Início Atualidade “Os Seguros assumem um papel importante como catalisador indispensável para o Desenvolvimento Económico”

“Os Seguros assumem um papel importante como catalisador indispensável para o Desenvolvimento Económico”

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“Os Seguros assumem um papel  importante como catalisador indispensável  para o Desenvolvimento Económico”

A NOSSA Seguros (Nova Sociedade de Seguros de Angola, S.A.) foi constituída em 2004, sendo que, atualmente, faz parte das seguradoras pioneiras a iniciar negócios em Angola, após a independência do país. Após 18 anos de atividade, quem é hoje esta marca?

A NOSSA Seguros surge após a liberalização do mercado angolano de seguros que teve lugar no ano de 1998, após um período de duas décadas em que o mercado foi dominado por um monopólio. Apesar de termos iniciado o processo de constituição em 2004, abrimos as portas ao público em 2005. A NOSSA hoje posiciona-se entre as três maiores seguradoras a operar em Angola, num mercado com mais de 20 seguradoras. Oferecemos soluções dos ramos vida, não vida e fazemos a gestão de fundo de pensões. A seguradora serve particulares, empresas e instituições. Estamos presentes em todo o território angolano através de agências próprias ou do banco BAI (o nosso accionista maioritário) e remotamente através do nosso Contact Center e da nossa mobile app. Diferenciamo-nos com base na experiência que proporcionamos aos clientes, na proximidade e relação que desenvolvemos, bem como através da promoção da esfera digital e do compromisso que temos com a sociedade. O nosso desempenho, que tem sido marcado por um forte crescimento e uma excelente rentabilidade, tem sido influenciado por quatro pilares fundamentais, nomeadamente: parcerias estratégicas, conhecimento e capital humano, suporte tecnológico e solidez financeira.

Certo é, ao longo da sua existência, a NOSSA Seguros tem trilhado a sua trajetória vincada por um sólido crescimento e pleno sucesso. Nos segmentos Vida e Não Vida, de que forma a entidade atenta às diversas necessidades dos clientes, adaptando-se, ainda, às constantes transformações do mercado?

Nos últimos quatro anos a NOSSA Seguros apresentou uma média anual de crescimento de prémios (a sua receita) superior a 40% e o ROE manteve-se acima dos 30% durante o mesmo período. A NOSSA Seguros apresenta um vasto leque de soluções de seguros nos ramos vida e não vida. Com o suporte dos nossos parceiros locais e internacionais apoiamos os nossos clientes a selecionarem as coberturas mais adequadas às suas necessidades específicas. O nosso painel de resseguradoras, de notável capacidade financeira, permite-nos fazer face aos riscos de capitais elevados e de grande exposição. Posicionamo-nos como uma empresa ágil e que se esforça no sentido de encontrar soluções eficazes para que os seus clientes façam uma boa gestão dos riscos a que estão sujeitos, nomeadamente os relativos a perdas ou danos patrimoniais, perdas de receitas/lucros, responsabilidade civil, perda de dados (cyber insurance), doenças, danos corporais e perda de vidas, dentre outros.

A verdadeira missão da NOSSA Seguros é contribuir para o desenvolvimento do mercado de seguros angolano, promovendo a inclusão, a inovação e a qualidade dos serviços. Para atingir estes objetivos, a marca une-se a que valores corporativos?

Os valores da NOSSA Seguros são o Foco no Cliente, Respeito pelo Próximo, Valorização do Capital Humano, Responsabilidade Social, Sustentabilidade Empresarial e Ética Profissional. Entendemos que estes valores são fundamentais para cumprirmos a nossa Missão, pois definem e reforçam a identidade e a personalidade da NOSSA Seguros, pelo que devem reger sempre o comportamento de todos os nossos colaboradores no dia a dia das suas vidas profissionais. Destaco, apenas a título de exemplo, a dimensão Foco no Cliente, uma vez que estes são a razão da nossa existência e o foco da nossa atenção, num contexto de mercado altamente competitivo e desafiante. Posicionamo-nos, servindo os clientes com entusiasmo, de forma persistente, contínua e sustentada para garantirmos a adesão aos nossos Produtos e Serviços, correspondendo às expetativas e necessidades. É esperado, portanto, que os nossos colaboradores conheçam os nossos clientes, os sirvam com dedicação e empenho e evidenciem disponibilidade, interesse e vontade de os servir. A importância de desenvolvermos uma cultura corporativa alinhada com a nossa visão e missão levou-nos a desenvolver e a implementar um programa de transformação cultural, no âmbito do nosso atual plano estratégico, que dentre vários aspetos trabalha com profundidade a questão dos nossos valores corporativos.

Hoje, mais do que nunca, é sabido e é notória a importância que os seguros acarretam na vida das famílias e das empresas, na qualidade de atuar como uma fonte de equilíbrio e tranquilidade. Ainda que Angola leve quatro anos consecutivos de recessão, de que forma o setor segurador tem contribuído para o desenvolvimento do país?

Apesar das repetidas recessões e de um ano de 2021 de estagnação (crescimento quase nulo) a que Angola teve recentemente exposta, o mercado segurador tem crescido, atenuando em certa medida o impacto negativo da crise nos níveis de atividade económica e na geração de empregos. Desde 2019 que o mercado tem apresentado taxas de crescimento anuais superiores a 20%, embora nem sempre se situando acima das taxas anuais de inflação. Acho que os seguros assumem um papel importante como catalisador indispensável para o desenvolvimento económico, pela sua contribuição na redução dos riscos a que os agentes económicos estão expostos, substituindo perdas incertas por custos previsíveis, garantindo a estabilidade financeira e o futuro das empresas e das famílias. As seguradoras, enquanto entidades que disponibilizam mecanismos de partilha de riscos, têm contribuído para uma utilização eficiente dos recursos financeiros da economia, determinando de forma científica as reservas técnicas associadas aos riscos e gerindo de forma profissional os investimentos que cobrem essas provisões. Por fim, para além da importante função social e económica dos seguros obrigatórios vigentes, realço a relevância do setor segurador como veículo de acesso a serviços críticos tais como a saúde e o crédito, dentre outros.

Podemos afirmar que a importância do setor segurador na economia de Angola e no seu financiamento é já elevado, mas pode ser muito mais significativo? Que oportunidades acredita que surgirão?

A taxa de penetração dos seguros, isto é, a relação entre os prémios de seguros e o PIB, em Angola situa-se abaixo de 1%. Essa taxa é baixa, mesmo comparada com a de outras realidades africanas. Existem, portanto, oportunidades por aproveitar. O desenvolvimento da cultura dos seguros e da literacia financeira pode jogar um papel importante, contribuindo para a inversão dessa situação. Destaco igualmente a importância de uma maior fiscalização à adesão aos seguros obrigatórios. Sabemos, por exemplo, que menos 20% dos veículos automóveis circulam com um seguro de responsabilidade civil automóvel válido. O ramo vida é um dos que possui enormes potencialidades, pois apresenta uma taxa de penetração demasiado baixa, próxima de 0%, enquanto que temos vários países da região austral de africa com taxas acima de 1%. Os micro seguros são também vetores importantes para o desenvolvimento dos seguros em Angola, tendo em conta que é um país de rendimentos médios baixos, com um rendimento per capita ainda modesto, apesar do seu enorme potencial de crescimento.

Sabemos que Angola tem procurado criar condições para cativar investidores estrangeiros, de forma a inverter o caminho de contração contínua da economia nos últimos seis anos. Para melhor entender, na sua perspetiva, o investimento estrangeiro é fundamental para a aceleração do crescimento da economia angolana? De que forma?

O investimento estrangeiro é muito importante para o crescimento do PIB e para a criação de empregos no contexto angolano. Através do investimento estrangeiro Angola pode obter recursos financeiros, conhecimento, competências e tecnologia. Na perspetiva dos investidores estrangeiros as vantagens podem estar no desenvolvimento das suas redes de distribuição, no acesso a recursos variados e na melhoria das perspetivas de crescimento. O setor dos seguros em Angola já tem beneficiado de recursos financeiros, conhecimentos, competências e tecnologia fornecidos por players internacionais, mas há espaço para que essa cooperação internacional se intensifique. Apenas a título de exemplo, posso afirmar que desde as áreas de peritagens, averiguações e gestão de salvados, até às áreas de gestão de sinistros, actuarial e de tecnologia de informação, Angola é um terreno bastante fértil para a cooperação internacional.

A terminar, qual continuará a ser o papel da NOSSA Seguros no apoio ao importante investimento em Angola e, consequente desenvolvimento do mercado no mundo?

No sentido de proporcionar a melhor experiência e satisfação aos nossos clientes, temos estado a investir nas várias componentes do nosso negócio. Os investimentos abrangem, por exemplo, o desenvolvimento de produtos, a rede de distribuição, os recursos humanos, os processos de negócio, o desenvolvimento organizacional, aplicações informáticas e a infra-estrutura de tecnologias de informação. Em 2020 aprovamos o nosso atual plano estratégico que contempla um investimento superior a 12 milhões de euros. Realço, por exemplo, o facto de termos recebido, por dois anos consecutivos, a certificação Great Place to Work que reafirma a NOSSA Seguros como uma referência em Angola relativamente ao investimento faz nos seus colaboradores. Quer individualmente, quer em parceria com outras entidades, continuamos a olhar com atenção para as soluções que visam a expansão do nosso negócio dos seguros, adaptando inovações à nossa realidade local. Enquanto investidores institucionais somos uma plataforma para a colocação de fundos sobretudo nos mercados financeiros e imobiliário. A nossa carteira de investimentos supera os 30 mil milhões de kwanzas. Esses recursos têm certamente beneficiado projetos da economia real.