A Bespoke Law Firm é uma empresa de advocacia que atua no mercado com um foco profundo no objetivo do cliente. Deste modo, como tem a marca vindo a perpetuar um cenário de profissionalismo e valor para o setor?
A Bespoke Law Firm ou Bespoke Legal Services é uma marca de prestação serviços legais numa perspetiva do serviço ao cliente. Para nós o importante são os interesses e objetivos dos clientes, por isso criamos um modelo de proximidade, personalização de serviços e alcance global. Somos uma firma “boutique”, especializada em áreas chave para os nossos clientes, como os impostos, trabalho, comercial e sociedades, transações e direito internacional, direito de imigração e assessoria ao investimento. Obviamente, temos intervenção nas outras áreas do direito, o que permite além das áreas mais fortes da firma dar ao nosso cliente soluções e assessoria nas outras áreas, como o imobiliário, TMT, privacidade e contencioso e na generalidade das necessidades apresentadas pelos clientes.
O nosso alcance internacional chega a mais de vinte países onde o cliente é tratado de uma forma idêntica à de Portugal ou estando em Portugal tem assegurado o acesso a advogados e consultores em mais de vinte países, principalmente no Continente Americano, Europa e China.
Por via do crescimento orgânico da firma, além dos escritórios associados da BLITA Internacional que nos permite ser uma firma com alcance internacional, a Bespoke Legal Services tem equipas próprias em Monterrey e Querétaro no México e em Miami onde se concentram uma parte importante dos nossos clientes.
Sabe-se que o mercado e, consequentemente os inúmeros setores de atividade estão em constante evolução. Assim, e com uma visão centrada na Advocacia atual, quais foram, para si, as transformações que mais impactaram o universo do Direito em Portugal?
O setor legal está em constante evolução e a pandemia trouxe para cima da mesa novas formas de trabalhar e comunicar com o cliente e as equipas de trabalho dos escritórios. Temos que pensar também que o cliente está melhor informado sobre alguns assuntos e que pretende ter serviços legais personalizados e integrados. É aqui é onde as firmas têm que pensar no seu segmento de mercado e principalmente entender as necessidades do cliente. No nosso caso temos que ser multidisciplinares e atuar em várias jurisdições porque os nossos clientes são maioritariamente internacionais e pretendem ter um serviço legal integral, tratando os seus assuntos apenas com uma firma e uma equipa.
Na minha opinião, os serviços legais têm de ser globais, integrados e personalizados, o que apenas se alcança com um modelo de trabalho organizado e uma capacidade internacional. O planeta é uma aldeia, mas tão diversa que os desafios são imensos, a capacidade de se adaptar à mudança é essencial e a capacidade de criar soluções legais à medida do cliente, o fato é feito à medida, por isso Bespoke legal services.
A Bespoke Law Firm é especializada em inúmeras vertentes, contudo importa, atualmente, abordar especificamente a área do Golden Visa. Sabendo que, em 2020, este programa quase triplicou, o que tem representado o mesmo para Portugal nos últimos anos?
O programa Golden Visa em Portugal é uma forma de captar investimento e acrescenta valor ao país. Não podemos esquecer que o programa Golden Visa cria muitas vezes oportunidade de negócios que permitem captar investimento, que se não vier para Portugal irá para outro país da União Europeia. Portugal não é o único país com este tipo de programa de residência, mas a nossa legislação permite que sejamos competitivos como país e isso é valor acrescentado.
Certo é, a 1 de janeiro deste ano, as regulamentações do Golden Visa foram alteradas de forma a impulsionar o investimento nas áreas de baixa densidade populacional do país, aliviando a pressão das regiões metropolitanas. Para melhor entender, quais foram as especificidades do programa que mudaram?
Não vamos fazer um detalhe de todas as alterações legislativas, mas sem dúvida que a opção do legislador em aliviar a pressão para a compra de imóveis destinados à habitação, em especial nas zonas de Lisboa, Porto e Algarve, cria novas realidades para o programa. Os investidores podem continuar nos mercados de Lisboa e Porto e Algarve para projetos não habitacionais, mas sim comerciais, turísticos ou industriais.
As outras alterações estão ligadas ao valor de transferência de capitais, investimento em empresas e investimento em fundos de investimento, valores que aumentaram substancialmente. No caso específico dos fundos de investimento, o que era 350.000€ é agora 500.000€, um aumento que alguns entendem como criador de diversos obstáculos neste tipo de investimento. É verdade que alguns dos nossos clientes deixaram a opção dos fundos e focaram o investimento no imobiliário no interior e projetos imobiliários.
Analisando a situação económica atual de Portugal, que impacto trarão estas mudanças ao país? De que forma perspetiva o mercado imobiliário em 2022?
Acho que haverá um desenvolvimento gradual nas zonas do interior, Portugal continua a ser atrativo e o programa tem um quadro legislativo suficiente para que exista investidores atraídos pelas oportunidades do interior.
Certo é, Portugal está no radar dos investidores em todo o mundo. Considera que esta vontade em investir no mercado nacional continue crescente, ainda que as regulamentações do Golden Visa tenham mudado? O interior terá oportunidades suficientes para se criarem oportunidades de investimento?
Portugal está na moda, é seguro e estável. Continua no radar dos investidores do Golden Visa e outro tipo de clientes que vêm efetivamente viver para Portugal por via do investimento, por via do trabalho remoto, os nómadas digitais, entre outros. Portugal continua a ser uma grande opção.
No nosso caso, neste momento estamos a trabalhar bastante nas regiões do interior e de baixa densidade, especialmente em investimentos que criam mercado de arrendamento habitacional e projetos turísticos e bem assim aproveitando também o “desconto” no investimento nas NUTTIII em imóveis para reabilitação. Neste caso, com o investimento de 280.000€ já se pode aceder ao programa de Golden Visa, o que faz do ponto de vista da competitividade internacional do programa uma grande vantagem. Na minha opinião, também estas novas regras levam a repensar a gestão de clientes e das suas expetativas, que agora devem ser norteadas por uma assessoria mais especifica e especializada. Com Lisboa e Porto de fora do investimento de habitação, o interior tem que mostrar que não é só paisagem e tem capacidade de atrair investimento estrangeiro.
Neste processo, qual é o papel que a Bespoke Law Firm vai assumir, uma vez que conta com a experiência necessária para criar soluções adaptadas às necessidades do mundo moderno?
Pensar o direito é essencial para criar soluções para os clientes, por vezes sentimos que somos arquitetos do direito, desenhando a melhor solução para a necessidade especifica de cada um.
Para poder gerir as equipas e clientes neste novo mundo moderno, as ferramentas tecnológicas são essenciais. Apostamos bastante no software de gestão de clientes, um bom CRM é essencial para que a equipa possa estar sempre atualizada. Depois um bom sistema de organização do escritório, gestão de tempo e processos é muito importante, uma vez que as equipas estão em escritórios diferentes e em diferentes países, o que sem as ferramentas tecnológicas seria muito mais difícil de gerir as operações diárias da firma.