Início Atualidade “A Cultura da Inovação é fulcral para que o país possa continuar a ter uma Indústria Competitiva no Mundo”

“A Cultura da Inovação é fulcral para que o país possa continuar a ter uma Indústria Competitiva no Mundo”

0
“A Cultura da Inovação é fulcral para que o país possa continuar a ter uma Indústria Competitiva no Mundo”

Os Parques Empresariais são “localizações” que oferecem as condições necessárias para a instalação rápida, eficiente e segura de projetos de investimento nacional e estrangeiro de qualquer atividade industrial, logística e de serviços. Estes são, portanto, zonas de extrema importância para a economia portuguesa, até porque para além dos Parques Empresariais – que são de facto as zonas de instalação empresarial mais conhecidas – existem também outras realidades diversas como é o caso dos tecnopolos, mais centrados nas áreas de serviço, tecnologias de informação e comunicação, sendo, portanto, segundo o nosso entrevistado “uma zona aberta”.
“Os Parques Empresariais representam do ponto de vista da angariação e instalação, um elemento central de competitividade dos territórios porque são o espaço de acolhimento que permite que um investimento aterre literalmente no território e se instale da forma mais eficiente, não apenas por uma questão de rapidez, mas também para garantirmos que naquela localização em concreto, estão presentes as infraestruturas que tornam eficiente uma localização naquele território, que são: infraestruturas de transportes rodoviários e ferroviários, infraestruturas energéticas como o gás, natural e também o abastecimento elétrico, – cada vez mais importante”, inicia o Secretário de Estado da Internacionalização. Do ponto de vista económico e evolutivo para um país como o nosso, os Parques Empresarias são o que permite ter uma economia de aglomeração, uma vez que junta as empresas e os trabalhadores, ao mesmo tempo que são uma espécie de “via verde” para aqueles que querem investir.
Efetivamente, mais do que investidores portugueses, é fundamental o investimento estrangeiro – para que cada vez mais se dê uma internacionalização – e para isso é necessário que o nosso país se encontre bem posicionado e suficientemente atrativo de forma a captar o investimento estrangeiro que irá elevar Portugal a um novo paradigma. Portanto, segundo Eurico Brilhante Dias, “para o investidor português que conhece bem o território, os Parques Empresarias são a solução mais eficiente para relocalizar e expandir, mas o investidor estrangeiro não conhece em detalhe as realidades, mas sabe à partida, que uma localização que é um parque empresarial, ou um tecnopolo, ou uma zona industrial, é um espaço que é adequado para a instalação. Portanto, para nós, que trabalhamos na angariação de investimento estrangeiro, a qualificação dos parques empresariais e das áreas de acolhimento empresarial, é um aspeto muito importante”. Assim, sabemos, portanto, que é fulcral dar visibilidade aos Parques Empresariais, melhorar a qualidade de serviço dos mesmos, empreender um esforço para que possam de alguma forma distinguir a sua oferta dos restantes e ainda permitir que essa oferta seja vista como uma janela para o mundo.

Associação Portuguesa de Parques Empresariais

Foi no dia 9 de dezembro o lançamento da Associação Portuguesa de Parques Empresariais (APPE), que visa qualificar os Parques Empresariais. Mas porque é que a APPE é um fator-chave para os mesmos? O nosso entrevistado revela que, “a APPE é um instrumento que junta os parques privados e os públicos o que permite construir um entendimento comum, criar boas práticas e partilhar experiências de serviços prestados a empresas em diferentes áreas”. O resultado espera-se positivo, uma vez que, a visão primordial é construir uma base de oferta ao mesmo tempo que se desbrava um caminho comum de qualificação da mesma, o que de facto, é importantíssimo no ponto de vista da melhoria da atratividade do território português para desenvolver investimento. “Permitir angariar mais investimento estrangeiro e também fazer mais desenvolvimento do investimento nacional. O objetivo é que com este conjunto de parques e com os que se venham a somar, ter uma oferta qualificada para oferecer aos investidores estrangeiros de norte a sul do país”, sustenta o interlocutor.
Esta será, portanto, uma estratégia eficaz na promoção de Portugal como destino de investimento, quem o garante é Eurico Brilhante Dias, acrescentando ainda que “vamos mostrar ao exterior que temos mais-valias no nosso território, caso queiram vir instalar-se em Portugal, com os serviços mais eficientes”. Mas mais importante do que momento de investimento, é ter a capacidade de antecipá-lo, isto porque “quem consegue instalar com rapidez e eficiência, consegue transformar um projeto que pode demorar um ano a instalar-se, num projeto que pode demorar apenas seis meses. Estes seis meses permitem aos investidores começar a oferecer aos clientes mais cedo os seus produtos. Porque pode ter-se um impacto verdadeiramente significativo na economia do projeto se formos mais rápidos”.

Covid-19: a porta aberta para a Inovação e Competitividade

Sabemos que a internacionalização é um passo fundamental que a maioria das empresas tem que dar para que se possam relacionar com mercados mais promissores, mas para isso existem dois fatores centrais a cumprir: inovação e modernização. Além deles, também a pandemia da Covid-19 tem vindo a ser crucial, isto porque, apesar das fases de confinamento e do fecho de fronteiras – que levou a várias incertezas no mercado da exportação afetando assim a economia nacional e estrangeira – obrigou vários modelos negócio a adaptarem-se e a adotarem novos hábitos, enraizando o conceito de inovar. “A crise pandémica gerou grandes restrições, mas também gerou um grande movimento que em algumas áreas pode ser aproveitado para o futuro. Por exemplo, houve uma diminuição de vendas muito severa no setor têxtil. Isto fez com que essas empresas se vissem obrigadas a desbravar um novo caminho: produzir máscaras e fatos de proteção num movimento absolutamente extraordinário. Portanto, o setor têxtil gerou uma nova área de negócio que resulta da necessidade urgente que tivemos todos de responder”, afirma Eurico Brilhante Dias. No setor da saúde, deu-se também um aceleramento da digitalização relacionado com a telemedicina. Segundo o entrevistador, “existe uma grande necessidade, perante esta pandemia, de ter camas nos hospitais, portanto é uma vantagem, nesse sentido, este acompanhamento de doentes de forma remota. Isto são tudo oportunidades criadas a partir de um contexto muito severo de resposta a pandemia, que resultou num conjunto de aprendizagens acumuladas que geraram negócios novos”.
No reverso da moeda, estão os impactos negativos que não escaparam a nenhuma área de atividade. Para o Secretário de Estado da Internacionalização, a primeira contrapartida sentida foi “o adiamento de decisões”, também a interrupção de algumas cadeias de abastecimento afetou o setor “o que nos deixou sob um stress da qual ainda não saímos. Há uma pressão sob o preço das matérias-primas e sob o preço do transporte marítimo, que esta a levar a uma rarefação de oferta em alguns casos e a um aumento de preços”, afirma. Além destes, e muito devido às fases de confinamento a que toda a sociedade se viu imposta, estão as questões da mobilidade.
Quando falamos em inovação não se trata apenas do desenvolvimento de novos produtos, mas também da promoção de novos modelos de negócios, onde são oferecidos serviços inovadores que melhoram a vida das pessoas. No entanto, para que cada vez mais esse “fenómeno” aconteça, é importante que a inovação seja entendida como um investimento. Neste sentido, a modernização está cada vez mais presente no seio de todas as empresas porque efetivamente acrescenta valor e aumenta a competitividade, tornando-se, portanto, num valor central. Segundo Eurico Brilhante Dias, “as empresas que concorrem no mundo global, sabem que se não forem capazes de continuamente lançar novos produtos e serviços, terão grandes dificuldades em garantir que os seus clientes permanecem fiéis. A inovação é a âncora central para continuar a estar num mercado que é muito competitivo e que tem oferta gerada em todo o mundo, portanto aquilo em que temos vindo a investir fortemente é numa política que reforce a investigação e desenvolvimento, a inovação dentro das empresas e na ligação das empresas às universidades. Portanto, a cultura da inovação é fulcral para que o país possa continuar a ter uma indústria competitiva no mundo”.
Com o aproximar do final do ano de 2021, e perante uma altura de reflexão para todos, o Secretário de Estado da Internacionalização quis deixar uma mensagem de alento onde assinala que “o combate à pandemia ainda não terminou. É muito importante olhar para 2022 com a esperança de que vamos ser capazes de construir a solução que permita ter a estabilidade que responda a estas grandes desafios que temos que enfrentar”, termina.