A proximidade com a realidade do mercado empresarial é a marca do ISCAP

Quase a soprar as velas do 136º aniversário, que se celebram a 23 de novembro, esta instituição de ensino carateriza-se pela formação de excelência que oferece aos estudantes, descritos como sendo «a razão da sua existência e da sua identidade», e por responder às necessidades das empresas. Com mais de cinco mil alunos, anualmente, preza-se por erguer a bandeira da inovação e da empregabilidade, tendo uma taxa de sucesso acima dos 90%.

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Desde 1886 que os números e a análise de dados estão de mãos dadas com a génese do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto – ISCAP. Atualmente, possui uma vasta oferta formativa, tanto ao nível de licenciaturas, como de mestrados nas áreas das ciências empresariais: são elas a contabilidade, a gestão, o comércio, o Marketing, entre outras. “Em todos os cursos há uma forte ligação com a comunidade e o meio envolvente, mas também uma resposta atenta a quase 90% das necessidades de gestão das empresas de diferentes setores, que por vezes, são de nicho, ou seja, bastante específicas”, como começa por contar à Revista Pontos de Vista, Manuel Moreira da Silva, Presidente desta instituição.
O nosso interlocutor acrescenta que a Porto Executive Academy (PEA) surgiu para fazer face a este tipo de procura. Hoje, esta academia conta com um “portefólio de 26 pós-graduações e mais de 20 cursos breves, que são mais flexíveis e maneáveis” para as organizações e, por isso, “rapidamente adaptáveis” a uma exigência específica.
A obtenção de resultados e a inserção no mercado de trabalho é aquilo que move qualquer estudante. E, no ISCAP, essa realidade está mais próxima. O entrevistado relata que a taxa de empregabilidade do vasto campo de licenciaturas existente ronda os 95%, o mesmo acontecendo com os mestrados. Relativamente a este ponto, o Presidente da instituição assume a esperança de ver a percentagem melhorar e, para além disso, adianta que o número redondo “significa que, por um lado o mercado conhece e reconhece a formação que é prestada no nosso seio e por outro que há de facto uma pressão positiva sobre esta escola – que tem um ADN muito próprio e reconhecido pelos estudantes e pelas empresas da região – de não colocar um travão no seu crescimento e desenvolvimento”.
Neste sentido, Manuel Moreira da Silva afirma que identificar e fomentar o talento instalado no Instituto que lidera, por exemplo com a atribuição de prémios aos melhores estudantes, acaba por ser uma função intrínseca da mesma, perante a procura crescente por parte do ramo empresarial. E aqui, fala-se desde pequenas a grandes empresas, assumindo que estão preparados para dar resposta a qualquer entidade empresarial.
Contudo, faz um alerta ao evidenciar que “a escola cria o ambiente certo para o desenvolvimento do talento de cada estudante, que o mercado depois procura, consciente do valor da marca ISCAP”.
Preservar os laços com os antigos estudantes, fora de portas, “manter uma ligação” com o seu crescimento profissional e compreender como é que essa comunidade pode contribuir o posicionamento de prestígio da instituição, tem sido parte do trabalho do Gabinete Alumni. Este departamento – que também estabelece relações com os atuais alunos e os ajuda a chegar ao mercado – constrói possibilidades de contactos para os já diplomados e promove uma rede de novas oportunidades, também ao nível institucional. Daqui advém uma das justificações para o elevado número de reingressos, que é sobretudo um motivo de “reconhecimento da qualidade do ensino obtido, e isso, leva, naturalmente, a um sentimento de orgulho enorme”.  Fomentar a relação com os Alumni é um compromisso forte “com o intuito de manter um contacto próximo com os antigos alunos e com o seu percurso profissional”, revela o nosso entrevistado.

“O ISCAP é a escola mais internacional do Politécnico do Porto”

“O ISCAP é a escola mais internacional do Politécnico do Porto”. É com assertividade nas palavras que o também professor deste Politécnico – Manuel Moreira da Silva – inicia outro tópico de conversa: a mobilidade internacional. Acerca deste cenário, revela que “a capacidade de formação vai muito para além do nosso espaço, da nossa região e do nosso país e prova disso é o simples facto de anualmente conseguirmos atrair 400 estudantes internacionais”. Esses, provêm dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, bem como de países europeus e ainda da América do Sul. E a influência para aterrarem em solo lusitano encontra-se no ensino “multicultural, multilingue e interdisciplinar desenvolvido em linha com as expetativas do mercado”.

Inovação Digital na Contabilidade

“A contabilidade está interligada a todas as áreas de gestão de uma empresa e é essencial que evolua em paralelo com a dinâmica de gestão das próprias empresas”. E, como tal, o ISCAP “tende a incorporar os novos modelos de trabalho digitais, para valorizar as competências do estudante e promover a sua empregabilidade”. Essa implementação é feita em sala de aula, em diferentes unidades curriculares, onde o estudante tem a possibilidade de “simular todo o ambiente atual de trabalho, com recurso a software de entidades parceiras que o mercado utiliza”. Devido a essa exigência, há que oferecer tecnologia atualizada, todos os anos, e de trabalhar na formação do corpo docente, “porque são os professores que estão no centro da transformação”.
Neste momento, esta instituição está a “preparar um conjunto de investimentos para potencializar o uso do meio digital em sala de aula, mediante o investimento em novos meios de software e hardware e da transformação dos espaços para apoiar o ensino virtual”. No fundo, estamos “a deixar cair os processos “analógicos” e a passar a utilizar processos digitais para oferecer ao estudante um ambiente aproximado ao do dia a dia de uma empresa, pois queremos ser um exemplo claro de aposta na Inovação”, revela o nosso entrevistado.
Questionado sobre o trabalho de transformação digital do universo empresarial, Manuel Moreira da Silva confessa que “inúmeras vezes” acontece que a própria escola está, em algumas áreas, “um pouco à frente de algumas empresas”, naquilo que concerne ao uso de certos produtos técnicos e tecnológicos. Face a este cenário, “percebemos que a transição dos nossos estudantes com um conjunto de ideias e saberes novos, nem sempre é fácil, dada a alguma resistência em acomodar o novo saber, ou a nova forma de saber-fazer, uma vez que o conjunto de conhecimentos e práticas existentes ainda permite à empresa a manutenção do seu posicionamento no mercado”.
Diante desta realidade, o Presidente do ISCAP refere que é importante que os estudantes, no momento da sua integração nas empresas, saibam sensibilizar para a necessidade de transformação e transição para o digital, tal como a equipa de investigadores do Instituto tem vindo a fazer nos projetos em que analisa o posicionamento e identifica as necessidades das empresas no mercado português.

O compromisso com a Sustentabilidade e a Responsabilidade Social

A implementação de estratégias sustentáveis também é um desiderato desta presidência, que há cerca de um ano, viu implementar um projeto transformador da escola em termos de consumo de energia elétrica. Em consequência, dispõe agora de um “conjunto de painéis solares instalados, que suportam cerca de dois terços do nosso consumo energético”. E dentro em breve irão “concorrer a mais áreas onde possamos aportar fundos do PRR ou fundos europeus para tornar o edifício ainda mais sustentável”. A acrescentar a isto, também têm celebrado diferentes “projetos na área da sustentabilidade com a Câmara Municipal de Matosinhos” e outras entidades.
Manuel Moreira da Silva acredita que o enraizamento deste ideal se faz com o contributo e o envolvimento da instituição no seu todo, desde estudantes, a docentes e a colaboradores. Aqui, admite que, por vezes, não é fácil atrair os jovens para a colaboração em projetos sustentáveis, dando o exemplo do Projeto Eco-Escolas. Todavia, relata que para inverter essa situação, é fundamental que as instituições elaborem uma estratégia para interligar a participação neste género de iniciativas com instrumentos que “valorizem a postura e a dedicação a este bem comum”. A sugestão do principal órgão de gestão do ISCAP passa assim pelo desenvolvimento de mecanismos como um “suplemento ao diploma” do curso, que indique o número de horas que o aluno dispensou com esta atividade. Desta forma, as entidades empregadoras obteriam uma visão mais concreta da ligação do estudante ao ideal da sustentabilidade.

O lema é continuar a elevar o ISCAP

“Transformação” é a palavra que define o fecho desta conversa e que foi lançada pelo próprio entrevistado para caraterizar o início deste ano letivo. Destaca o regresso à normalidade, depois de dois anos de tormentas, fruto da pandemia, e todos os desafios que isso aporta, como a promoção da inovação pedagógica, que torna necessário “transpor o saber fazer para a formação dos professores”. Aliás, neste aspeto, assegura que há “várias propostas de novos ciclos de estudo e que o Instituto, irá, brevemente, passar a contar também com oferta formativa de mestrado em formato de e-learning”.
Em jeito de análise ao ainda curto mandato enquanto Presidente do ISCAP, iniciado em maio último, Manuel Moreira da Silva, revela a sua satisfação pelo trabalho que está a ser colocado em prática pela sua equipa. Exemplo dos bons resultados, está todo o “trabalho que foi feito para a criação de novos mestrados em áreas estratégicas para o futuro do ISCAP.”
Além do mais, comunica que para os próximos anos pretende “continuar a elevar a instituição e ir adequando a mesma com infraestruturas suficientes para responder às necessidades da transformação digital e às exigências do mercado que permitam oferecer aos estudantes competências e formação à altura das suas expetativas”. De modo a alcançar esta união conclui que é imperativo que a instituição, os estudantes, docentes e colaboradores “continuem a cooperar, juntos, para reforçar e afirmar a escola”, ao mesmo tempo que espera que os parceiros “estejam connosco e proponham desafios, que vão ao encontro dos seus fitos e da missão e competências do ISCAP, pois pretendemos continuar a ministrar um ensino de excelência e a afirmamo-nos como uma das instituições mais prestigiadas do país”, termina o nosso entrevistado.

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