“Replicar os modelos de boas práticas que têm comprovado a excelência na prevenção de amputações do pé diabético deve ser uma prioridade nas unidades de cuidados primários. É necessário e emergente a inclusão dos podologistas nos cuidados de atenção primária ao pé diabético”, afirma Manuel Portela, presidente da APP.
E acrescenta: “O Estudo da Associação Médica Podiátrica do Estado de Nova Iorque mostra que a podologia diminui as hospitalizações por diabetes e os custos dos cuidados de saúde. A podologia ajuda as pessoas com diabetes a melhorar a sua qualidade de vida, permitindo que gerenciem com eficácia as úlceras do pé diabético, uma das principais causas de amputação”.
Manuel Portela salienta que, de acordo com os dados, cerca de 15 por cento das pessoas com diabetes desenvolvem uma úlcera nos membros inferiores, durante os anos de doença, e que 85 por cento das amputações tem historial de úlceras diabéticas. “As complicações que ocorrem nos pés destes doentes vão proporcionar uma diminuição da qualidade de vida destes indivíduos e um grande custo aos serviços de saúde”, observa.
De acordo com o Observatório Nacional da Diabetes, a taxa média de amputação do pé diabético em Portugal é de 5,4 por 100 mil habitantes. A zona Norte do país tem uma taxa de 3,4 /100 mil habitantes. “Uma amputação no pé implica custos que podem atingir os 25 mil euros, estimando-se que os custos com as amputações em Portugal podem chegar aos 25 milhões de euros por ano”, afirma Manuel Portela.
E termina: É emergente que o Ministério da Saúde aposte na Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético com integração da podologia nos cuidados primários de saúde, de forma a reduzir as taxas de amputação do pé diabético. A presença do podologista na consulta do pé diabético, especializada na avaliação, orientação e prevenção de patologias do pé, assim como o seu tratamento, permite reduzir inequivocamente esta catástrofe”.