Após terminar os estudos na área do Direito e concluir o exame na Ordem dos Advogados, a Ana Avelar abraçou inúmeros projetos enriquecedores até ao momento. O que nos pode contar sobre esta jornada rica em projetos e conhecimento?
Após concluir o curso, fiz o estágio de advocacia, tendo inicialmente feito o meu percurso na área penal. Após os primeiros anos de atividade de advocacia na área criminal, foquei-me e centralizei a minha atividade na área de insolvências e recuperações de empresas, onde concentrei a maioria da minha atividade profissional, até 2011. Simultaneamente, fui também diretora de uma empresa na área de Eletrónica e Telecomunicações e, posteriormente, integrei a Deco Proteste a partir de 2012, onde prestava assessoria na área de direito do consumo. A partir de 2011, passo a ter escritório em nome próprio, sendo simultaneamente procuradora-geral de um grupo económico da área da construção civil. Ao longo dos anos assessorei empresas, presidi assembleias gerais e conselhos fiscais das mais diversas áreas. Em 2014, decido abraçar novos projetos, tornando-me assessora jurídica da direção da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Passado seis meses, sou convidada a subir ao cargo de Secretária Geral, que passei a acumular com o cargo de Diretora de Serviços. Presentemente, para além disto, mantenho a atividade de advocacia, apesar de ter reduzido a mesma drasticamente a partir de 2019, por indisponibilidade de agenda. Sou também diretora da Revista APEMIP e gerente de uma empresa, a qual detém uma Academia de Formação certificada pela DGERT e pelo Banco de Portugal.
Há precisamente oito anos abraçou o desafio de Assessoria Jurídica da Direção Nacional da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), tendo sido promovida a Secretária Geral um ano depois – cargo que atualmente ocupa. Nesta qualidade, que missão tem vindo a almejar cumprir?
A minha missão na APEMIP passa, principalmente, por fazer crescer a Associação, captar novos Associados e dinamizar e credibilizar o setor imobiliário. Neste sentido, uma das minhas principais preocupações e apostas passa pelo grande foco na formação contínua. Na APEMIP, pretendemos ter uma oferta formativa atual e adequada às necessidades e expetativas dos profissionais do setor. Para que os nossos formandos tenham as melhores condições possíveis, no início deste ano renovámos o espaço da Academia APEMIP, em Lisboa, que agora se situa no mesmo edifício da sede da associação. O novo espaço é moderno, clean e atrativo e conta com duas salas de formação totalmente equipadas e um espaço outdoor excelente para networking durante os coffee break. Acresce que tenho como preocupação acrescentar valor ao capital humano da associação, assim como dinamizar uma série de eventos que se mostrem relevantes para o setor e associados (estes sim o nosso core business), quer através de salões, conferências, workshops ou trade missions.
A APEMIP ocupa hoje uma posição reconhecidamente destacada no mercado imobiliário nacional, quer pela aposta, já ganha, da afirmação do papel do profissional de mediação imobiliária, quer pela conquista de uma maior quota no mercado deste setor. De que forma esta entidade representa e defende os legítimos interesses das empresas suas associadas?
A Associação tem como uma das suas missões aumentar a notoriedade do setor da mediação imobiliária, acentuando a sua diferenciação e procurando tornar o papel do mediador imobiliário indispensável nos processos de transação imobiliária, inclusivamente para a própria proteção e defesa do consumidor. Neste âmbito, um dos atuais objetivos passa por salvaguardar os direitos das empresas que exercem a atividade de mediação imobiliária, cumprindo todos os requisitos legais. Além disso, a profissionalização do setor é outra das nossas preocupações. Temos realizado um empenhado trabalho de desenvolvimento na Academia APEMIP que nos possibilite ter uma formação à altura dos desafios do mercado. Além disso, procuramos colaborar com o Órgão Regulador do setor da mediação imobiliária, o IMPIC – Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, em tudo o que é possível à associação: seja em formação, seja em contributos que poderão ser relevantes no sentido de melhorar a regulamentação afeta a este setor, e temos uma preocupação constante com a formação profissional e deontologia.
Neste sentido, em que medida a APEMIP é um parceiro-chave na fileira da construção do imobiliário, contribuindo, pela sua ação, para encontrar as melhores soluções para todos os problemas que afetam o setor?
A APEMIP é uma associação de direito privado que ocupa hoje uma posição reconhecidamente destacada no mercado imobiliário nacional, quer pela aposta, da afirmação do papel do profissional de mediação imobiliária, quer pela conquista de uma maior quota neste mesmo mercado. Desde a sua criação que a sua principal preocupação se foca na defesa dos interesses legítimos do grupo de profissionais que representa, protegendo a atividade que desenvolvem, assegurando a crescente confiança que o público tem na atividade imobiliária, promovendo a proteção dos direitos e assegurando sempre os mais elevados padrões de ética e profissionalismo. Parceiro-chave na fileira da construção e do imobiliário, a APEMIP contribui, pela sua ação, para procurar soluções para problemas que afetam o setor imobiliário, e promove por exemplo a presença das empresas associadas em feiras internacionais, através de parcerias estratégicas, continuando a demonstrar por esta via que o investimento no imobiliário também é um produto de exportação pela captação de IDE (Investimento Direto Estrangeiro). Através da partilha de conhecimento, a APEMIP tem conquistado prestígio junto das suas congéneres, e tem assegurado a respetiva presença em fóruns internacionais de interesse para o desenvolvimento dos negócios das PME. A missão da APEMIP tem vindo a evoluir como parceiro da fileira do imobiliário e a ajustar-se às necessidades de promoção de Portugal como país que oferece segurança, diversidade e oportunidades.
Quão gratificante é, para a Ana Avelar, ser Secretária Geral numa entidade que prima pela defesa do setor imobiliário através de ética, transparência e competência?
É muito gratificante contribuir para a credibilização do setor imobiliário, principalmente numa associação tão prestigiada como a APEMIP. A atual direção da APEMIP tem elementos que nas suas atividades profissionais têm diferentes modelos de negócio e experiências, o que permite que consigamos conquistar mais proximidade com a atividade imobiliária e com os nossos associados. No cumprimento da sua função institucional e no apoio permanente que dá à classe, na APEMIP queremos encontrar respostas e soluções adequadas para o setor. Tem sido um processo de crescimento pessoal e profissional que me realiza. Ser responsável pelos vários pelouros da Associação, obriga-me a uma agilidade mental e dinâmica que me preenchem os dias, respondendo no meu caso melhor em situações de stress e de necessidade de tomada de decisões rápidas.
Tendo, convictamente, diversas ambições ainda por cumprir quer a nível pessoal, quer profissional, que marca – em qualquer uma das vertentes – gostaria de deixar no mundo?
A nível pessoal, só me encontro realizada se também o estiver profissionalmente e vice-versa. Ambas as vertentes são indissociáveis. Tenho a certeza de que não seria tão feliz se não trabalhasse e não me sentisse realizada profissionalmente. Sempre apostei no progresso e na evolução da minha carreira e faço formação continuamente (além de Advogada, tenho dois cursos de Gestão de Recursos Humanos, formação em RGPD e inúmeras formações que vão da área jurídica a aulas privadas de francês). No âmbito profissional, gostaria de deixar as instituições ou entidades no meu percurso, melhor do que os encontrei. Tenho ainda como referência o empoderamento feminino e seria importante para a sociedade termos mais mulheres a assumir cargos de liderança, bem como sermos uma sociedade mais inclusiva. No campo mais pessoal desejo que os meus filhos sigam o percurso que os fizer mais felizes e acima de tudo sejam bons seres humanos e cidadãos do mundo. A família é de facto o pilar da sociedade e a minha obviamente é o meu suporte existindo uma enorme entreajuda entre todos. Gostaria de manter o voluntariado e serviço à Igreja e ser lembrada como uma pessoa íntegra e de bem com a vida e que contribuiu com algo de bom para a sociedade.
Já do ponto de vista da APEMIP, sabemos que, ao longo dos últimos anos, tem conhecido uma acentuada evolução em número de adesões, em serviços prestados aos que a ela se associam e em credibilidade junto do público e de todos os intervenientes. Assim, como perspetiva o futuro a curto/médio prazo da entidade?
Perspetivo um futuro bastante positivo. No início deste ano, renovámos as instalações da Academia em Lisboa, para que os nossos Associados possam ter aulas presenciais com as melhores condições possíveis. Estamos também a realizar um refresh nas restantes instalações e Academias (Vilamoura, Porto e Coimbra). Recentemente, lançámos a Revista APEMIP, que tem o propósito institucional de ser um veículo de comunicação privilegiado entre a associação e os associados, bem como com os stakeholders, incluindo parceiros de negócio, governos central e local e outros organismos públicos. A APEMIP será promotora e organizadora de vários eventos como o Salão Imobiliário que realizaremos na Madeira (com o JM), no Porto (em negociação), assim como realizará ainda este ano Trade Missions ao Brasil e aos E.U.A. Temos ainda outras novidades que serão vantajosas para os nossos Associados e para o setor e que iremos divulgando ao longo do tempo.