Ao longo da sua história, a Michelin estabeleceu aspirações que gostaria ver cumpridas a longo prazo. É por todos conhecido que o objetivo para 2020 era converter a Michelin numa das empresas mais inovadoras, responsáveis e eficientes do mundo durante o exercício das suas responsabilidades económicas, ambientais e sociais. Para este ano, do que já decorreu (quase) metade, quais as metas que estabeleceu?
Desde há 130 anos, a segurança forma parte da cultura da Michelin e é uma prioridade absoluta.
A Michelin já pôs em marcha a sua estratégia “Tudo Sustentável” para 2050 e definiu os seus primeiros objetivos para 2030.
A estratégia do Grupo Michelin baseada em 3 P’s: People (pessoas); Planet (planeta) e Profit (resultados); pondo sempre no centro das nossas decisões e ações os nossos clientes e trabalhando para impulsionar novas oportunidades de negócio.
A Michelin impôs a si própria um desafio enorme: integrar 100% de matérias primas sustentáveis no fabrico dos seus pneus em 2050. Hoje em dia 28% das matérias primas são renováveis, fixando o objetivo de que em 2030 alcance 40% e 100% em 2050.
Para que todos os componentes do pneu sejam sustentáveis.
Tal será possível graças a uma maturidade tecnológica muito avançada no âmbito dos materiais de alta tecnologia e uma multiplicidade de programas ambiciosos e bastante inovadores.
Outros objetivos: A luta contra o aquecimento global: através da elaboração de produtos que reduzam cada vez mais o consumo de combustível e as emissões de CO2, sem perder performances até alcançar o indicador de desgaste**. Exemplo mais recente: MICHELIN e.Primacy. Em 2030, a eficiência energética dos nossos pneus será 20% maior (em relação a 2010).
Compromissos com o meio ambiente que aplicados especificamente nos nossos centros de produção reduzem a sua marca no meio ambiente. (proteção de zonas e espécies protegidas, utilização de energias renováveis, objetivo zero emissões, entre outros).
Em 2050, todas as nossas fábricas conseguirão atingir a neutralidade nas emissões de carbono.
Com todos os serviços e soluções, as experiências de mobilidade e os materiais de alta tecnologia orientados à inovação, de que forma a Michelin combinou este caminho com a sustentabilidade?
O desafio da Michelin é tornar real a visão “Sustentabilidade a todos os níveis” do Grupo.
A mobilidade conectada das nossas ofertas de Serviços e Soluções permite diminuir o impacto ambiental dos pneus durante a sua vida útil e reduz os resíduos, ao mesmo tempo que melhora a segurança e a produtividade das operações dos nossos clientes.
Os projetos realizados com matérias primas de origem biológica ou renovadas, mediante técnicas de reciclagem inovadoras, quer dizer, o campo dos materiais de alta tecnologia contribui na visão da Michelin, para um desenvolvimento equilibrado que responde às novas necessidades e, ao mesmo tempo, conserva os recursos do planeta.
Atualmente, a Michelin quer ampliar esta abordagem e valorizar estes conhecimentos mais além do pneu, nos novos âmbitos de desenvolvimento e mercados emergentes. Especialmente com novas aplicações de compostos flexíveis ou em campos prometedores como o do hidrogénio em benefício de uma sociedade mais respeitosa com o planeta e os seus habitantes.
Agora, mais do que nunca, há que apoiar e fomentar a inovação para que surjam novos produtos e tecnologias de vanguarda favoráveis ao meio ambiente e à criação de emprego.
A abordagem «tudo sustentável» da Michelin permitiu encontrar soluções capazes de promover um equilíbrio ideal entre a realização pessoal, o desenvolvimento económico e a proteção do planeta e dos seus habitantes. Como foi a resposta perante os planeamentos defendidos pela organização nos diferentes países em que opera e mais concretamente em Portugal?
Como comentámos anteriormente a estratégia do Grupo Michelin está baseada em 3 P’s: People (pessoas); Planet (planeta) e Profit (resultados); em todos os países alinhamo-nos a estas mensagens e trabalhamos para impulsionar novas oportunidades de negócio.
Esta estratégia da Michelin, também está em linha com os objetivos da UE e de cada um dos seus países, como é o caso de Portugal.
A implementação do Green Deal/Pacto Verde europeu é o incentivo adequado para fomentar a recuperação económica sustentável, tanto na Europa como noutros países.
A Michelin considera que a crise da Covid-19 e as suas consequências são uma oportunidade para acelerar todas as dinâmicas a favor da proteção do meio ambiente.
Apesar de ser do domínio público que Portugal encontra-se na vanguarda do processo de neutralidade do carbono, quais seriam os principais desafios que o país enfrentará até 2050?
A estratégia da Michelin enquadra-se no Acordo de Paris assinado durante a COP21 em 2015.
O Grupo atua a favor da transição energética e da mobilidade com baixo teor de carbono, apoiando-se em 4 eixos:
– O Reduzir as emissões de CO2 em 50% até 2030 nos seus centros de produção (em valor absoluto) e conseguir a neutralidade em carbono no ano 2050.
Em matéria de logística, com as nossas ações pretendemos transportar menos, transportar melhor e transportar de outra forma.
– O Reduzir o consumo de energia originado pelos pneus durante a sua utilização, -20% de consumo de energia originado pelos pneus por quilómetro percorrido até 2030 (respeitante a 2010).
– O Apoiar a implantação de um preço para o carbono à escala mundial que tenha em conta os desafios associados às emissões de gases de efeito estufa.
A Michelin é membro desde 2015 da Carbon Pricing Leadership Coalition administrada pelo Banco Mundial.
– O colocar os seus conhecimentos especializados ao serviço de novas soluções de mobilidade e tecnologias com baixo teor em carbono (hidrogénio).
A Michelin trabalha, por outra parte, em cada etapa do ciclo de vida dos seus produtos para reduzir o seu impacto no meio ambiente.
A Michelin é membro da Transport Decarbonisation Alliance (TDA), à qual também pertence Portugal e a cidade de Lisboa. (https://tda-mobility.org/).
TDA é uma colaboração única entre países, cidades / regiões e empresas – as “3Cs” – para acelerar a transformação mundial do setor do transporte para um sistema de mobilidade de emissões líquidas-zero antes de 2050.
Considera que este objetivo europeu enquadra-se no âmbito mais amplo de como sobreviver e prosperar num planeta finito, como espécie que continua a crescer a nível demográfico e que, legitimamente, aspira a alcançar padrões de comodidade e segurança cada vez maiores, quer seja pela sobrevivência da espécie humana como a das restantes espécies com as quais partilha o planeta? Seria legítimo afirmar que a população em geral já atingiu esta consciencialização?
Segundo a definição feita pela Comissão Brundtland das Nações Unidas em 1987, o desenvolvimento sustentável é aquela que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das futuras gerações. Ao ritmo atual de consumo de matérias primas não renováveis, de aquecimento global por emissões de CO2 e de descargas e resíduos, não iremos permitir às futuras gerações satisfazerem as suas necessidades. Já há muita gente que está convencida. Outros faltam por convencer mas não nos resta outro remédio senão agir.
Pode-se observar o compromisso da Michelin com a mobilidade sustentável (um dos setores para os que o Roteiro para a neutralidade do carbono assinala várias medidas), mas o que vai mudar (ou continuará a mudar) nas práticas da sua organização?
A ambição da Michelin é alcançar “Tudo Sustentável”, pelo que todos os nossos projetos, produtos e modos de fazer têm que ir nessa direção. O nosso principal compromisso, desde há mais de 30 anos, é o de fabricar pneus com menor resistência ao rolamento, portanto que consumam menos combustível diminuindo, assim, as emissões de CO2, assegurando as condições de segurança. Mas, em paralelo, temos muitos projetos que trabalham para uma Mobilidade Segura e Sustentável como acordos recentes para equipar de origem scooters életricas de Velca, ou projetos em curso para reduzir a marca de carbono entre os nossos empregados, com iniciativas que vão desde facilitar nas nossas instalações a possibilidade de carregar veículos elétricos, disponibilizar zonas de estacionamento para bicicletas e brevemente para trotinetes elétricas, incentivar os empregados para que optem por veículos sustentáveis…
Como agente diferenciador da sociedade e representante de uma organização com tais dimensões como é a Michelin que faz tudo o que é possível para conservar o meio ambiente, é importante proferir umas palavras sobre como esta responsabilidade social só funciona se todos nos convertessemos em atores da transformação. Por isso que mensagem gostaria deixar aos nossos leitores para que possamos alcançar a neutralidade do carbono daqui a 2050?
A sustentabilidade e a neutralidade de carbono é uma parte dessa sustentação, é uma tarefa de todos e é uma obrigação que temos face às futuras gerações