O grupo Orpea foi fundado em 1989 com um propósito tão nobre como garantir a tranquilidade e as capacidades físicas e cognitivas dos idosos. Sendo atualmente líder em Residências Assistidas, com atuação em 22 países, como descreve o crescimento desta instituição ao longo dos anos, em Portugal e além-fronteiras?
Neste momento detemos uma rede de 1.028 centros, com 105.443 camas e mais de 65.500 funcionários. Em Portugal o grupo possui dez residências, um hospital e uma clínica de reabilitação, distribuídos por todo o território nacional, com um total de 907 camas. Pertencer a um grupo internacional, com tantos profissionais, permite-nos trocar experiências, opiniões, ideias, o que faz com que estejamos em constante evolução e inovação tanto em termos de terapias e atividades, como na própria dinâmica de equipas nas residências e penso que essa partilha de conhecimento tem sido fundamental no sucesso do grupo e no seu crescimento tanto a nível nacional como internacional.
Sabemos que prestam cuidados de elevada qualidade a todas as pessoas, durante as suas fases de dependência. Para melhor entender, de que tipo de serviços estamos a falar?
O Hospital Nossa Senhora da Arrábida disponibiliza a todos os seus utentes, cuidados de saúde multidisciplinares e possui equipas multi/interdisciplinares centradas nas necessidades globais do utente e da sua família. Dispõe de várias especialidades em ambulatório e está aberto ao público em geral e não só aos nossos residentes. Recentemente reforçou os cuidados paliativos a doentes com patologias graves ou incuráveis com foco na dignidade da pessoa e alívio do sofrimento. Em relação às residências do grupo, todas possuem instalações adaptadas às necessidades dos nossos residentes e um dos seus objetivos é prolongar o tempo de autonomia pessoal e retardar o surgimento de uma possível situação de dependência. Todos os centros do grupo oferecem atividades, programas e terapias não farmacológicas que visam manter as capacidades físicas e cognitivas dos nossos residentes, desde atividades e visitas socioculturais a terapias como ateliers de memória, culinária terapêutica, balneoterapia, horta terapêutica, programas intergeracionais, entre outros. Em 2021 fomos pioneiros em Portugal ao criar uma UPAD (Unidade Protegida para Alzheimer e outras Demências) na nossa residência mais recente, em Viseu. Uma pessoa com Alzheimer ou outro tipo de demência precisa de cuidados específicos, para tentarmos retardar os efeitos da doença e uma possível situação de deterioração da autonomia da pessoa, esses cuidados têm de ser individualizados e pensados especificamente para aquela pessoa, só assim é possível tentar combater esta doença e ver alguns resultados. Foi com este objetivo que criámos as Unidades Protegidas para Alzheimer e outras Demências, espaços pensados para cuidar especificamente de pessoas com estas patologias para lhes proporcionar os melhores cuidados e uma melhor qualidade de vida.
Acredita que é a dedicação e profissionalismo de toda a equipa, aliada à prestação de serviços com a maior qualidade possível, que permite ao grupo responder dos mais simples aos mais complexos desafios? Em que medida?
A dedicação das nossas equipas e a relação que mantêm com os residentes é um dos nossos fatores diferenciadores. Os nossos profissionais abraçam diariamente o compromisso de manter a individualidade e responder às necessidades de cada residente, respeitando as suas diferenças e integrando-os naquela que será uma extensão da sua unidade familiar. A formação das equipas é também fundamental, o grupo reúne profissionais especializados em geriatria e saúde: enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, animadores, entre outros. Equipas que trabalham todos os dias com a missão de cuidar e apoiar aqueles que decidiram viver numa residência orpea, para que possam desfrutar de maior bem-estar, qualidade de vida, cuidados e experiências e isso reflete-se na liderança do grupo no setor.
Neste sentido, enquanto Diretor Operacional, quais são os maiores desafios sentidos no dia a dia de uma Residência Sénior? De que forma as lacunas são colmatadas?
Enquanto diretor a preocupação principal passa por proporcionar a todos os nossos profissionais condições e recursos técnicos necessários para garantir o bem-estar dos seus doentes e residentes, sempre com o foco de prestar um nível de cuidados de exceção.
Estão presentes em Portugal desde 2018 e desde então detêm dez residências, uma clínica de reabilitação e um hospital. A que se deve este sucesso e confiança? O que diferencia o grupo Orpea numa área tão necessária como a saúde?
Acreditamos que o que nos diferencia é o nosso modelo de cuidados que não é estanque, é flexível e, acima de tudo, personalizado. os nossos residentes não encontram um regime de rigidez. Quem chega às nossas residências encontra uma equipa flexível, que se vai moldar às suas necessidades e preferências. Estamos conscientes que os vamos receber nas “suas casas” e contamos ser uma extensão da sua unidade familiar. Todo o agregado familiar tem de se sentir confortável, sereno e feliz. Depois, a troca de experiências a nível internacional também nos torna diferenciadores na conceção e acompanhamento de terapias e atividades bem como na gestão do dia a dia nas residências. Neste momento, e fruto da situação em que vivemos, também nos esforçamos para que os nossos residentes habitem num local protegido, seguro e confortável e resultado desse esforço é a atribuição, por dois anos consecutivos, do “Certificado de protocolos de atuação contra a COVID-19” pela AENOR Portugal, atribuído a todas as residências da ORPEA em Portugal. Este selo valida os procedimentos e planos de contingência, que são garantia de segurança tanto para os residentes e respetivas famílias, como para os profissionais de cada unidade.
Porque motivo as Residências Sénior devem tornar-se uma prioridade para o futuro do nosso país?
A população sénior representa uma percentagem cada vez maior da população, isto quer dizer que as pessoas vivem mais anos e naturalmente procuram viver esses anos com mais qualidade, o que exige, desde logo, uma resposta ao nível da habitação. Recentemente a JLL, uma companhia de serviços profissionais especializada em imóveis, estimou que serão necessárias mais 17.000 camas até 2025 para atingir a cobertura de 5% definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E este número resulta das previsões de crescimento da população idosa que se estima que chegue a 2.5 milhões de habitantes neste ano. Olhando para estes dados percebemos porque é que as Residências Sénior devem tornar-se uma prioridade para o futuro do nosso país.
Por fim, com uma evolução à escala global, que novidades nos pode confidenciar acerca da atuação do grupo em território português?
A ORPEA tem 12 unidades em operação e pretende chegar às 24 residências em Portugal, um plano que está em linha com as necessidades do país. Uma expansão que aponta para 3386 camas nos próximos três anos, com cerca de 907 já em operação.