a quem proporcionamos subsídio de alojamento e de jantar por se encontrarem deslocados das suas cidades de origem. Todos, repito, todos têm de ter a mesma oportunidade”.
De maneira a motivar estes mesmos alunos, o Grupo Tecla dispõe de várias estratégias, nomeadamente, através da participação em programas de Erasmus que lhes permite conhecer outras cidades internacionais e trocarem experiências que farão garantidamente a diferença no seu futuro. Programas esses totalmente financiados, que salvaguardam todas as despesas.
No caso da formação profissional, que é de facto o core business do Grupo, Pedro Pereira de Carvalho dá o exemplo do recente projeto nos Açores – nove ilhas ao todo, onde a desigualdade de oportunidades persiste. “Por questões geográficas, os Açores no seu todo não têm as mesmas oportunidades.
Quem vive nas Flores, naturalmente não está tão próximo das oportunidades de formação como quem reside em São Miguel”, acrescentando ainda que “algo que a Tecla concretizou e que para mim é a base de todo o nosso trabalho, tem a ver com esse mesmo projeto. Primeiramente seria na Ilha de São Miguel, ainda assim fiz questão que o mesmo fosse distribuído por outras ilhas… Passamos a realizar o projeto na Terceira, em São Jorge, nas Flores e no Pico, onde mais nenhuma entidade desenvolve este género de iniciativas”.

MAS NÃO FIQUEMOS POR AQUI
Foram desenvolvidas duas pós-graduações sobre Economia Social e Gestão de Vendas e o mais recente projeto neste âmbito, o desenvolvimento de uma nova ação sobre os temas da igualdade de oportunidades e responsabilidade social, na Madeira, totalmente gratuitas para licenciados desempregados em que cada um dos formandos fosse proveniente de cada concelho, incluindo de Porto Santo – local onde também não existe nenhuma entidade formadora, por estas estarem maioritariamente no Funchal.
Aqui, mais uma vez, tem o importante suporte das pessoas que trabalham no Grupo Tecla e que se dedicam a 100 por cento a estas iniciativas. E, não só a equipa é uma peça fundamental na história, também os parceiros têm tido um papel preponderante na realização de projetos que fazem todos os dias a diferença na vida de quem participa. “O IEFP – que é quem tutela os nossos cursos de Aprendizagem – tem sido um parceiro de peso e ao qual estou extremamente grato por nos ajudar a mudar a vida dos nossos jovens”.

FUTURO PROMISSOR
As ideias para o futuro próximo são mais do que muitas, começando por reestruturar novamente o site (algo que já tinha sido anteriormente reformulado aquando da mudança de designação para Grupo Tecla – www.grupotecla.com), uma vez que recentemente foram adquiridas participações em empresas de outras áreas de negócio.
Além disso, “vamos lançar uma nova estratégia para o nosso operador turístico, bem como para a área financeira e da saúde, este último que estamos a desenvolver em parceria com um hospital privado”, confirma Pedro Pereira de Carvalho.
Já em 2021 e a pensar também em 2022, avizinham-se tempos extremamente positivos, uma vez que “em termos de projetos adjudicados e de programação, irão bater qualquer número que temos vindo a revelar, tanto no que respeita ao volume de negócios como ao número de projetos.
Acima de tudo, queremos ser uma empresa que pode e consegue fazer a diferença – algo que só é possível com a equipa de excelência que o grupo tem. Uma equipa que veste a camisola e que é como uma família. Eles são o Grupo Tecla”, conclui o nosso entrevistado, notoriamente orgulhoso.