Fundada em 2010, a Quasinfalível prestou, nos primeiros anos, serviços de gestão de projetos e de PMO. Atualmente, é uma empresa especialista em qualidade de processos de software. Em que momento escolheu diversificar os seus serviços? Que marcos considera terem sido essenciais ao longo dos mais de dez anos no mercado?
Em 2015, a parceria com a PROQUA permitiu-nos reforçar o nosso posicionamento junto do CMMI Institute e tornarmo-nos um implementador com um peso de mercado bastante mais relevante. A atividade de consultoria de qualidade obriga a projetos de longevidade maior, mas não a 100%, o que não é muito fácil de compatibilizar com a nossa oferta de gestão de projetos. Mantivemos a ligação à gestão de projetos nas nossas atividades pro-bono, com a participação permanente em projetos internacionais e comités da IPMA.
Os clientes de maior dimensão da Quasinfalível são empresas de base tecnológica que precisam de notoriedade e reconhecimento face aos seus processos de desenvolvimento de software. Assim, quais são os serviços que disponibilizam e no fim, que valor aportam a esses mesmos clientes?
Os serviços que disponibilizamos são 80% serviços de consultoria e apoio de certificação. A certificação/acreditação com que mais trabalhamos é a mais reconhecida na área do desenvolvimento de software – o CMMI. Também trabalhamos muito com outras normas ISO que se aplicam ao mercado das empresas de software. A obtenção de uma certificação/acreditação permite aos nossos clientes não só melhorar os seus processos, como lhes dá o reconhecimento do compromisso com as melhores práticas perante o mercado em que atua.
Por outro lado, estamos cada vez mais focados nas metodologias ágeis como meio para atingir um processo ótimo de desenvolvimento de software. Nos últimos anos tem-se tornado evidente que o mundo está em constante mudança, e as organizações precisam evoluir e adaptar-se para se manterem competitivas. As metodologias ágeis permitem aos nossos clientes aumentar a produtividade e qualidade do seu trabalho, bem como reduzir o impacto dos riscos.
Além disto, o que também destaca a marca é o facto de, não só trabalharem nas instalações dos próprios clientes, como manterem contacto com universidades, escolas e redes de inovação em Portugal. Quão importante é partilhar a v/ experiência com as próximas gerações?
Muito! Por duas razões distintas: por um lado, pelo desafio de os motivar para a área de processo e de qualidade dentro do software (as universidades ainda se focam maioritariamente na programação). Por outro, para nos mantermos atualizados e na crista da onda, face a tudo o que evolui no nosso meio.
A pandemia que vivemos atualmente impactou o ambiente empresarial e trouxe incertezas para os empresários de todos os ramos do mercado. De que forma a gestão de projetos se tornou crucial – hoje mais do que nunca – para as empresas?
A nossa experiência foi bastante curiosa e clara nesta frente: empresas numa lógica mais ágil, com a gestão apoiada em pequenas equipas mais independentes, tiveram muito mais sucesso do que empresas com estruturas de gestão de projeto em cascata, onde grande parte das decisões eram tomadas pelo gestor de projeto. Equipas auto-organizadas, onde cada um se responsabiliza pela sua parte, tiveram muito mais sucesso em tempos de pandemia. Até mesmo porque o controlo à distância é realmente mais difícil de ser feito. A separação física cria uma separação psicológica, e só depende de cada indivíduo cumprir e entregar o seu melhor.
Mediante as consequências que se instalaram, os gestores de projetos necessitaram de definir as melhores estratégias para minimizar o impacto. Quais foram os principais processos para contornar esta crise?
Agilizar e descentralizar decisões, tornando os responsáveis por essas decisões também responsáveis pela sua implementação. Criar processos de sincronização mais leves, e dar meios às pessoas para comunicarem assincronamente de forma eficaz.
No ano em que a pandemia se instalou mundialmente, a Quasinfalível apostou na formação online para os seus clientes. Podemos considerar que esta iniciativa foi mais uma forma de minimizar os prejuízos?
A Quasinfalivel recrutou novos colaboradores em 2020 e quis manter-se em contato com o mundo. A formação foi um desafio que nos foi lançado e que nos obrigou a sistematizar e a organizar conteúdos que antes eram abordados de outra forma. Acreditamos que a formação nunca mais sairá do modelo híbrido, que este tem grandes vantagens e que o devemos usar e ajudar a fomentar. As nossas vidas já são diferentes e o remoto veio para ficar – não temos dúvidas.
“Trabalhamos com os clientes – não para eles”, é o mote da Quasinfalível desde sempre. Neste sentido, que projetos irão surgir no futuro da empresa para dar continuidade a este estado de parceria?
Vamos ser cada vez mais ágeis, nas propostas, na entrega e nos parceiros que escolhemos para trabalhar. Queremos uma comunidade de partilha e onde o nosso papel faça sentido para um mundo mais sustentável. Vamos continuar a ter sempre projetos pro-bono e a colaborar com as universidades, de modo a podermos partilhar com os nossos clientes o que vamos aprendendo nestes meios.