
A LOSCH DIGITAL LAB, foi fundada em 2018 como a filial portuguesa da empresa luxemburguesa Losch, fundada à data de 1948 como um dos primeiros importadores da Volkswagen AG, tendo sindo estabelecida, com o passar dos anos, como uma marca líder neste setor. Neste sentido, como descreve a evolução do trabalho que tem vindo a ser feito pela marca entre Portugal e o Luxemburgo?
Com os novos desafios da indústria automóvel, a procura de inovação e diversificação levou a Losch a estabelecer-se em Portugal através da criação de um departamento para desenvolvimento de software e data engineering, o Digital Lab. Desde então o objetivo tem sido tornarmo-nos numa referência no desenvolvimento de soluções para o setor automóvel, procurando parcerias com empresas com os mesmos desafios, usando o sucesso da Losch como exemplo na digitalização do setor. Ao fim de três anos, o impacto desta nova geração de soluções é já uma realidade dentro da Losch, que queremos levar mais longe e a mais mercados.
Que balanço faz da relação entre os dois países, económica e socialmente? É legítimo afirmar que Portugal e Luxemburgo têm cada vez mais potencial para trabalhar juntos?
Portugal e Luxemburgo sempre tiveram uma relação próxima, visível na Segunda Guerra Mundial tendo Portugal servido de porto de abrigo para os refugiados luxemburgueses, bem como mais tarde na década de 60 quando o Luxemburgo acolheu portugueses à procura de melhores condições de vida, sendo hoje a maior comunidade estrangeira no país.
Neste momento Portugal oferece ao Luxemburgo o ambiente ideal para expandir no setor tecnológico. Há cada vez mais investimento nos polos tecnológicos como é exemplo de Braga, Lisboa ou o Porto de onde já surgiram vários unicórnios portugueses. Graças às nossas universidades classificadas como das melhores a nível europeu, existem cada vez mais profissionais altamente qualificados e com grande facilidade tanto na língua inglesa como francesa o que facilita as conceções entre ambos os países. Com o talento dos dois países, combinado o potencial de sucesso, é cada vez mais elevado e temos tido várias provas disso.
Sabemos que, inevitavelmente, todos os setores de atividade enfrentam uma mudança através da digitalização contínua, e na indústria automóvel não é diferente. O que tem vindo a ser feito pela LOSCH DIGITAL LAB nesta vertente? Quais os maiores desafios?
Muitos processos na Losch Luxembourg eram antiquados, com base em papel e não centralizados. Com o crescimento da empresa, tornou-se complicado acompanhar os processos de trabalho e encontrar a informação necessária à velocidade requerida pelas demandas da nova era digital. O papel da Losch Digital Lab tem vindo a ser analisar os processos atuais da Losch e traduzi-los em soluções digitais que promovem a agilização dos mesmos e uma maior produtividade. Estes produtos vão desde Sistemas de Gestão de Importadores e Fornecedores e Serviços de Mobilidade (Mobility-on-Demand) a E-commerces. Por outro lado, as decisões de negócio de uma empresa devem ser data-driven e para isso é indispensável ter fontes de informação fiáveis e com excelentes sistemas de relatórios, o que se tornou um dos maiores objetivos para a Losch Digital Lab. Em estrita parceria com a Losch Luxembourg, conseguimos reunir e organizar toda a informação dos diferentes departamentos (como vendas, serviços ou gestão de armazéns) em relatórios uniformizados, interativos e centralizados. Embora à distância e com foco em software, procuramos estar em contacto permanente e direto com o setor, seja através de gestores de garagens ou mesmo dos próprios mecânicos que serão os utilizadores das nossas soluções. A mudança para um paradigma mais digital tem os seus desafios, especialmente numa empresa com tantos anos de sucesso no setor automóvel, com tantos setores diferentes e processos há muito estabelecidos. No entanto é compreendido por toda a Losch que não existem muitas soluções especializadas para a gestão diária do setor automóvel tornando-se uma missão de todos, e em especial do Digital Lab, trazer novas e melhores soluções para o mercado tirando partido do sucesso da Losch no setor automóvel e das valências de desenvolvimento de software do Digital Lab.
Foi recentemente assinado um acordo entre a Luxembourg House Of Financial Technology e a Portugal Fintech. Acredita esta será uma alavanca ao desenvolvimento da ligação entre os dois países? Porquê?
A visita económica no passado mês de maio e a larga delegação económica que a acompanhou foi prova de que quanto mais empresas e parcerias forem estabelecidas entre os países, e quanto mais visibilidade estas parcerias tiverem (especialmente sendo enquadradas neste tipo de iniciativa) mais interesse surge por parte de novas empresas de ambos os lados. Existem cada vez mais casos de sucesso de parcerias entre Portugal e Luxemburgo e todas elas acabam por se tornar embaixadoras e facilitadoras de novas parcerias pela sua própria experiência.
Por fim, para além da digitalização, que novas tendências acredita que ditarão o universo automóvel a médio e longo prazo? Como está a ser desenhado o futuro da LOSCH em Portugal e no Luxemburgo?
A crescente presença dos carros elétricos já obrigou a uma mudança na abordagem a oportunidades de negócio pós-venda. As empresas começaram a procurar novas ofertas e novas dinâmicas, expandindo os seus negócios, e, como é o caso da Losch, a investir cada vez mais em soluções de mobilidade mais sustentável. A sustentabilidade e eficiência na mobilidade urbana são uma preocupação do consumidor atual e os carros autónomos são cada vez mais uma realidade. A Losch tem investido nesse sentido tanto a nível operacional interno e de oferta de serviços aos seus clientes, como no software que desenvolve procurando trazer para o mercado soluções de gestão de frotas e rotas de transporte que ajudem outras empresas a reduzir a sua pegada ecológica enquanto aumentam a sua eficiência. Em Portugal, o nosso objetivo continuará a ser investir no desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, apostando e retendo o talento português de forma a crescer e maturar as nossas equipas multidisciplinares e procurando cada vez mais parcerias com empresas portuguesas.