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Desígnio Coimbra Business School: Produzir ciência e formar quadros para a economia do futuro

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Desígnio Coimbra Business School: Produzir ciência e formar quadros para a economia do futuro

A Coimbra Business School | ISCAC é uma referência nacional e internacional na área das ciências empresariais. Sendo uma escola de reflexão e raciocínio, de grande conhecimento, capaz de atrair os melhores estudantes, como tem vindo a preparar o seu caminho de evolução, inovação e reconhecimento?
A Coimbra Business School é uma escola-empresa que construiu a sua identidade nas parcerias com mais de mil empresas e organizações. É uma escola centenária, cujas origens remontam a 1921, ao Instituto Industrial e Comercial de Coimbra. Sobretudo nas últimas duas décadas, a proximidade às empresas, às organizações públicas e privadas e às autarquias têm-nos tornado mais ágeis e mais orientados para o mercado de trabalho. E, também, para a prestação de serviços e de estudos à comunidade e ao tecido empresarial da região e do país.
A Coimbra Business School tem 9 licenciaturas e 13 mestrados e é frequentada por cerca de 3.300 estudantes, aos quais acrescem cerca de 1200 estudantes em cursos de formação executiva. Nos últimos anos triplicou a sua publicação científica em revistas europeias de prestígio, sendo a empregabilidade dos seus alunos quase total. Esta é uma das razões que faz com que, nos últimos três anos, tenhamos esgotado todas as vagas na 1ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior e que, por regra, a escola tenha mais candidaturas do que vagas para a sua oferta de formação executiva.
Atualmente, a Coimbra Business School quer reafirmar que o seu desígnio é produzir ciência e formar quadros para a economia do futuro, em Portugal e no mundo, desde logo na Lusofonia.

Certo é, a Coimbra Business School | ISCAC conta com as mais elevadas taxas de empregabilidade dos seus diplomados, sendo participante ativa em projetos de investigação e de serviços prestados, com os melhores índices de produção científica. Desta forma, e face às constantes evoluções da sociedade e do mercado, de que forma tem reinventado e ajustado as suas metodologias continuando, assim, a vincar o seu valor e competitividade?
A oferta formativa da Coimbra Business School é muito feita em função das necessidades de mercado, com atualizações académicas muito regulares e intensas, por exemplo, na Contabilidade, na Informática, na Gestão ou no Direito.
Para além da oferta ao nível das licenciaturas e dos mestrados, disponibilizamos um conjunto de cursos breves, de pós-graduações e de MBAs que incentivam os profissionais e os antigos estudantes a prosseguirem a sua formação ao longo da vida: é fundamental que quadros com experiência regressem temporariamente à escola e aos estudos para estarem preparados para os desafios com que as novas realidades profissionais diariamente os confrontam. Os dois anos de pandemia da Covid-19 foram um bom exemplo disso mesmo.
Para além de cursos em regimes diurno e noturno, e de muitas formações adotarem um modelo misto presencial e digital, a Coimbra Business School | ISCAC investe muito na vertente prática nos cursos.
De facto, as nossas aulas são sempre teórico-práticas e, nesse sentido, há uma grande ligação dos professores à realidade das empresas e das organizações. Esta relação do mundo académico com o mundo profissional é realizada, aqui, de forma muito habitual. Não tenho dúvidas que este é um aspeto decisivo para a empregabilidade elevadíssima dos nossos estudantes.
Há também outro aspeto que considero muito importante para a competitividade da escola: somos uma instituição que promove muito o empreendedorismo! Dinamizamos muito eventos e atividades que facultam aos estudantes ferramentas úteis para transformar as suas boas ideias em negócios rentáveis.

Se falamos em evolução, abordamos a digitalização que predomina nos dias de hoje. Considera que a área da Contabilidade já estava profundamente digitalizada quando a pandemia da Covid-19 acelerou radicalmente a digitalização da sociedade e, sobretudo, das atividades económicas? O que mudou?
É muito importante falar de Contabilidade e de Auditoria – nomeadamente de Auditoria Fiscal – porque estas atividades são um baluarte do Estado de Direito e um eixo fundamental dos regimes democráticos e liberais. Não há sociedades livres, democráticas e prósperas sem a confiança que os contabilistas certificados e os auditores transmitem aos cidadãos sobre as empresas, as instituições e os estados.
Na base dessa confiança está o conhecimento, a ciência e, inevitavelmente, a digitalização. A digitalização alterou completamente, quer a determinação dos índices de transparência da atividade económica, quer a gestão do conhecimento fiscal em Portugal.

O avanço constante das tecnologias da informação trouxe para cima da mesa questões relevantes no que concerne à segurança das informações. Para a área da Contabilidade, qual é a importância de uma boa gestão de riscos cibernéticos e da potencialidade na segurança das informações?
A espionagem e a criminalidade no ciberespaço mostrou, nos últimos tempos, como o roubo de enormes quantidades de dados pessoais e sensíveis resulta muitas vezes em chantagem, em extorsão ou simplesmente na divulgação de informação sensível. Isso muitas vezes impediu o regular funcionamento de atividades fundamentais, de empresas e de organizações estatais por todo o mundo.
Para além dos prejuízos económicos diretos que muitos desses ataques significaram – muitos milhões de milhões de euros por ano em todo o mundo – esses ciberataques alertaram também para grandes fragilidades estruturais do sistema digital global.
Este é um panorama muito crítico para a área da Contabilidade, uma vez que esta atividade assenta, em boa parte, na segurança e na confiança. Sem confiança, sem segurança, a Contabilidade perde o seu poder quase mágico de introduzir, de manter e até de forçar a presença da racionalidade no processo económico, empresarial e financeiro.

Olhando para o setor em Portugal de forma generalizada, acredita que ainda há dificuldade de os profissionais compreenderem que a segurança das informações e dos dados não pode ser considerada um custo, mas sim um investimento? Quais os motivos que retraem os mesmos perante a cibersegurança?
Não pode haver retração face à cibersegurança! Ela é o seguro de vida da sociedade e da civilização como a conhecemos.
A falta de segurança informática pode colocar em causa os processos eleitorais em países democráticos, o fornecimento de energia elétrica em cidades inteiras, o funcionamento dos hospitais e até o atendimento telefónico de emergência médica, entre outros serviços fundamentais. Enfim, sem segurança informática não pode haver regular funcionamento de atividades fundamentais, nem de empresas, nem de organizações privadas, nem da administração pública.
A cibersegurança está no coração da atividade económica, como mostram os recentes ataques em Portugal às empresas do grupo Impresa (SIC e Expresso), à SONAE, à Vodafone, à EDP, entre outras, ou ao próprio site de Assembleia de República. E, por maioria de razão, a cibersegurança está no coração do funcionamento das micro, pequenas e médias empresas, as quais estão tão ou mais dependentes da digitalização do que as grandes empresas. Só que as PME, em geral, têm a desvantagem de estarem menos preparadas e protegidas para ataques.

A responsabilidade profissional por parte dos Contabilistas sobre as informações dos seus clientes sempre existiu – algo que é fortemente certificado e assegurado pela Coimbra Business School | ISCAC -, mas atualmente a preocupação é maior devido aos ambientes virtuais onde estão inseridos. Ainda assim, é neste meio que a informação flui de forma mais rápida e eficaz? De que forma?
A humanidade passou a viver no digital! É esse o nosso mundo, não vale a pena imaginar uma realidade alternativa à transição digital. Neste novo real, têm de se contruir sistemas capazes de resistir a ataques e de manter a prestação do serviço esperado, com respeito por requisitos de disponibilidade, integridade e confidencialidade.
Sem ser exaustivo, a construção de sistemas com essas caraterísticas exige a utilização de sistemas descentralizados, redundantes, com processos de backup e com autenticação multifator.
Todos precisamos de implementar uma cultura de segurança nas organizações em que trabalhamos. E precisamos de planeamento e de treino técnico para atuar eficazmente em caso de ataque cibernético ou falha.

Acredita que existem, ainda, deficiências e um caminho a ser trilhado na procura por melhorias, uma vez que há profissionais que possuem conhecimento superficial sobre o tema e, consequentemente, sobre os riscos que estão associados? Na sua perspetiva, o que é que, neste sentido, urge estabelecer?
Tenho defendido publicamente que os estados e as organizações de estados, como a União Europeia, têm de colocar a cibersegurança no topo da sua agenda política. Portugal tem de colocar a segurança informática nas suas prioridades estratégicas para esta década 2020-2030. É urgente tomar decisões políticas, muito para além de decisões técnicas, que promovam a defesa dos sistemas informáticos – e não só nos sistemas públicos! – em que assentam as sociedades modernas. A cibersegurança é hoje parte integrante e central das estratégias de desenvolvimento dos países.

Enquanto Presidente da Coimbra Business School | ISCAC, em que medida a cibersegurança e a segurança da informação são temas debatidos, de forma a potenciar os estudantes para a importância dos mesmos no presente e no futuro da sua atividade?
Os nossos estudantes têm uma prática digital desde o primeiro dia em que ingressam na Escola, até ao dia em que festejam o fim dos cursos.
Com a transição digital, a gestão enfrenta em todo o mundo novos desafios: para além da sustentabilidade e da rentabilidade dos negócios, é imperativo contribuir para a salvaguarda dos tecidos económico e social. A Coimbra Business School é uma das escolas tecnologicamente mais equipadas de todo o país e o nosso ensino das ciências empresariais está a integrar isso mesmo: mais foco na gestão dos recursos humanos uma vez que as pessoas estão a trabalhar mais em casa, mais foco na logística, na conectividade, na segurança informática, etc.
Nos nossos cursos ensinamos aos alunos que a confiança dos utilizadores no mundo digital – e a fiabilidade de tarefas que são cada vez mais críticas para a economia e para sociedade – estão no coração da década 2020-2030.

Afirma regularmente que o caminho da Coimbra Business School | ISCAC é produzir mais e melhor ciência em Portugal. Deste modo, tem sido possível, nos últimos anos, conjugar a ciência com a tecnologia na área da Ciências Empresariais? De que modo?
A nossa ligação ao mercado, às organizações e aos serviços do Estado, não é puramente subsidiária. Ela funda-se numa produção científica que conseguiu publicações em revistas científicas internacionais de grande prestígio, com critérios muito restritivos de aceitação de artigos e com maior capacidade para influenciar a produção científica futura.
Na área das Ciências Empresariais temos artigos publicados em revistas tão prestigiadas como a Omega – The International Journal of Management Science, uma referência na área de gestão, ou o Journal of Economic Analysis and Policy.
Tanto o trabalho letivo, como a investigação que docentes e estudantes estão a fazer na área das Ciências Empresariais, vista num sentido lato, está a ser de altíssimo nível técnico e científico e, estou certo, irá produzir em breve resultados ainda mais expressivo

Para terminar, a médio/longo prazo, a que patamar gostaria de elevar a Coimbra Business School | ISCAC? Quais são as metas que lhe apraz cumprir?
O nosso objetivo estratégico é público: fomos a primeira escola do ensino superior politécnico do país a criar uma comissão pró-doutoramentos!
Mais recentemente, criámos o CBS Research Centre – Centro de Investigação em Ciências Empresariais da Coimbra Business School, um centro de investigação multidisciplinar focado nas ciências empresariais e na investigação científica aplicada às necessidades da sociedade.
Será com o CBS Research Centre que nos iremos consolidar como instituição de ensino superior de referência. Será com ele que iremos aproximar a investigação científica multidisciplinar da sociedade e das organizações públicas e privadas, estreitando parcerias com outras unidades de investigação nacionais e internacionais.
É por isso que contamos, no próximo ciclo de avaliações da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, estarmos já em condições de ter uma avaliação que nos permita lançar doutoramentos nesta escola.