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ForTrevo: De pessoas. Com pessoas. Para pessoas

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ForTrevo: De pessoas. Com pessoas. Para pessoas

Agile é um conceito global que ajuda as empresas a projetar e construir o produto certo. Com origem na indústria de IT, é um buzzword que descreve um método alternativo de desenvolvimento de software. Desta forma, como se dá o processo da metodologia Agile e que vantagens impulsiona aos negócios?

Lúcio Ferrão – O desenvolvimento que assenta em modelos Agile é o que mais utilizamos no dia-a-dia com os nossos clientes. Este modelo promove um conjunto de regras práticas como o facto de o desenvolvimento do produto ser feito de forma iterativa ou a existência de uma reunião, com designação de Scrum diária, todos os dias envolvendo todos os elementos da equipa técnica para que partilhem o que fizeram no dia anterior, o que irão fazer hoje e partilhem se estão bloqueados com alguma questão. Para que o desenvolvimento se inicie é necessário existir uma reunião de planeamento onde se pretende definir quais os desenvolvimentos a realizar na iteração seguinte. Para que estes desenvolvimentos se efetivem inicia-se então uma iteração que é no fundo uma janela de tempo de desenvolvimento cujo período médio é de duas ou três semanas. No final deste tempo é realizada uma demonstração do produto e são efetuadas, por norma, duas reuniões, uma de revisão e uma retrospetiva. A primeira com o cliente para que seja partilhado o feedback do que correu bem e do poderia ser melhorado, a segunda entre a equipa técnica para que partilhem também o feedback interno e aprendizagens e pontos de melhoria a aplicar na próxima iteração.

Este modelo de desenvolvimento permite receber feedback atempadamente o que permite a mudança de direção nos desenvolvimentos e redefinição de requisitos se assim se justificar, permitindo sempre ao nosso cliente ter a clara visão do que está a ser construído e a experiência continua do mesmo.

A pandemia que vivemos atualmente impactou o ambiente empresarial e trouxe incertezas para os empresários de todos os ramos do mercado. De que forma a gestão ágil dos projetos se tornou crucial – hoje mais do que nunca – para as empresas?

João Casanova – O facto de aplicarmos no nosso dia-a-dia metodologias de desenvolvimento ágil nos nossos projetos permitiu não sentirmos tanto impacto, pois se estivéssemos a utilizar modelos tradicionais correríamos o risco de entregar algo desadequado, sem que tivéssemos recebido feedback. Ao basear-se em ciclos de desenvolvimento mais pequenos com comunicação regular com o cliente, a metodologia Agile diminui esse risco. Para além disso, os negócios tiveram de se reinventar e de serem mais inovadores ainda, para se manterem relevantes. Esta situação que vivemos levou as próprias empresas e negócios a redefinirem os seus objetivos.

Com a aplicação de metodologias ágeis, ficámos todos a ganhar, pois se o feedback for dado de forma contínua e à medida que os processos do nosso cliente vão sendo ajustados, os sistemas que entregamos ajustam-se na mesma medida. Penso que nada melhor para evidenciar as capacidades e benefícios de adoção de metodologias de desenvolvimento ágil do que esta pandemia mundial.

Quais são as principais diferenças em utilizar a metodologia Agile ou um método tradicional na gestão de um projeto?

Joana Mourão – São claramente duas metodologias de trabalho diferentes e que se focam em pontos diferentes.

Uma metodologia ágil, foca-se na solução e na entrega de um produto pronto de forma iterativa, permitindo ao cliente fazer mudanças de direção nos desenvolvimentos e redefinição de requisitos se assim se justificar, ou mesmo reajustar a sua visão do produto que está a ser construído.

Ao contrário desta metodologia, as metodologias tradicionais baseiam-se numa entrega final, após um levantamento exaustivo de todos os requisitos e num desenvolvimento sem feedback contínuo o que, tendo em conta a velocidade da mudança nos dias de hoje, leva muitas vezes a que o que seja entregue já não se adeque ao negócio, podendo mesmo já nem ser uma necessidade no momento da entrega.

A verdade é que uma metodologia ágil entrega um produto pronto a cada iteração caminhando para o objetivo final. Se o objetivo for, por exemplo, ter um carro topo de gama, numa primeira iteração recebe um triciclo, após uma bicicleta e no final o tão esperado topo de gama.

Pensada para desenvolver projetos que exigem rapidez e flexibilidade, podemos afirmar que a metodologia Agile já se converteu numa filosofia de trabalho, sendo esta uma forma de pensar e estar? Porquê?

Inês Vizela – Sim, diria que podemos hoje olhar a metodologia Agile como uma filosofia de trabalho pois a mudança hoje é constante, ou não estivéssemos nós num mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) o que nos leva a adotar esta filosofia para as nossas organizações obtendo feedback mais rápido, ouvindo mais cedo as pessoas permitindo assim que os processos se adaptem à medida que tudo se adapta também em volta.

Aliada à utilização de metodologias Agile combinada com Scrum, a ForTrevo utiliza também uma plataforma de desenvolvimento, OutSystems, que potencia a agilidade de mudança, com rapidez e preparada para o futuro.

Atualmente, a metodologia Agile já permeia grande parte das empresas, sendo que esta abordagem está a tornar-se cada vez mais reconhecida. Acredita que estamos perante uma mudança de paradigma mais eficaz no mundo dos negócios, em relação à forma como o conhecíamos até então?

Olga Duarte – É na nossa opinião uma metodologia claramente com provas dadas e cujos benefícios estão à vista de todos, ainda mais tendo nós passado por uma pandemia em que ficou claro que tudo muda em frações de segundo e tendo as metodologias ágeis sido o suporte para que muitos dos investimentos em tecnologia continuassem a ter a utilidade que para estes foram pensados.

Sendo a ForTrevo uma empresa que privilegia o trabalho em equipa e as pessoas que nela trabalham, em nada o facto de toda a equipa se encontrar remota prejudicou os nossos clientes, ficámos todos mais perto à distância de uma simples chamada, a nossa filosofia ágil aplicada tanto nos projetos que desenvolvemos como na gestão das nossas equipas foi fulcral para alcançar este sucesso.

Por fim, quais são as vossas expectativas para o futuro no que diz respeito aos métodos Agile? Que recomendações dariam para as organizações, depois de aprenderem estas metodologias se tornarem, efetivamente, ágeis?

Olga Duarte – Existem muitas empresas que tentam a metodologia Agile sem ganharem agilidade. Falham porque se focam mais no processo e nos seus rituais do que na essência da ideia original que é aumentar a velocidade de aprendizagem e feedback contínuo. Não basta seguir os rituais do scrum para que uma equipa seja mais eficaz. É necessário perceber as motivações dos clientes, os seus desafios e dar ao cliente a confiança necessária para considerar os seus fornecedores como parceiros de negócios. Num ambiente em que as regras e as oportunidades estão em constante mudança é necessária uma cooperação profunda e uma vontade de aprender depressa para ter sucesso no mercado. Permitindo-nos acompanhar a mudança e assim garantir a robustez e escalabilidade das soluções que entregamos com a certeza que corresponde à realidade do nosso cliente e se adaptarão com este, as vezes que forem necessárias. É nisto que acreditamos e é desta forma que gostamos de trabalhar com os nossos clientes.

A nossa principal recomendação vai no sentido de experimentarem esta metodologia, percebendo assim o seu valor, para que, como foi referido anteriormente, a possam aceitar como uma filosofia organizacional que permite um ajuste das iniciativas, processos e até sistemas à realidade, mesmo que esta esteja em constante mudança.