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O elo de ligação entre Portugal e o Reino Unido

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O elo de ligação entre Portugal e o Reino Unido

A Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido foi fundada em 1979 com o objetivo de promover o comércio e os negócios entre o Reino Unido e Portugal, sendo um importante canal de comunicação empresarial entre os dois países. Que resultados e conclusões têm vindo a surgir ao longo dos anos desta atividade?
A principal conclusão a que cheguei é que a conexão comercial entre os dois países é extremamente forte. A Câmara procura promover as melhores práticas em ambos os países. Por um lado gostamos de ajudar as empresas portuguesas a aprenderem competências comerciais de empresas britânicas que irão beneficiar os trabalhadores portugueses e a economia. Também ajudamos as empresas portuguesas a entrar no mercado britânico e a prepará-las para os desafios que irão enfrentar.
Por outro lado, aconselhamos também muitos britânicos que pretendem deslocar os seus negócios ou residências para Portugal, através do nosso programa Moving to Portugal, onde organizamos eventos ao vivo e virtuais. Através do nosso novo programa Círculo de Investidores, podemos também aconselhar empresários britânicos que pretendam investir em PME’s portuguesas – apresentamo-los às empresas privadas em Portugal que procuram investimento externo.

Para melhor entender, de que forma aceleram e consolidam o rumo dos negócios entre os dois países?
A melhor forma de ajudar a acelerar/promover e consolidar os negócios entre os dois países é adapta-los às novas formas de trabalho provenientes da COVID-19 e do Brexit. Os relacionamentos cara a cara ainda são os mais importantes, mas agora podem ser complementados com eventos virtuais e novas formas de marketing altamente eficazes.

Muitos afirmam que Portugal tem um mercado de alto potencial. A seu ver, quais são os motivos que fomentam esta ideia?
Muitos investidores externos acreditam – e com razão – que Portugal tem um grande potencial inexplorado. Uma grande razão é porque eles vêm que Portugal tem uma força de trabalho jovem excecionalmente versátil e talentosa, muitos dos quais também são empresários dinâmicos. Outras razões devem-se ao excelente trabalho de investigação que está a ser feito nas universidades portuguesas, com grande potencial comercial e ainda também com grande potencial no setor das energias renováveis e na Economia Azul.

Situado no extremo ocidental da Europa, Portugal é também considerado por muitos o melhor país para viver, tendo-se tornado num destino de sonho para muitos Estrangeiros. Como nos pode descrever o atual panorama nacional dos Vistos Gold e dos Residentes Não Habituais?
Para os britânicos, o regime RNH de Portugal é muito atraente, especialmente para aposentados e empresários. A informação sobre os RNH é agora amplamente conhecida no Reino Unido e mais de 6.000 pessoas assistiram aos nossos eventos de Mudança para Portugal no Reino Unido no passado recente, o que também ajudou a espalhar a palavra. O programa Golden Visa só se aplicou a residentes britânicos desde o dia 1 de janeiro de 2021, quando deixamos a EU, e o caos da COVID-19 significa que só agora a opção Golden Visa está a começar de se tornar conhecida pelos britânicos que, efetivamente, podem tirar proveito disso. Para determinados investidores que pretendam passar mais de 90/180 dias por ano em Portugal, ou que tenham interesse em residência e eventual cidadania, será uma opção atrativa.

De acordo com o Banco de Portugal, a procura nacional e internacional na componente residencial permaneceu sustentada. É legítimo afirmar que os Estrangeiros aproveitaram a pandemia para comprar e investir em força Portugal? Quais os motivos?
Durante a pandemia, notámos que aqui no Reino Unido havia uma demanda reprimida de pessoas que já decidiram mudar-se para Portugal, mas não puderam visitar o país para finalizar a compra do imóvel ou os detalhes legais. Muitos deles realizaram pesquisas online e participaram de nossos webinars, estando, por isso, prontos para partir assim que viajar for mais fácil. Muitos britânicos também me disseram que agora querem trabalhar remotamente para seus empregadores no Reino Unido a partir de Portugal – por razões de estilo de vida e saúde

Para o futuro, e tendo em conta as adversidades dos tempos em que vivemos, o que podemos continuar a esperar por parte da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido e no estreitar das relações de trabalho entre os dois países? 
Dado os tempos de incerteza em que vivemos ainda temos um período de adaptação pela frente, à medida que navegamos por novas práticas de trabalho, restrições de viagens e as ameaças idênticas de inflação e reestruturação financeira para muitas empresas no Reino Unido e Portugal. Espero que, no futuro, a Câmara continue a ser flexível e dinâmica à medida que nos adaptamos a estes novos desafios. Os longos laços de negócios entre os dois países não merecem menos do que isso.