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“A ADIPA está sempre a aprender”

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“A ADIPA está sempre a aprender”

Formalmente constituída em 1975, a ADIPA representa as empresas privadas que se dedicam à distribuição alimentar, vertentes grossista e retalhista. Apesar de completar este ano 47 anos de existência, a verdade é que a sua história remonta à constituição do Grémio dos Armazenistas de Mercearia, em 1939. Conforme nos contou Luís Brás, “na génese da constituição da ADIPA estiveram as empresas grossistas que, na sequência da extinção dos grémios, em 1975, sentiram a necessidade de criar uma estrutura que continuasse a assegurar a sua representação institucional. Foi assim que as empresas que integravam o Grémio se associaram e constituiram esta associação patronal”. Criaram, dessa forma, uma estrutura ímpar, que conhece na perfeição o tecido empresarial que representa, graças à ligação direta que mantém com os empresários do setor.
Com quase 50 anos de história, muitos foram os momentos que marcaram o caminho da organização, tal como a elaboração das convenções coletivas que regulam as condições de trabalho para o setor, nos canais grossista e retalhista. Tal vertente representa a importância que a associação atribui ao diálogo social com os seus parceiros sociais, nomeadamente as estruturas representativas dos trabalhadores. De destacar, igualmente, o papel preponderante da associação na organização do movimento associativo, lembrando o papel desempenhado na constituição da CCP, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, através da fusão das Federações Grosssista e Retalhista.
“Integrámos desde o início este movimento, contribuindo com o nosso conhecimento para o trabalho desenvolvido pela direção da CCP, no seio da qual estivemos sempre representados.  Fazer valer a voz deste setor junto de um organismo que congrega centenas de associações que representam os mais variados setores do comércio e serviços, constitui um pilar do desenvolvimento da nossa atividade”, sublinha o Secretário-Geral.
Conforme refere Luís Brás, “a ADIPA tem evoluído por forma a acompanhar as mudanças do mercado. Se num primeiro momento, na década de 80, os empresários eram maioritariamente grossistas, com a evolução do mercado percebemos que, de facto, é cada vez mais ténue a linha que separa o comércio grossista do retalhista. Foram as próprias empresas grossistas que, a certa altura, sentiram a necessidade de chegar ao consumidor final através da abertura de retalho próprio. Por essa razão e após uma reflexão interna, entendeu-se adaptar os estatutos da associação por forma a dar expressão a esta nova realidade, nomeadamente ao nível da representatividade das empresas retalhistas da distribuição alimentar. Com esta alteração quisemos também dar representação ao retalho alimentar em geral e ao de proximidade em particular”.
O setor retalhista assume atualmente para a associação, a par do grossista, uma importância preponderante, e uma das missões atuais passa por “apresentar a associação às empresas retalhistas para que estas tenham conhecimento de que existe uma organização com inúmeras valências e que se encontra totalmente disponível para prestar todo o apoio de que estas necessitam”, assegura Luís Brás.

O papel e importância da ADIPA

A ação da ADIPA desdobra-se em diversas áreas de intervenção, quer na vertente institucional, de representação do setor perante as instâncias oficiais, quer na vertente associativa, através da sua inclusão na CCP, quer ainda no âmbito do apoio técnico prestado às empresas associadas. Na componente institucional, uma das áreas mais importantes, destaca-se o papel de representação das empresas associadas no diálogo permanente que mantém com os diversos membros do Governo, quer diretamente, quer através da CCP.
No entanto, “para podermos desenvolver este papel na sua plenitude, obviamente que é necessário estudar aquilo que é o enquadramento económico-social e o desenvolvimento da atividade, assim como estarmos na posse de todos os dados que se prendem com as dificuldades sentidas pelas empresas no seu dia a dia. Por outro lado, a política e a visão estratégica da ADIPA passa por encarar as estruturas de representação sindical como um parceiro e não como um adversário e, por essa razão, ano após ano esforçamo-nos por lograr a obtenção dos acordos de revisão das CCT’s para o setor com essas estruturas”, refere Luís Brás.
Segundo Luís Brás, “tão importante como todas as outras valências, é o fato da ADIPA estar sempre ao lado das empresas prestando-lhes todo o apoio informativo de que necessitam nas áreas laboral, jurídica, económica, entre outras que balizam o desenvolvimento da sua atividade, sendo esta uma mais-valia extremamente relevante e diferenciadora do trabalho desenvolvido. Prestar um apoio direto e personalizado é, no fundo, o pilar essencial da associação”.

“Estamos presentes em todos
os eventos organizados pelos nossos associados”

A rede “Aqui é Fresco”, associada da ADIPA, irá reunir novamente este ano mais de 2000 convidados na sua convenção anual, à qual a associação representativa do setor não faltará. Isto porque “estamos presentes em todos os eventos organizados pelos nossos associados. A rede “Aqui é Fresco” é um excelente exemplo de uma estrutura dinâmica. Não só a “Aqui é Fresco”, mas todas as empresas nossas associadas fazem um excelente trabalho a todos os níveis. Como o nosso lema é caminhar ao lado dos nossos associados, fazemos sempre questão de estar presentes neste tipo de eventos”.
A verdade é que este género de eventos é muito importante para manter a coesão das estruturas económicas. São precisamente as convenções realizadas tanto pelas empresas, como pela própria associação, que diferencia pela positiva o ambiente empresarial que se vive em Portugal, “porque junta as pessoas, fá-las dialogar, aprender e partilhar conhecimentos”.  Neste âmbito, o Secretário-Geral da ADIPA não prescindiu de saudar a excelência da rede “Aqui é Fresco” pela dinamização da atividade, para além de que esta foi uma das primeiras empresas a realizar uma convenção totalmente digital, tendo sido mesmo a primeira no retalho alimentar, motivada pelo período pandémico que atravessávamos, o que, segundo Luís Brás, “é de louvar. Quando, em plena pandemia, uma empresa é capaz de realizar um encontro digital com um nível de qualidade exímio, significa que a organização, muito antes da pandemia, já estava a preparar a transição  digital. Podemos ainda referir inúmeros outros exemplos do trabalho de excelência desenvolvido pelas empresas associadas, nomeadamente as 71 que ganharam o estatuto PME Líder 2021, e que muito orgulharam a associação”.
Depois de dois anos atípicos para todos os setores económicos, não há dúvida de que a realização destes eventos contribui para o conhecimento do comportamento do consumidor e do mercado no seu todo, aportando inúmeras mais-valias aos novos desafios que se avizinham. “Este tipo de eventos proporcionam, num ambiente informal e fora do trabalho diário, espaços de reflexão e debate com personalidades de reputado reconhecimento no meio empresarial e político português. Ninguém consegue prever o futuro com rigor, mas podemos procurar desvendar algumas possibilidades a partir desta troca de conhecimentos. Estas convenções ajudam as empresas a analisar o passado e o presente, estimulando-as na procura de soluções que lhes permitam encarar a mudança com confiança”, sublinha Luís Brás.

O Futuro de um setor indispensável

O comércio retalhista e grossista enfrentou um período dos mais desafiantes da sua história, pelo que agora é fundamental estar com os olhos postos no futuro. Segundo Luís Brás, “a ADIPA está sempre a aprender”. Marcar presença nos eventos do setor é fundamental. Perceber o “estado da arte” do mundo empresarial, bem como conhecer as suas principais preocupações, constitui um ponto essencial para desenvolver estratégias que assegurem as suas expetativas futuras. A organização de seminários e de outras iniciativas similares constitui um meio para atingir aquele desiderato. “É muito importante que as empresas estejam alerta sobre o que é verdadeiramente importante para o crescimento do seu negócio, por forma a sentirem menos dificuldades no desenvolvimento da sua atividade”, termina o Secretário-Geral da ADIPA.