SolarShop – Um dos Principais Players de material solar em Portugal

A estratégia europeia 2030, que orienta o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deu um passo importante para o país e para o planeta: foi aprovada a redução do IVA para quem aposta nos painéis solares – agora, o imposto é tributado a 6%. Mas qual o impacto desta medida? Sobre este e outros pontos, a Revista Pontos de Vista, esteve à conversa com Pedro Lima, CEO da SolarShop, marca edificada em 2011, e que é hoje um player de relevo no domínio das energias renováveis.

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A SolarShop surgiu em 2011, no mundo das energias renováveis, com foco nas instalações isoladas e componentes e desde então, não mais tem parado. Com um vasto portefólio e milhares de clientes satisfeitos, de que forma a marca tem vindo a perpetuar um caminho de sucesso com base na qualidade demonstrada e conhecimento técnico?

Desde a fundação da empresa, há 11 anos, que o foco foi sempre a qualidade dos produtos vendidos e do serviço técnico prestado. Confesso que no decorrer deste tempo e em alturas em que a procura era menor, foi tentador vender produtos baratos e de menor qualidade aos nossos clientes, como foi feito por outras empresas. Todavia, mantivemo-nos sempre fiéis aos nossos princípios de qualidade e esta estratégia resultou a longo prazo. Conseguimos associar o nome SolarShop a um sinónimo de qualidade, uma vasta carteira de clientes instaladores fiéis, que confiam em nós e nos produtos que vendemos e dos quais somos representantes.

Com o crescimento, temos alargado a equipa técnica de pré e pós-venda, garantindo que o acompanhamento personalizado, que é uma das nossas imagens de marca e diferenciação face à nossa concorrência se mantém, apesar do aumento do volume de negócios.

Ao mesmo tempo, ampliamos as nossas instalações, contando agora com cerca de 2000m2, de forma a garantir stock e assim servir os nossos clientes, o melhor e mais rapidamente possível. Neste momento, devido à crise energética a nível mundial e à respetiva procura por sistemas solares, existe uma escassez global de produtos. Felizmente para nós, devido às excelentes relações e parceiras de que dispomos, com os nossos fabricantes, temos conseguido uma posição privilegiada no mercado e garantir assim que os nossos clientes tenham as menores quebras de execução de instalações, a não ser em alguns artigos pontuais.

Devido a todos estes fatores, que muito trabalho nos deram, mas que nos enchem de orgulho, permitiram-nos passar de uma pequena microempresa instaladora, a um dos principais distribuidores de material solar em Portugal.

A loja online SolarShop é uma extensão dos seus serviços, sendo a mais antiga plataforma de compras online do setor em Portugal. Em que medida esta vertente tem distinguido a marca no mercado?

A loja online, serve de ferramenta de marketing para os nossos clientes, como se de um catálogo interativo se tratasse. Permite, na palma da mão, terem acesso às últimas novidades, fichas técnicas, e em breve disponibilidade e stock em tempo real. Os instaladores, podem também registar-se e terem assim, total acesso a preços de revenda especiais e realizarem encomendas de uma forma muito rápida e intuitiva.

Os clientes têm também acesso a artigos técnicos, novidades e convites para webinars e formações técnicas. Temos muitas novidades e inovações em preparação para loja online, queremos continuar a ser a plataforma e site de referência de energia solar em Portugal a longo prazo.

Atualmente, a sociedade e as organizações estão a direcionar as suas atenções para a descarbonização e energia verde. Neste sentido, qual tem vindo a ser o papel da SolarShop no processo de sustentabilidade e transição e de que forma tem abraçado as questões ambientais?

Não sendo uma empresa industrial, ou produtora de emissões ou materiais poluentes, o nosso papel tem passado pela simplificação e assessoria técnica a muitos instaladores, que necessitam do nosso apoio de dimensionamento e aconselhamento.

Este serviço, tem levado a que a energia fotovoltaica chegue a empresas e pessoas menos informadas acerca das vantagens destas tecnologias, ao mesmo tempo que retiramos uma parte significativa de trabalho de pré-venda aos instaladores, permitindo-lhes focarem-se no trabalho de instalação e divulgação. Com isto, dispomos de mais de 30MW vendidos, o suficiente para abastecer mais ou menos o equivalente, ao consumo de mais de 20.000 famílias e 10.000ton de CO2 evitados por ano.

A estratégia europeia 2030, que orienta o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deu um passo importante para o país e para o planeta: foi aprovada a redução do IVA para quem aposta nos painéis solares – agora, o imposto é tributado a 6%. Com esta redução do IVA, considera que a decisão pelo autoconsumo fica mais próximo dos consumidores que pensam verde? Para melhor entender, quais as grandes vantagens dos painéis solares?

A redução do IVA de 23% para 6% foi um pequeno impulso à instalação de sistemas autoconsumos residenciais, significando, para o consumidor final uma redução de 13% no preço de um conjunto completo.

Todavia, o decreto de lei é muito incompleto e apresenta várias lacunas. Apenas contempla kits completos, ou módulos fotovoltaicos soltos. Os restantes componentes, se adquiridos fora do “kit”, seja para upgrades futuros, ou substituições, são taxados a 23%. Isto vem limitar bastante o interesse dos consumidores em adquirirem baterias por exemplo, ou em substituírem os inversores antigos, por equipamentos modernos, com gestão de cargas e comunicação com carregadores de veículos elétricos por exemplo.

Esperamos, todavia, que o executivo corrija este lapso, na próxima revisão do decreto de lei, pois está-se a perder uma janela de oportunidade muito grande para clientes com sistemas existentes, com necessidade de upgrades, neste Inverno em que o preço da eletricidade vai provavelmente aumentar em toda a Europa.

Pensamos também, que nós, enquanto Europeus, devíamos incentivar a criação de indústria de fabrico de componentes locais, pois infelizmente, a maioria, de momento está localizada em países asiáticos.

Não vemos qualquer limitação a que tal aconteça, para além da burocracia excessiva e falta de apoio ao empreendedorismo. Neste momento, o sector solar na Europa, é basicamente um sector de serviços, não industrial. Os postos de trabalho diretos e indiretos, nas indústrias de alta tecnologia e o valor acrescentado, estão todos deslocados do nosso Velho Continente. Está na hora, da Europa voltar a re-industrializar-se, mas para tal, são necessárias grandes mudanças a nível político.

A grande vantagem dos painéis solares é garantir aos consumidores e empresas, para além de uma poupança elevada com tempos de retorno muito vantajosos, uma certa imunidade a estas variações extremas de preços.

Existem também sistemas de autoconsumo com função de backup, que permitem que uma habitação, comércio ou indústria, para além de poderem carregarem baterias durante os períodos de tarifa em Vazio, para uso nos períodos de Cheias, mais dispendiosos, possuem também a vantagem de garantirem o fornecimento elétrico, mesmo em caso de blackouts e falhas por tempestades.

A verdade é que, hoje, quando discutimos o nosso futuro, o futuro das gerações seguintes e o futuro da humanidade, a sustentabilidade, a poupança e a energia verde são temas presentes. Assim, que impacto os painéis solares têm nestas três vertentes?

O futuro da transição energética, terá de passar por uma mistura de várias fontes de eletricidade. Os painéis solares, são um facto chave em vários aspetos:

– Complemento da energia eólica, geralmente nos dias de sol, existe pouco vento, e nos dias de pouco sol, muito vento;

– Fonte principal de energia durante os períodos de maior consumo durante o dia.

Ao ser uma fonte energética, na sua grande maioria local, irá evitar a necessidade de upgrades astronómicos, na rede de distribuição elétrica, devido à substituição de veículos a combustão, pelos equivalentes elétricos. Instalação simples e com excelentes prazos de retorno, quer seja a pequenas famílias, bem como grandes indústrias e centrais fotovoltaicas.

Face à experiência da SolarShop, acredita que Portugal tem estado no mesmo patamar de resposta que outros países europeus? Na sua perspetiva, que pontos ainda precisam de ser estabelecidos?

Portugal tem estado na vanguarda da Europa no que respeita a sistemas solares. Somos já um dos países com menos entraves técnicos à instalação de sistemas solares, apenas necessitamos de melhorar pequenos pontos, ao nível da clareza de algumas leis, como a lei da redução de IVA a 6% referida anteriormente, quer uma maior capacidade de resposta por parte da DGEG a alguns pedidos de esclarecimento e certificação de equipamentos.

Num futuro que se espera sustentável e consciente, que estratégia a SolarShop irá adotar, por forma a acompanhar as tendências do setor das energias renováveis?

A SolarShop, está sempre em constante busca por aprendizagem, tanto em produtos e inovações, bem como em tendências de futuro nas energias renováveis. O mercado do solar, está em contante alteração e a um ritmo alucinante, quer com as monitorizações e otimizações de sistema, inversores e painéis mais eficientes e fiáveis, baterias com maior capacidade, comunicação, cargas e descargas, capacidade de armazenamento, tempo de vida útil das mesmas, sistemas solares integrados, tanto com EV Charger’s bem como sistemas de aquecimento e refrigeração doméstica e industrial, novos tipos e conceções de módulos, quer sejam telhas, janelas entre outros… Como se pode verificar, pelo descrito anteriormente o setor, ainda tem muito por onde crescer e julgamos que estes próximos dez anos trarão, muitos desafios e consequentemente inovações em produto e aplicações dos mesmos.

A SolarShop, como sempre, vai estar atenta às necessidades e novidades do mercado, continuando sempre, a tornar o processo de instalação, cada vez mais simples, fiável, acessível e transparente. O nosso objetivo é que no futuro a prazo, a seleção e instalação de um sistema solar, seja algo tão comum, vulgar e acessível, como a instalação de um mero eletrodoméstico.