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A Importância da Saúde Ocupacional para as Organizações

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A Importância da Saúde Ocupacional  para as Organizações

No âmbito da Saúde Ocupacional, o percurso de Isabel Moreira da Silva iniciou-se quando, ainda a frequentar a licenciatura em Fisioterapia, desenvolveu um projeto pioneiro que tinha como objetivo verificar o efeito das alterações nos postos de trabalho, introduzindo atividades físicas para as lesões musculares associadas ao mesmo. Certo é, não tendo especial interesse pela prática clínica da área, a nossa entrevistada assume que sempre foi adepta de desenvolver a profissão no terreno e, assim, encontrar soluções que promovam a saúde e o bem-estar dos colaboradores. Após inúmeros projetos bem-sucedidos, e sempre à procura dos mais claros conhecimentos sobre a área, ingressou no doutoramento em Atividade Física e Saúde pela Faculdade de Desporto da Universidade de Porto. Tendo sido esta a sua grande «rampa de lançamento» para todas as oportunidades que viriam a seguir. O início da sua ligação ao mundo empresarial surge com o reconhecimento do seu trabalho pelo gigante alemão de BOSCH TERMOTECNOLOGIA recrutando-a para a integrar a gestão e supervisão de Projetos de Saúde Ocupacional e a gestão do serviço de Reabilitação Física da empresa. A par disso, Isabel Moreira da Silva estreou-se no universo do Ensino Superior, desta vez na qualidade de Professora Universitária. Com um trajeto preenchido por merecidas oportunidades, o trabalho foi acumulando, acabando por sentir, naturalmente, uma necessidade maior em criar a sua própria empresa e recrutar profissionais da área que a ajudassem a concretizar a missão que tinha – e ainda tem – em mãos: promover atividades de saúde humana. Assim surgiu a Moreira & Moreira da Silva, a marca que fez nascer, crescer e brilhar. Atualmente, entre outras, desempenha funções de consultora externa na THE NAVIGATOR COMPANY onde tem a responsabilidade de coordenar os Programas Horizonte Seguro 2020 e de Saúde Ocupacional na dependência direta da função de Corporativa de Segurança e Saúde da THE NAVIGATOR COMPANY, com resultados reconhecidos pela organização e seus colaboradores. O projeto desenvolvido na NAVIGATOR é de extrema importância para a MDS, pela notoriedade da empresa, e porque revela o interesse e oportunidade do desenvolvimento deste tipo de serviços em empresas que revelam forte preocupação social com o bem-estar e qualidade dos seus colaboradores, servindo de exemplo para as demais organizações independentemente da sua dimensão. Além de desenvolver atividade através da sua empresa, continua a ser docente no Ensino Superior na Universidade Fernando Pessoa, realiza Formações em escolas e empresas para a promoção da saúde e é ainda Investigadora Principal em alguns projetos de dois centros de investigação da Universidade do Porto e Universidade Fernando Pessoa.

Projeto Moreira & Moreira da Silva

Sabe-se que a Saúde Ocupacional é uma área de intervenção prioritária que valoriza o local de trabalho como espaço privilegiado para a prevenção primária dos riscos ocupacionais, a proteção e promoção da saúde e para o acesso aos serviços de saúde aos colaboradores. E é precisamente neste objetivo que a MSD se foca. “Não tendo capacidade de responder a todas as minhas atividades comecei a pedir suporte a colegas acabando por recrutar pessoas para me ajudarem a aplicar a Saúde Ocupacional. Ou seja, nós desenvolvemos soluções que consistem em promover pausas ativas, em que o colaborador possa alterar a sua postura de trabalho, e onde ensinamos o gesto laboral. Por exemplo, se são pessoas que estão sentadas à frente de um computador o dia todo, nós ajudamo-las a terem uma postura mais favorável para a sua saúde e produtividade”, afirma Isabel Moreira da Silva. Estes programas são extremamente benéficos, seja para a empresa, como para o colaborador. Mas será que, atualmente, são encarados de forma positiva? Haverá hoje uma consciencialização de que, por vezes, é necessário parar uns minutos e recomeçar para que o trabalho deseja desenvolvido com maior eficiência? A nossa interlocutora assume que esta “é uma área muito pouco explorada em Portugal, o que é uma pena”, acrescentando ainda que “tenho publicados inúmeros artigos em que estão identificadas as vantagens cientificas destes programas. Ter uma equipa multidisciplinar dentro de uma empresa, com um Fisioterapeuta, um Psicólogo ou um Nutricionista é, sem dúvida, muito bom. O colaborador tem de ter boas condições, não somente salariais, mas também físicas e psicológicas para desenvolver, com eficácia, o seu trabalho”. Para a Fundadora da Moreira & Moreira da Silva “bastam apenas 15 minutos de pausa para os colaboradores realizarem a atividade física laboral, sendo que, esta, tem várias formas: pode ser uma formação, uma avaliação do posto de trabalho ou, simplesmente, falar com eles sobre o que se poderia melhorar”.

“A sociedade em geral ainda não está suficientemente consciencializada para os benefícios da Saúde Ocupacional”

Modificar o «modus operandi» de qualquer área de atividade é algo que requer tempo, conhecimento e, muitas vezes, paciência. Assim, por muito que, inicialmente, se estranhe qualquer mudança, tem de existir a preocupação de compreender o seu significado. Isabel Moreira da Silva garante que “a sociedade em geral ainda não está suficientemente consciencializada para os benefícios da Saúde Ocupacional. Quando batemos à porta de uma empresa para sugerir este programa, a resposta imediata, na maioria das vezes, é não. Só depois de me ouvirem, é que começam a entender a minha perspetiva. Os próprios colaboradores precisam, muitas vezes, de perceber que estamos lá para os ajudar nas suas condições físicas e psicossociais”. Claramente, mudar de hábitos é uma tarefa complexa, porém, neste caso, quando aplicada, surtem efeitos extraordinariamente positivos para todos os envolventes. É por saber deste facto que a nossa entrevistada gostaria que, daqui a uns anos, a Saúde Ocupacional – e tudo o que a mesma envolve – pudesse fazer parte da política das empresas e da sua essência. “Se começarmos a cuidar dos colaboradores desde o início, se implementarmos desde logo medidas preventivas, as empresas como a MSD não têm de atuar apenas na parte da reabilitação. É preciso prevenir os problemas, quer sejam físicos, psicológicos ou sociais. É necessário desmistificar a ideia de que, por exemplo, as pessoas só produzem no trabalho físico. Percebemos agora que, apesar de ter sido forçado, o teletrabalho é um ótimo impulsionador de produtividade, sabendo geri-lo, claro está”, garante. Assim, e daqui a cinco anos, o ideal seria que, em vez de ser a MSD a ir ter com as empresas e apresentar o projeto, que fossem as organizações a perceberem que é vantajoso para todos, e que fizessem da Saúde Ocupacional uma política natural.

A marca que ainda agora começou 

Com apenas três anos de história, a Moreira & Moreira da Silva está a construir o seu caminho, tendo como vantagem o rosto que se encontra por detrás. Não fosse esta uma empresa onde os colaboradores são a premissa e o valor acrescentado das conquistas, a mesma, pretende nos próximos anos contratar mais profissionais e fomentar tudo aquilo que Isabel Moreira da Silva sempre acreditou. “Tenho tentado mostrar cientificamente que é possível transformar colaboradores felizes – e com as devidas condições – em produtividade e eficácia, mas o objetivo é, claro está, fazê-lo na prática”, garante, por fim, a nossa entrevistada. Ainda que a Saúde Ocupacional se encontre longe da meta pretendida, a MSD tudo fará para cimentar o seu significado e alavanca-lo para ser, dignamente, aplicado nos domínios de qualquer organização