Novas circunstâncias, novos riscos
Uma temporada de verão tão positiva no hemisfério norte é motivo de otimismo para o mercado global, mas o cenário de risco do entretenimento ao vivo também apresenta novos desafios para os organizadores: o setor de entretenimento também está a enfrentar escassez de pessoal. De acordo com uma pesquisa da Organização Profissional de Luz e Som (PLASA), quase 70% das empresas pesquisadas no final de 2021 relataram uma escassez de trabalhadores qualificados. Engenheiros, técnicos e trabalhadores de altura em tecnologia de palco foram os mais procurados. “A escassez de pessoal pode tornar-se um problema particularmente preocupante quando se trata de pessoal de segurança”, diz Furtschegger. “Em alguns casos, isso pode significar inclusive a não realização de um evento”. Em termos de outras tarefas críticas para a segurança, os organizadores precisam de se certificar de que eles avaliem corretamente os fornecedores para garantir que o evento seja realizado de forma profissional”.
Além da escassez de pessoal, as restrições nas verbas para os eventos também podem tornar-se um problema para o setor. “À medida que mais apresentações ocorrem e algumas produções correm em paralelo, aumenta a demanda por equipamentos de turné, muitas vezes alugados de empresas com recursos limitados. Idealmente, isto requer um planeamento minucioso para a compra de equipamentos. O mesmo se aplica a reparos e peças de reposição”. A escassez global de semicondutores diminuiu por enquanto, mas se houver escassez de outros componentes, ou se forem impostas restrições à movimentação de mercadorias para dentro e para fora dos portos devido a lockdowns ou à guerra na Ucrânia, os organizadores terão que aceitar prazos de entrega mais longos e planear para mais contingências. Isto também prolonga os tempos de planeamento.
Além disso, os muitos novos festivais que estão a surgir atualmente exigem uma nova avaliação de risco: “A indústria é inovadora; nos últimos anos temos visto eventos de sucesso em novos locais, como o antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim, que têm sido colocados a novos usos por eventos ao vivo. Organizadores de festivais estabelecidos como Coachella nos EUA ou o Rock In Rio estarão relativamente familiarizados com os riscos de seus locais; espaços novos e não testados, porém, exigem uma avaliação de risco diferente”, diz Furtschegger.
Apesar de alguns destes desafios, a indústria do entretenimento está otimista quanto ao futuro: “Estou confiante de que o setor de eventos de entretenimento ao vivo continuará aquecido como neste verão europeu”.