O aumento das transações digitais e a necessidade das empresas em aproveitar as oportunidades que surgem, tornando-se mais vulneráveis, têm resultado num aumento das situações de fraude comercial, alerta a Willis Towers Watson (NASDAQ: WLTW), empresa global líder em consultoria, corretagem e soluções, que apoia clientes em todo o mundo. No webinar ‘Principais Dificuldades e Mitos na Gestão do Risco de Crédito’, Acácio Ferreira, Diretor de Credit and Surety, deu a conhecer os três principais tipos de fraude detetados no mercado português e deixou alguns dos sinais de alerta. O responsável alertou para o facto de “existirem inúmeras pessoas e agentes no mercado a aproveitar-se da necessidade das empresas em vender” e sublinhou a importância de se questionar fornecedores e clientes para evitar fraudes. Porém, reconheceu que estas são “cada vez mais sofisticadas e profissionais, dificultando a sua deteção”.
Conheça os principais tipos de fraude comercial
USURPAÇÃO DE IDENTIDADE
Acontece quando alguém faz uma encomenda em nome de outra empresa ou pessoa, não efetua o pagamento e desaparece. É a fraude mais frequente no mercado português, onde os falsificadores têm usado grandes nomes principalmente da área do retalho e lesado os fornecedores em valores avultados. “É fundamental que um fornecedor faça perguntas. As empresas não devem ter receio de colocar questões. Quantas mais fizermos, mais facilmente desmobilizamos os criminosos. Se efetuarmos muitas perguntas, quem estiver de má-fé deixa de ter capacidade de resposta e não quer envolver-se mais para não ser identificado”, afirmou Acácio Ferreira.
Sinais de Alerta:
– É a primeira vez que efetua transações com este cliente?
– A morada de entrega coincide com a da empresa?
– Na véspera pedem a alteração da morada de entrega?
– É alguma P.O. Box?
– O cliente manifesta muita urgência na entrega?
– Não discute preço?
– Utilização de endereços públicos, como o gmail.com, icloud.com ou outros.
– Erros de gramática e ortográficos.
Cuidados a ter:
▶ Comparar o endereço de email fornecido com os disponíveis nos sites oficiais das empresas.
▶ Questionar o cliente sobre os diversos pormenores da encomenda e da sua situação.
MUDANÇA DE TITULARIDADE
É, também, uma situação muito típica e acontece quando, por exemplo, alguém compra uma empresa antiga, com prestígio, normalmente de pequena dimensão e que está em fim de vida ou em mudança de gerações. Após a alteração de titularidade, o falsificador faz um volume elevado de compras em simultâneo, muitas vezes em diferentes setores de atividade, e desaparece após a receção do material.
Sinais de alerta:
– Encomendas de empresas que alteraram recentemente a sua gestão ou cujo setor de atividade não é compatível.
– Encomendas de valor elevado a crédito após a realização de pequenas encomendas pagas a pronto.
Cuidados a ter:
▶ Questionar a empresa sobre a dimensão da encomenda e/ou o porquê do produto ser diverso da atividade normal do cliente.
▶ Procurar informações sobre a mudança de gestão e o porquê da mesma.
HACKING
Esta é uma situação que “tem crescido enormemente nos últimos tempos”, alerta o responsável da Willis Towers Watson, e acontece quando um cliente é induzido a fazer um pagamento a um fornecedor para uma conta diferente da indicada inicialmente.
Sinais de alerta:
– Receção de um email do fornecedor a pedir que faça um pagamento para uma conta diferente.
Cuidados a ter:
▶ Verificação da operação comercial/financeira através de um contacto com a empresa. Se for um cliente antigo, através da pessoa de ligação. Se for um cliente novo, utilizando os contactos gerais das empresas.
▶ Envio de um comprovativo de titularidade da conta bancária aos compradores para confirmar que a mesma é a única para onde deverão ser efetuados os pagamentos.