A Procare Health é um laboratório farmacêutico focado na saúde e bem-estar do género feminino, tendo, portanto, um “compromisso com a mulher de hoje”. Neste sentido, de que forma a marca implementa na sociedade – principalmente junto das mulheres – esta missão?
O nosso compromisso com a mulher de hoje é mais do que um simples jargão, utilizado na dinâmica de comunicação de uma empresa farmacêutica que se especializou na Saúde da Mulher. Dissecando esta expressão, começo por falar no nosso compromisso, que foi a razão por que iniciámos este projecto, a de criar uma empresa dedicada à investigação e comercialização de soluções terapêuticas, de base natural ou síntese não química, numa lógica de Natural Evidence Based Medicine. A segunda parte do nosso claim refere-se à mulher de hoje. Não sendo a igualdade de género o tema desta questão, importa referir que, não obstante haver ainda muito por fazer, a mulher de hoje distingue-se da mulher do tempo das nossas avós, naquilo que é o seu papel social, profissional, relacional, ma também na forma como assume a sua condição feminina.
A mulher de hoje assume-se como mulher, ponto final. Não tem que fazer uma colagem ao género homem para se demarcar em lugares de destaque, liderança, mas também não deixa de assumir plenamente o seu papel de mulher enquanto mãe ou cônjuge. A nossa mensagem social junto das mulheres, em todas as ocasiões, é a de contribuir para que a mulher não se sinta limitada pelas especificidades da sua condição de mulher, muito pelo contrário.
A Organização Mundial de Saúde afirma que a saúde é o bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Na perspetiva da Procare Health, e enquanto especialistas nesta área, em que medida esta afirmação se relaciona com a mulher dos dias de hoje?
Essa definição de saúde remonta aos anos 40 do século passado. Naturalmente que continua actual, mas não define a nossa forma de estar na saúde da mulher. Para além da doença, existem situações que fazem parte do percurso por que o corpo da mulher vai passando ao longo dos anos. O que antigamente era considerado uma doença, uma limitação, uma perda de função, é hoje entendido como uma condição própria da fisiologia da mulher.
Nós estudamos formas de tratar a doença e de melhorar a condição de saúde da mulher. Procuramos cobrir lacunas terapêuticas, mas também desenvolver ferramentas para melhor lidar com situações que fazem parte do percurso de vida de uma mulher. Melhorar a sua capacidade reprodutiva ou reduzir a sintomatologia associada à aproximação da menopausa não tem que ser uma estratégia terapêutica, mas é indiscutivelmente uma forma de melhorar o bem-estar da mulher.
Sabemos que apesar de toda a informação e conhecimento, atualmente existe um alerta sobre a saúde da mulher. Porquê?
Existem diversos sinais que deveremos considerar no sentido de melhorar a saúde da mulher. Eu diria que um dos aspectos fundamentais para obter melhores resultados em saúde e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida passa pela prevenção.
Existem um sem número de medidas que devem ser tomadas, em diversas idades e fases da vida da mulher, para garantir que não surgirão novas doenças. Desde o despiste de determinados tipos de cancro, passando pela avaliação regular da saúde vaginal, pela avaliação da melhor condição para engravidar, até ao controle de doenças sexualmente transmissíveis, as medidas preventivas são fundamentais para assegurar uma vida saudável.
Sabemos que a pandemia nos trouxe enormes desafios no acesso à saúde, dada a evidente prioridade de resposta aos doentes com
Covid-19 e um desses problemas surge justamente no menor rigor dos planos de rastreio de doença. Considero absolutamente fundamental retomar todo esse trabalho e recuperar as doentes cujo acompanhamento se deteriorou ou perdeu.
Esta é uma marca que procura disponibilizar soluções terapêuticas inovadoras com o objetivo de melhorar a oferta dos melhores tratamentos para a saúde da mulher. Assim, quais considera que são as maiores necessidades deste público?
A resposta a essa questão pode ser encontrada no plano estratégico que desenvolvemos e que é ciclicamente medido na sua eficácia. Existem, na saúde da mulher, algumas áreas que se tornaram desafios para nós: as afecções do tracto genito-urinário, incluindo a prevenção de lesões causadas pelo papiloma vírus humano, a menopausa e a fertilidade são algumas áreas em que estamos a investir fortemente na evidência clínica das soluções terapêuticas de que dispomos. É com orgulho que vemos publicados os resultados desta investigação nas principais publicações e eventos internacionais da especialidade e dos milhares de mulheres tratadas nos 66 países onde operamos actualmente.
A 28 de maio celebra-se o Dia Internacional da Saúde Feminina. Uma efeméride que acima de tudo, visa alertar a sociedade para as desigualdades entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde. Na opinião do Miguel Coelho, que caminho tem vindo a ser traçado no que diz respeito a esta disparidade?
Esta data é importante porque permite abrir diversos canais de informação e prioriza um assunto que é para nós um tema que norteia todos os dias do ano. Quem me conhece sabe que eu gosto muito de celebrar, mas sou pouco adepto de efemérides com data marcada. Contudo, não posso, enquanto responsável pela Procare Health Portugal, deixar de juntar a nossa voz à de todas as mulheres, homens, entidades, que lutam pela equidade de oportunidades.
Este é um ano particularmente distinto, porque estamos a viver uma guerra em frente à porta das nossas casas, que tem vindo a mostrar a força das mulheres que pegam nos seus filhos ao colo e os levam para lugares seguros, separando-se dos seus companheiros que ficam a fazer a guerra. Quando profiro estas palavras quase sinto que estou a ler um livro de História, relatando algo que aconteceu no passado. Este dia será dedicado a todas as mulheres, mas em particular às mulheres que tomaram as rédeas da incerteza e que mostraram a força do seu género para preservar a sua família.
Em resposta à sua questão, apenas direi que, enquanto agentes de saúde e membros socialmente activos da sociedade estaremos sempre disponíveis para participar em todas as causas em que impera a justiça. O acesso à saúde é e deverá sempre ser universal e sem restrições.
Certo é que as lesões do colo do útero causadas pelo vírus papiloma humano (HPV) têm vindo cada vez mais a ser merecedoras de atenção, por se tratar de um problema grave. De que forma a Procare Health procura oferecer as melhores soluções para prevenir e tratar esta “doença”?
O objectivo dos agentes de saúde que intervêm no desenvolvimento de doença causada pelo HPV é conseguir erradicar este vírus nos próximos anos. Para tal, as doentes dispõem de uma vacina preventiva, que faz parte do plano de vacinação e que tem um papel fundamental na redução da sua incidência.
No entanto, os números mostram de forma cruel que milhares de mulheres contraem este vírus todos os anos. Destas, infelizmente temos que contabilizar mortes por cancro do colo do útero que poderiam ser evitadas.
Na Procare Health, estudámos intensamente este vírus e desenvolvemos uma solução terapêutica para tratar essas lesões. Desenvolvemos um programa de investigação clínica muito robusto, contando para tal com a participação de muitas unidades hospitalares que acompanham a evolução do tratamento em mulheres com HPV positivo.
Não posso deixar de referir que este tratamento, tal como outros do nosso portfólio, é composto por diversos ingredientes da base natural e que os estudos feitos demonstram o efeito sinérgico que todos estes ingredientes têm no combate da doença. São muitas horas de experimentação, mas que são compensadas pela experiência relatada de sucessos terapêuticos.
A terminar, que alertas e orientações lhe apraz deixar a todas as mulheres para que, cada vez mais, cuidem da sua saúde e bem-estar?
O meu papel enquanto director de uma empresa focada na saúde da mulher, mas também como homem, pai, filho, marido, já me ensinou que a mulher de hoje cada vez menos necessita de alertas e orientações. Basta ser assumidamente Mulher.
Nota: O autor não usa o novo acordo ortográfico.