Academia para a Capacitação de Associações de Doentes debate desafios do sistema de saúde

A participação pública em saúde e os desafios que as Associações de Doentes enfrentam no sistema de saúde em Portugal são os temas que vão estar em debate no dia 16 de novembro, no primeiro evento público da 4ª Edição da Academia para a Capacitação de Associações de Doentes (ACAD) da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP-NOVA).

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“A participação pública em saúde ainda está longe de ser uma realidade em conformidade com o enquadramento legal e constitucional que existe em Portugal”, explica Ana Rita Goes, docente ENSP-NOVA e coordenadora do projeto, que defende que “importa, por todas as razões, ouvir doentes, cuidadores/as, associações que os/as representem e criar lugares de fala e de escuta ativa, a partir dos quais estas pessoas possam ter uma voz e ver respondidas as suas questões, necessidades e preocupações”.

Após três edições ACAD, que reuniram a participação de mais de uma centena de Associações de Doentes, em 2022 a Academia para a Capacitação de Associações de Doentes arranca com uma nova edição com 70 formandos, em formato online e gratuito, reforçando o objetivo de capacitar e apoiar as associações de doentes a desenvolver e a fortalecer o seu papel de atores no sistema de saúde.

Para a Escola Nacional de Saúde Pública, este programa de formação “tem contribuído para criar os lugares horizontais de fala e de escuta necessários, entre doentes, profissionais e decisores políticos ou na área da saúde, mas também para garantir que o sistema de saúde português continua a melhorar continuamente na qualidade e na celeridade dos cuidados prestados, sem nunca esquecer ou secundarizar a realidade de quem (con)vive com a doença”, conclui a Coordenadora.

A implementação do projeto conta com uma equipa diversificada de formadores que reúne académicos, políticos, entidades públicas e privadas, investigadores e profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que tem como eixos: capacitar, implementar, dialogar e influenciar.

Para além de eventos públicos como o que irá decorrer no dia 16 de novembro, a formação conta com a realização de seminários, visitas de campo e outras iniciativas análogas que vão fomentar a discussão em torno de temas atuais e do interesse das associações de doentes, com o objetivo de agitar consciências e de promover a mudança por um sistema de saúde no qual todas as vozes sejam efetivamente ouvidas e atendidas.

André Vasconcelos, Diretor-Geral da Roche em Portugal, corrobora a ideia de que é fundamental continuar a empoderar os doentes e as associações que os representam no exercício da sua cidadania de saúde. “Ter o cidadão no centro do sistema não pode ser apenas um chavão. Porque todo o sistema de saúde só faz sentido para servir os doentes, os cuidadores, os utentes e utilizadores”, adianta. “Na Roche sentimos que é também nossa a responsabilidade de contribuir para esta capacitação. É fundamental apoiar as associações de doentes, ajudá-las a aplicar o conhecimento que têm na construção dos processos de decisão. Em prol de um sistema de saúde mais humano e humanizado”, conclui.

O primeiro evento público decorre na Escola Nacional de Saúde Pública, no dia 16 de novembro, pelas 14h30. Nesta sessão serão apresentadas as linhas gerais que estruturam a nova edição do projeto e será promovida uma reflexão/discussão em torno de temáticas como a participação pública em saúde e alguns dos desafios que atravessam o sistema de saúde português e que têm sido sinalizados pelas Associações de Doentes.

O programa do evento conta com uma conferência de Maria de Belém Roseira, Ministra da Saúde do XIII Governo Constitucional, e a participação de Jorge Seguro Sanches, Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Catarina Paulino, Membro da Direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda.

Para mais informações consultar: https://linktr.ee/acadativospelasaude