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“O Luxemburgo tem grande tradição de empresas como a TMF”

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“O Luxemburgo tem grande tradição de empresas como a TMF”

A TMF Group trabalha lado a lado com consultores e advogados globais, apoiando os seus clientes com uma expertise local dedicada que cobre mais de 80 jurisdições a partir de 120 escritórios próprios. Sendo uma prestadora de serviços líder de compliance, payroll, contabilidade e serviços administrativos, como nos pode descrever a evolução desta empresa – e em particular no mercado português?
A TMF Group surge na Holanda no fim dos anos 80 e foi fazendo o seu caminho e construindo a sua reputação ao longo destes 33 anos. Os escritórios mais emblemáticos na Europa, a par da Holanda, são, sem dúvida o do Luxemburgo e o de Espanha (cerca de 400 e 260 empregados, respetivamente). Em Portugal o trajeto é curto ainda, mas tem mostrado uma excelente evolução”. Isto para dar uma perspetiva positiva do escritório em Portugal apesar da sua curta longevidade. Em termos de empregados houve um crescimento de dez para 35 pessoas, aumentámos a nossa base de clientes em 87% e crescemos 172% em termos de vendas. Atendendo a que metade da nossa existência foi em pandemia, não nos podemos queixar. Esta evolução só foi possível devido à dedicação e esforço da equipa, de nos termos unido em prol de cuidarmos de nós próprios para podermos cuidar dos outros e dos clientes. Estou muito agradecida ao espírito de equipa que se criou.

Dada a extensão do alcance da TMF Group e da sua rede totalmente própria, é a única organização de serviços profissionais no mundo a juntar os serviços corporativos essenciais para o sucesso de empresas investindo, operando e expandido em múltiplas jurisdições. Este modelo de negócio é o que marca a identidade da empresa? Porquê?
Sim. A TMF presta toda a gama de serviços e não é vulgar encontrar um prestador de serviços com todas as linhas integradas: contabilidade, tax compliance, secretariado corporativo, processamento de salários, diretores, domiciliação. Isto distingue a TMF nas várias jurisdições. Quem nos procura já sabe que pode contar com soluções integradas num espírito de “one stop shop”. Os clientes, particularmente os que são globais, dão valor a falarem com um único interlocutor.

“Global Reach; Local Knowledge”, é um dos slogans que a TMF Group defende. Assim, e tendo em conta o know-how global que adquire de mais de 80 países, de que forma o (hoje conhecido) clássico e deslumbrante Luxemburgo se tem tornado num «grande» país da Europa da atualidade?
Eu sou suspeita porque vivi no Luxemburgo 11 anos e tenho as melhores recordações desse “pequeno grande país”. O Luxemburgo tem grande tradição de empresas como a TMF. Sendo uma praça financeira de relevo na Europa (ainda mais, depois do Brexit) o Luxemburgo conjuga diversas nacionalidades e línguas num ambiente sofisticado, moderno e politicamente estável. Isso conjugado com a panóplia de tratados de dupla tributação assinados pelo Luxemburgo bem como a qualidade dos prestadores de serviços, torna-o um país muito competitivo. Apesar da sua dimensão, é sem dúvida um “grande país”. A interação da TMF Luxemburgo com a TMF Portugal é muito boa e partilhamos alguns clientes.

No seio da atividade da TMF Group, quais as principais diferenças no modus operandi e da resposta do mercado entre Portugal e o Luxemburgo? O que destacaria ao realçar as vantagens competitivas de ambos os países?
Portugal é um país mais operacional e o Luxemburgo é tipicamente uma jurisdição de “holding companies”. Há serviços que são prestados em Portugal e que têm grande relevo (para a TMF Portugal), que não são tão significativos no Luxemburgo, como por exemplo o de processamento de salários. Por outro lado, o mercado de capitais está mais desenvolvido na TMF Luxemburgo bem como o departamento regulatório (que abarca os serviços de MDR/DAC6, FATCA, CRS). Portugal tem vantagem competitiva no que toca às empresas que cá se querem instalar para beneficiar de um melhor preço para a sua mão de obra. Por seu turno, a TMF Luxemburgo abarca mais serviços, por estar num mercado mais maduro e sofisticado, onde as próprias entidades reguladoras dão respostas a muitas questões, orientando as empresas no modo como devem prosseguir, sempre numa perspetiva de facilitar o negócio. Em Portugal, ainda não sinto essa abertura das nossas entidades reguladoras.

Sendo o conceito da marca TMF Group “simplifying complexity”, quão legítimo é afirmar que hoje – cada vez mais – é “fácil” simplificar os processos administrativos mais complexos num país como o Luxemburgo?
A missão da TMF Group, em todo o mundo, é deixar que o cliente se centre e se dedique àquilo que sabe fazer: o seu negócio. A TMF quer ser parceira do cliente e tornar-lhe a vida mais fácil, ocupando-se da parte burocrática que – cada vez mais – é exigida em cada jurisdição. O Luxemburgo não é exceção. Vivemos num mundo cada vez mais regulado, onde a transparência é cada vez mais importante. Isto aumentou os níveis de procedimentos e burocracia, o que faz com que os clientes nos procurem, também, por causa disso. Não acho que seja mais fácil simplificar os processos administrativos, nem no Luxemburgo, nem em nenhuma jurisdição. Acho, simplesmente, que cada vez é mais premente dar esta ajuda ao cliente, antecipar pedidos e evitar bloqueios. É uma parte significativa do nosso trabalho e o cliente agradece não ter de tratar dela.

Sendo Country Leader da TMF Group em Portugal, que significado e importância as mudanças recentes de instalações trazem à marca e ao mercado português?
O significado é o crescimento e a consolidação. A TMF Group é uma marca sobejamente conhecida no mundo e Portugal não deve ser exceção. Temos um caminho a percorrer no mercado Português e estamos a trilhar esse caminho. Novas instalações são um sinal positivo e dinâmico, para uma equipa também ela nova e dinâmica.

Para o futuro a médio e longo prazo, como idealiza a atividade da TMF Group e o seu posicionamento no mercado – sendo desde já uma poderosa e consolidada empresa? Avizinha-se algum desafio/projeto?
Em Portugal a TMF ainda não é o prestador de serviços de referência. E é aí que queremos chegar. É aí que nos queremos posicionar. Temos três anos de existência e, como disse, estamos a trilhar o nosso caminho. É preciso estarmos atentos à retoma do mercado, nunca abandonar as nossas pessoas, nem os nossos clientes, para consolidarmos o crescimento e o continuarmos de forma sustentada. Desafios há sempre. Para mim o maior é o da retenção de talento. Com a retoma do mercado e depois de tanto tempo em casa as pessoas começam inevitavelmente a “olhar para o lado”. Para sermos o prestador de serviços de referência teremos de ambicionar ser o empregador de referência também. Para isso fazemos constantes inquéritos de satisfação, delineamos planos de ação, apostamos na formação, no recrutamento sustentado, na flexibilidade. Equipa feliz leva a clientes felizes. Não tenho dúvidas que o maior desafio numa empresa são as pessoas. Sem elas, nada funciona. E há que semear para colher.