Primeiramente, de forma a contextualizar os nossos leitores, gostaríamos de começar por conhecer a história da Cláudia Antunes. O que nos pode contar?
O meu nome é Cláudia Antunes e tenho 32 anos. Nasci em Coimbra, vivi em Luanda, Lisboa e Madrid. Atualmente resido e trabalho em Águeda. Formei-me em Arquitetura e mais tarde realizei uma pós-graduação em BIM – Building Information Modeling, que viria a transformar todo o meu percurso profissional. Enquanto mulher e profissional dedicada ao setor da construção, destaco ainda o cargo que assumo desde 2020 de Regional Lead em Portugal das WIB – Women in BIM, um grupo internacional criado em 2012, com o objetivo de apoiar as mulheres que exercem funções relacionadas com BIM e construção digital por todo o mundo. Considero-me uma pessoa comunicativa, dinâmica e empreendedora. Gosto de enfrentar novos desafios e realizar objetivos e conquistas pessoais e profissionais.
Atualmente assume o cargo de BIM Consultant na StratBIM® – uma marca que oferece serviços de formação, consultoria e desenvolvimento de soluções digitais para o setor da construção. Que mais-valias esta posição trouxe à sua carreira profissional?
O setor da construção é bastante tradicional e, por conseguinte, uma das indústrias com índice de inovação e desenvolvimento tecnológico mais reduzido. A StratBIM®, enquanto entidade que tem por base da sua atividade, o desenvolvimento de soluções para apoiar a transição digital de todos os intervenientes do setor, considerei uma excelente oportunidade de integrar um projeto de futuro, com o qual me identifico e reconheço o potencial de crescimento. Assim, enquanto Consultora BIM, destaco como uma mais-valia a dimensão estratégica e integrada dos serviços que prestamos, uma vez que me permite, em conjunto com os clientes e potenciais clientes, pensar o futuro, criar metas e objetivos e apoiá-los na implementação da metodologia BIM nas suas organizações. Acompanhar a evolução digital e crescimento destes profissionais e empresas, é sem dúvida muito recompensador. Numa perspetiva complementar ao cargo de Consultora, sou também formadora na StratBIM®. Esta função permite-me fazer algo que valorizo muito, que é a possibilidade de transmitir o conhecimento que venho a adquirir sobre BIM e poder partilhá-lo com todos os interessados e entusiastas destas temáticas. Igualmente importante, considero que toda a aprendizagem contínua, troca de experiências e proximidade com os formandos, bem como a permanente necessidade de atualização de conhecimentos, me motivam cada vez mais enquanto profissional.
Anualmente celebra-se a 8 de março o Dia Internacional da Mulher: uma data que é cada vez mais recordada como um dia para reivindicar igualdade de género. A título de exemplo, como olha para o tema? Ao longo do seu percurso, alguma vez sentiu dificuldades acrescidas pelo simples facto de ser mulher?
É amplamente reconhecido que a indústria da construção mantém uma cultura tradicionalmente masculina. Pessoas que não ‘se encaixam’ nessa cultura podem enfrentar barreiras no desenvolvimento das suas carreiras. Infelizmente, esta cultura também faz com que muito mais mulheres abandonem ou adiem as suas profissões, em comparação com os homens. Assim, acredito que a próxima etapa é fornecer algum suporte motivacional e prático às jovens e mulheres que buscam o seu lugar na construção e em particular na área digital, algo que procuro implementar nas minhas ações e atividades enquanto representante das WIB em Portugal.
A terminar, que mensagem deixaria a todas as mulheres?
Se alguma vez houve um momento para refletir e pensar no papel das mulheres e da sociedade em geral, é agora. Neste tempo sem precedentes, de bloqueios e isolamento globais, onde todas nós temos a oportunidade de fazer um balanço, refletir e reavaliar as prioridades atuais e futuras. Que este seja por fim, um momento determinante para antecipar e preparar a estratégia pessoal e profissional, onde as competências e potencialidades únicas de cada Mulher, possam alavancar um futuro repleto de sucessos.