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“A História não se recupera”

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“A História não se recupera”

Vamos falar sobre um assunto que tanto nos diz a todos neste momento… A Guerra da Rússia para com a Ucrânia. De que forma acha que este acontecimento impactará o nosso país?
A guerra vai ter um impacto visível no quotidiano das nossas vidas: subida do preço da energia, com o efeito multiplicador em toda a cadeia de produção, aumento dos preços e a quebra do poder de compra. Inevitavelmente, a recuperação económica da situação pandémica vai ser mais lenta ou mesmo inexistente dependendo da duração da guerra. Também não é de excluir uma recessão económica. Tempos difíceis, pois, se avizinham.

Assim, qual a sua visão sobre o mesmo?
A invasão militar da Ucrânia pela Rússia é uma agressão a um estado soberano, uma violação, portanto, do direito internacional e da Carta das Nações Unidas. Por isto, merece a condenação. Independentemente do contexto histórico que pode explicar o comportamento da Rússia, este não pode ser apresentado como justificação para esta invasão. A História não se recupera; a História é dinâmica e, portanto, impossível de se “voltar trás”. Se a “justificação histórica” dada pela Rússia fosse aceite como razoável, o mundo transformar-se-ia num enorme campo de batalha. As divergências, a existirem, devem ter como solução a diplomacia e nunca a força militar.
Do ponto de vista estratégico, esta guerra vem repor a “velha inimizade” entre o ocidente (Europa e EUA) e a Rússia, que julgava ultrapassada depois do fim da União Soviética. Vai demorar muito tempo para se ultrapassar esta desconfiança. E o mundo vai tornar-se ainda mais imprevisível.