Primeiramente interessa conhecer mais profundamente a Elsa Jorge, bem como o seu percurso profissional. Em que momento percebeu que a área dos Recursos Humanos e tudo o que isso envolve é a sua fonte de inspiração?
Eu posso dizer que a Elsa é um “bicho social”, muito ligada à família, aos amigos e às coisas simples da vida. Sou Algarvia e, para demonstrar o quão social eu sou, em miúda, todos os anos, eu pedia à minha mãe para me inscrever numa escola nova, aliás, eu própria tratava disso – e a minha mãe ficava muito aflita e não percebia o motivo pelo qual eu desejava mudar. E o motivo era muito simples: eu queria conhecer mais pessoas. Isto não quer dizer que as minhas relações sejam fúteis. Tenho alguns amigos de mais de 30 anos que estão em Faro, na minha terra, e que os vejo e falo várias vezes sempre que me desloco lá.
Eu trabalhei cerca de 20 anos numa empresa familiar, na área de Direção Financeira. Sempre estive nesta parte, porque eu tenho cálculo matemático e a minha formação base é Informática mas a minha paixão são as pessoas e o que eu lá desenvolvia era muito mais de Recursos Humanos.
Nesta fase da minha vida, percebi o quão importantes as pessoas eram para mim e no meu caminho.
É através da TRUST Connections Academy, da qual é Fundadora, que aplica todo o seu conhecimento e habilidades capazes de devolver ao participante toda a sua confiança. Em que consiste exatamente o Modelo da Confiança e Networking – Auto Confiança e Adaptação ao Meio Envolvente? Que valor aporta ao participante?
O Modelo da Confiança, é a minha formação base. Foi a primeira formação que eu criei e que se alicerça no livro do autor Ken Blanchard, que tem com título “ABCD Trust Model”. Eu criei o meu Modelo da Confiança português, “Os Quatro C’s”, que consistem em nós sermos Capazes, Credíveis, Conectados e Consistentes.
A juntar a isto, desenvolvi e assentei na minha TRUST, na minha empresa, três grandes pilares, que têm a ver com a confiança: Trust Myself, Trust My Team e Trust My Network.
No Trust Myself, ajudo estes líderes a desenvolver e melhorar tanto a sua comunicação como as relações pessoais, para que sejam altamente confiantes e respeitados, mas acima de tudo, para que sejam intuitivos e influentes junto das equipas ou dos seus pares. Ainda neste âmbito, e como também sou BUCKETLIST Coach, utilizo apaixonadamente este conceito como modo de vida, para que possa ser intencional no meu percurso, e assim concretizar objectivos de vida pessoais e até profissionais. A Formação também entra neste capítulo, especialmente com o meu Modelo da Confiança, os 4C´s.
No trust um team, encontrei verdadeiramente “o fato à minha medida”, onde eu entrego grande parte da minha missão, unir pessoas e humanizar as organizações. Quando eu vi a apresentação em Portugal, e sendo eu uma pessoa de pessoas, percebi logo que era para mim. Aqui entrego programas de Team Engagement tanto a gestores de Topo como a equipas de liderança intermédia. Também entrego programas de onboarding que para além de acolherem estes novos colaboradores, permitem fortalecer a boa cultura empresarial a vários níveis e neste caso diferentes direcções.
Uma das necessidades que eu sinto nas organizações que acompanho é o Networking interno. Encontro muitas empresas que não motivam ou inspiram a criação de Networking interno, especialmente nos programas onboarding, ou na mentoria e acolhimento dos novos colaboradores. Eu acredito no Networking interno também para aumentar os níveis de engagement nas organizações e em especial para aumentar a retenção dos colaboradores.
O último pilar, o Trust my network, na realidade ela nasceu com a criação de uma outra empresa que eu partilho com mais dois sócios e onde reunimos empreendedores e empresários à mesa de refeição, para que possam criar relações de confiança e possam crescer com os ensinamentos e partilha entre si. Esta empresa, chama-se Clube dos Networkers Notáveis e podemos encontra-la em www.clubecnn.com.
Tudo isto se conjuga em confiança e em crescimento que parte primeiro de nós, depois da nossa equipa e, por fim, do meio ambiente e das pessoas que envolvem.
Sabemos que o próximo projeto será lançado no mês de setembro e que trará novidades e desafios aos participantes. O que nos pode contar sobre o mesmo? Qual será o foco principal?
Já está a decorrer a Academia Piloto com seis participantes, são oito sessões no total e faltam apenas duas para terminar. Já estamos a retirar aprendizagem nas duas direções, e ao mesmo tempo já nos está a garantir que é mesmo um sucesso. Em setembro não quero arrancar uma, mas sim três novas Academias destas.
A grande novidade que eu posso contar sobre esta Academia é que, se até agora a Engage & Grow se dedicou a trabalhar internamente, dentro das grandes equipas, desenvolvendo os líderes para que eles possam conectar e envolver as suas equipas gerando mais produtividade, agora não estamos a trabalhar somente dentro de uma empresa, mas sim com líderes de diferentes Organizações. Nós reunimo-los e desenvolvemos este programa em conjunto, é um formato multinegócio.
As três grandes diferenças desta Academia é que é prático, baseado em ação, nas coisas que vão fazendo, é desenvolvido pela Ativação em Grupo, quer seja pela aprendizagem da partilha, como do compromisso e depois pelo Networking e as sinergias que se gerem entre eles.
Na Academia que está agora a terminar, os participantes já estão quase todos inclusive a fazer negócios ou criar parcerias entre eles.
Quão necessário é para os líderes e decisores apostarem neste caminho e objetivo?
Cada vez mais o líder deve promover humanização dentro da sua organização. Deve promover o lado emotivo, espírito de equipa, a união pela emoção e só existe uma forma de um líder poder querer ter equipas que se entreajudam e que se alinham… é o próprio líder sê-lo. Humano e emotivo. A formação técnica não está no nosso alcance, nós trabalhamos comportamentos, a parte da transformação do “ser”.
Este é o motivo pelo qual as organizações devem apostar nos seus líderes. É preciso ajuda-los e treiná-los para envolverem as suas equipas e aumentar a sua produtividade, porque “as pessoas não fazem o que sabem, fazem o que sentem”.
Depois de um longo percurso profissional de 18 anos, trabalhar com equipas foi sempre a motivação primordial. Neste sentido, o que falta ainda concretizar? Podemos dizer que é uma profissional realizada? Quão gratificante é poder ajudar pessoas a encontrarem o melhor de si?
Falta-me concretizar muito, aliás, falta-me concretizar o mundo ainda. Não consigo dizer que sou uma profissional realizada. Eu sou uma eterna estudante. Acabei agora uma Pós-Graduação na UE e todos os anos faço vários cursos, eu quero sempre ir mais além no meu conhecimento.
Eu sou uma profissional apaixonada e criativa. Sempre em movimento. Eu tenho de estar sempre a acrescentar coisas novas.
A minha missão de vida é unir pessoas, quer seja em ambiente familiar, social, profissional, recreativo… sempre que eu conecto pessoas e as faço ligarem-se emotivamente, eu estou feliz.
Para o futuro, além deste novo projeto que abordámos, como continuará a traçar o seu caminho, na concretização do objetivo que é unir as pessoas e, especialmente, acreditar nelas?
Eu sou Licenciada e Certificada em Portugal pela Engage & Grow e tenho um objetivo importante, porque sei que esta profissão é solitária e dura sendo difícil começar para poder demonstrar valor. Eu quero ajudar mais profissionais que desejam começar a dar estes primeiros passos. Se és apaixonado por pessoas e pelo comportamento humanos, e te revês nesta visão de transformar líderes capazes de criar equipas alinhadas, motivadas e comprometidas, poderás ser um dos 20 TeamCoaches que pretendo acompanhar em Portugal. Eu quero melhorar os rácios do Engagement em Portugal que andam por volta dos 16 por cento e para criar esse impacto preciso desta equipa.