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DECO PROTESTE E O SEU FORTE COMPROMISSO COM A SUSTENTABILIDADE

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DECO PROTESTE E O SEU FORTE COMPROMISSO COM A SUSTENTABILIDADE

A Elsa Agante conta com mais de 20 anos de experiência na área da sustentabilidade e energia, tendo nos últimos anos desenvolvido atividade na indústria de serviços ambientais. Em que momento estes temas ganharam influência na sua vida e quais os motivos que fomentam (ainda) esta preferência?
Desde sempre as minhas disciplinas favoritas foram a matemática e as ciências, pelo que a Engenharia do Ambiente foi uma escolha natural. Ao meu percurso académico uni a minha experiência profissional, o que me permitiu aliar o conhecimento teórico à dimensão empírica, e nunca perder de vista a racionalidade das soluções – temos de minorar os danos sobre o ambiente, mas sem descurar as necessidades da população e o desenvolvimento económico.

Atualmente ocupa o cargo de Team Leader Energy & Sustainability na Deco Proteste, onde é responsável pela definição e implementação da estratégia da marca nas áreas da energia e sustentabilidade. O que tem vindo a ser realizado neste sentido?
O nosso foco é garantir que os consumidores têm o máximo de informação para selecionar os produtos e serviços mais sustentáveis e, ao mesmo tempo, sermos uma força motriz para a mudança necessária. As escolhas dos consumidores devem ser o ponto de partida para que as marcas melhorem os seus produtos e serviços, tornando-os mais sustentáveis, mas também acessíveis a todos os consumidores – de que vale termos produtos produzidos de forma sustentável se apenas uma escassa minoria da população pode pagá-los? Temos, ainda alertado para os problemas da pobreza energética, do greenwashing, do excesso de embalagem, e temos analisado os impactos ambientais de diversos materiais e equipamentos, entre outros, de modo a que o consumidor possa fazer escolhas mais sustentáveis.

Uma vez que a atividade da Deco Proteste tem como base contribuir para consumidores mais informados, participativos e exigentes, considera que a promoção e formas de cooperação com empresas e entidades, tem levado o mercado a oferecer produtos e serviços mais sustentáveis? De que forma?
Sim, de um modo geral as empresas tentam corresponder às expectativas dos consumidores, que valorizam, cada vez mais, todas as informações referentes aos esforços para a minoração dos impactos ambientais dos seus produtos e serviços. Verificamos, no entanto, que, por vezes, as opções tomadas, apesar de bem-intencionadas, não são efetivamente as mais sustentáveis. É neste ponto que tentamos demonstrar as melhores opções, sempre com base em estudos técnicos, e não em perceções subjetivas ou experiências pessoais. Por outro lado, a apetência dos consumidores pelo que é sustentável, está também a levar ao surgimento de rótulos e alegações ambientais erróneas, o chamado greenwashing. E a Deco Proteste está, cada vez mais, empenhada na denúncia destas situações.

Tendo inúmeras experiências internacionais – o que, com toda a certeza, enriqueceu ainda mais a sua perspetiva sobre estes temas tão necessários -, acredita que Portugal (as suas organizações e, em particular, a Deco Proteste), está num bom caminho para assumir definitivamente um papel ativo no que diz respeito à sustentabilidade?
A minha experiência internacional permitiu-me contactar com pessoas fantásticas um pouco de todo o mundo e verificar que as competências dos portugueses igualam o que melhor que se faz nos outros países. Tive a sorte de, há mais de 15 anos, estar ligada à inovação ao nível da produção de energia a partir de fontes renováveis, como os resíduos ou o hidrogénio, e é gratificante ver que estes temas estão agora finalmente em foco ao nível da sustentabilidade e transição energética. Portugal tem tido um papel ativo ao nível dos compromissos internacionais com as temáticas de sustentabilidade e energia. Neste sentido, acredito na capacidade dos portugueses para inovar e desenvolver as competências necessárias para tornar as nossas empresas e instituições mais sustentáveis, ou seja, transformar o seu modo de operação com redução dos seus impactos ambientais, sem descurar os colaboradores e consumidores, e garantindo o necessário crescimento económico do país.

Quão gratificante é, para a Elsa Agante, ser líder de uma equipa especializada em temas como descarbonização da economia, eficiência energética, gestão de resíduos, entre outros? É legítimo afirmar que esta é a sua missão mais clara?
Sim, sem duvida é muito gratificante trabalhar nestes temas tão relevantes da atualidade e, ao mesmo tempo, ver que o nosso trabalho contribui direta e indiretamente para o desígnio nacional de atingir uma sociedade mais sustentável e que conseguimos ajudar os consumidores a fazer as melhores escolhas.

O que mudou para uma organização como a vossa?
As organizações de defesa dos consumidores tiveram de reinventar-se, de ler a realidade e as mudanças sociais e reconstruir-se de forma dialética. Há uns anos, lutávamos contra contratos cheios de alçapões, má assistência ao cliente, maus serviços e produtos defeituosos. Hoje, lutamos por acesso, pelo respeito pela individualidade do consumidor e pela proteção dos seus dados. Já estamos muito além do Livro de Reclamações. Conquistámos um lugar inequívoco na gestão das mudanças sociais. A luta por produtos mais sustentáveis é um exemplo de como nos transformámos e interiorizámos novos paradigmas, novas preocupações, novas exigências. As empresas reinventaram-se, os consumidores complexificaram-se, e nós tivemos, e temos sempre, de acompanhar e, até antecipar, estas mudanças. Temos de ser organizações do nosso tempo, mas com uma vocação de futuro.

Sendo uma pessoa, mulher e profissional dedicada e ágil na forma em que acredita nas suas convicções e as promove em todos os caminhos por onde passa, o que falta – nestas três vertentes – concretizar?
Falta ainda ver o resultado do meu trabalho, e da minha equipa, ao nível das políticas de sustentabilidade do país. E continuar a contribuir com competências para os temas da neutralidade carbónica e da transição energética que, em breve, colocarão desafios enormes aos consumidores e à sociedade. O nosso trabalho nunca está terminado. Há sempre novos desafios no nosso caminho.

Quais são, por fim, os grandes desafios e oportunidades que 2022 lhe trará a nível pessoal e profissional, nomeadamente enquanto Team Leader Energy & Sustainability?
Este ano será desafiante ao nível da consolidação da estratégia de energia e sustentabilidade da Deco Proteste. Privilegiaremos os temas mais relevantes para os consumidores, nas suas escolhas diárias, nestas áreas, esperando não defraudar as suas expectativas. Não podemos cristalizar – sem perdermos de vista a nossa génese, estamos sempre em estado de reinvenção e desenvolvimento. A nível pessoal, será mais um ano de aprendizagem para melhor desempenhar as minhas funções no futuro. Não podemos perder a nossa capacidade de algum espanto perante o mundo. Só esta disponibilidade para perceber o que é novo é que nos permite evoluir e superarmo-nos permanentemente.