A Saúde Visual continuará a ser uma Prioridade para os Portugueses”

Sobre o Dia Mundial da Visão – este ano celebrado a 13 de outubro -, Cidália Ferreira, CEO das empresas OPTICALIA Esonor, lda e Olharlongo, lda, aborda em entrevista à Revista Pontos de Vista, entre outros temas associados, a necessidade da consciencialização para a importância dos rastreios de prevenção a problemas oculares. Saiba tudo.

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 A Cidália Ferreira é Sócia Gerente da Opticalia – Esonor, Lda há mais de 25 anos. Tendo em conta a trajetória da marca até aos dias de hoje, como descreve a sua evolução?
Tem sido um percurso recheado de muito trabalho e persistência, mas também de sucesso. De saber ver onde estão as oportunidades, nunca virar costas a um desafio e acreditar que com trabalho, foco e objetivo tudo se consegue.
Foi em 1997 que decidi que queria ter o meu próprio negócio. Sempre me considerei uma pessoa empreendedora, trabalhadora e que não tem receio de desafios. É muito importante acreditarmos nos projetos, não baixarmos os braços e sabermos adaptar-nos ao mercado. Acima de tudo, não nos acomodarmos, procurarmos sempre mais e melhor, porque rapidamente as coisas se alteram de um momento para o outro e quem tem esta capacidade de resiliência e de adaptação rápida, são os negócios que saem fortalecidos e vencedores.
Posso por isso dizer que tem sido uma evolução muito positiva e ainda com muito caminho para andar.

A verdade é que o mundo se encontra em constante transformação e aquilo que há 25 anos seria prioridade, atualmente já não é. Neste sentido, quais são hoje as prioridades e preocupações da marca?
Era o que dizia anteriormente. Temos de nos ir adaptando ao mercado, ao tempo em que vivemos e às preocupações, ou situações que se vivem no meio que nos rodeia.
Com 25 anos de história e com uma marca muito bem consolidada dentro dos locais em que estamos presentes, conseguimos ir um pouco mais além e de alguma forma devolver ou… se calhar mais do que devolver, ajudar no desenvolvimento da comunidade que ao se tornar parte da nossa vida, nos fez crescer e faz parte da nossa história de sucesso.
Tentamos, por isso mesmo, sempre retribuir de alguma forma, ajudar a trabalhar nas soluções dos problemas, para que possamos todos crescer e ser melhores como um todo, por isso mesmo temos definido na nossa empresa que sempre que nos for possível estaremos envolvidos em ações em prol da comunidade.
Por outro lado, temos também como prioridade ter os nossos profissionais motivados e felizes, até porque eles são a linha da frente com o cliente. Apostamos por isso na formação interna de todos os nossos colaboradores, seja para o seu crescimento a nível profissional, como também pessoal.
E por último, algo que creio ser atualmente uma preocupação também transversal a várias marcas, que é a sustentabilidade. Procurar a diminuição da nossa pegada, pela mudança de comportamentos, dos materiais que são usados nos produtos que vendemos, na reutilização sempre que possível de materiais, entre outros.

Este ano, o Dia Mundial da Visão celebra-se a 13 de outubro, segunda quinta-feira do mês. É legítimo afirmar que em 2022, as pessoas já estão consciencializadas para a importância dos rastreios?
De um modo geral trabalhamos muito na gestão dos problemas depois de ocorrerem e ainda muito pouco na prevenção dos mesmos. É verdade que já foi pior e a desinformação também, mas acredito que é cada vez mais importante trabalhar na prevenção, na consulta regular a um profissional da visão para perceber se está tudo ok com a saúde visual. Mais importante e regular deverá ser esta visita se estivermos a falar de crianças/jovens ou pessoas com mais idade porque as necessidades e cuidados visuais serão ainda maiores.
E por outro lado, a preocupação das pessoas ainda vai muito para os óculos graduados e ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito aos óculos de sol e à necessidade de usar lentes escuras que tenham um bom filtro UV.
E, claro, atualmente, a questão dos ecrãs, telemóveis, televisões, tablets, entre outros, que fazem parte dos agregados familiares e que em tanto contribuem para a degradação da saúde visual das famílias e cujos danos poderiam ser minimizados pela utilização de lentes com um filtro da luz azul.
Já vamos tendo algumas campanhas de sensibilização para todos estes assuntos, mas creio que ainda temos um longo caminho a percorrer no que à saúde ocular diz respeito.

Certo é que, esta é uma marca que desenvolve ao longo de todo o ano, iniciativas que promovem a prevenção de problemas visuais e a proteção da visão das pessoas. Que campanhas estão a ser a desenvolvidas neste momento e com que objetivos?
Realização de rastreios localmente e palestras de alerta de saúde visual.

Sabemos que Portugal atinge agora máximos históricos de inflação, o que em muito poderá mudar o estilo de vida da população. Em que medida a preocupação dos portugueses com a visão poderá passar para segundo plano?
Estamos a viver tempos preocupantes a nível pessoal e profissional. Diariamente somos bombardeados com notícias de aumentos de preços em todas as áreas e a retração do consumo será inevitável, ou pelo menos a opção por uma compra mais inteligente e económica.
Acredito, no entanto, que a saúde visual continuará a ser uma prioridade para os portugueses e que o importante é continuar a comunicar a importância de cuidarem da mesma, ajudando e dando ferramentas para que não tenham de deixar a saúde para segundo plano.

Assim, de que forma a Opticalia – Esonor, Lda, se está a preparar para esta realidade?
A essência do nosso negócio é a fidelização do cliente. Para isso investimos forte na excelência do serviço, sempre com preocupação em acrescentar valor para o cliente, para que este sinta uma satisfação total com o serviço que lhe foi prestado e sinta vontade de voltar. Mas por outro lado, sabemos que o nosso produto, sendo uma necessidade médica temos a obrigação de o tentar tornar o mais acessível possível para os nossos clientes, mas sem nunca descurar a qualidade do mesmo! Isso não fazemos.
Temos outras formas de ajudar o cliente, como as nossas campanhas que permitem por um preço muito acessível os clientes comprarem os seus óculos completos, ou as ferramentas de financiamento que dispomos. Isto sim, acreditamos que é acrescentar valor para o cliente e para o mercado.

Há mais de duas décadas na área e com uma quota imensa de experiência, como perspetiva o futuro do setor em Portugal?
O mercado da ótica é um mercado que está cada vez mais profissionalizado e maduro, e onde não há margem para amadorismo e para negócios menos “organizados”. Há que ter uma boa estrutura montada e gerir eficazmente todas as áreas que envolvem o negócio de forma a otimizar todos os recursos.
É verdade que nos últimos anos, este tem estado em expansão e desenvolvimento, com muita concorrência e muito ruído para os consumidores o que pode dificultar o momento da compra. Mas o que aconselhamos sempre é que vão aos óticos em que confiam, pois estes serão as melhores pessoas para recomendar o produto que faz mais sentido para cada um.
Depois em termos de setor, temos de ser mais unidos, valorizar a profissão e trabalhar na procura das melhores soluções para o cliente e para a sua situação particular.