O Doutor Finanças, empresa especializada em finanças pessoais e familiares, esclarece que em 2023 vão existir diversas alterações nos rendimentos, que irão abranger trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes, pensionistas e desempregados.
“No setor público, à subida do subsídio de refeição, soma-se agora o aumento dos salários. No privado, embora a única obrigação seja a subida do salário mínimo, há recomendações para aumentar os salários e novos limites de isenção de IRS do subsídio de refeição. Ao nível do IRS, as novas tabelas de retenção na fonte de 2023 deverão aumentar o rendimento líquido dos trabalhadores por conta de outrem e dos pensionistas. No que se refere aos trabalhadores independentes e aos que se encontram a receber o subsídio de desemprego, a subida do IAS para 480,43 euros terá impacto nos rendimentos em 2023”, afirma Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.
O aumento do salário mínimo em 2023 para 760 euros, a subida do IAS, os novos limites de isenção do subsídio de alimentação, bem como a alteração das tabelas de retenção na fonte em 2023 traduzem-se, naturalmente, emalterações nos rendimentos da maioria dos portugueses neste novo ano. Desta forma, o especialista avança o que vai mudar e como podemos simular os nossos rendimentos em 2023 para os diferentes perfis de trabalhadores.
Trabalhadores por conta de outrem
Considerando todas as alterações mencionadas, os rendimentos em 2023 podem sofrer alterações mais ou menos significativas. No entanto, para apurar o valor exato precisamos de saber: o valor do nosso salário bruto (valor do salário base); ter em conta a nossa situação familiar (Solteiro, casado, um ou dois titulares); o número de dependentes a nosso cargo (nenhum ou o número de dependentes); o nosso subsídio de Natal e Férias; se temos ou não o subsídio de alimentação (valor do subsídio, método de pagamento que pode ser dinheiro, em vale/cartão refeição); e ainda ter em conta outros rendimentos sujeitos a IRS (retenção na fonte) e Segurança Social. Como estas contas nem sempre são fáceis de fazer, o Doutor Finanças recomenda e disponibiliza o Simulador do salário líquido em 2023 para ajudar a apurar os nossos rendimentos. Por outro lado, se estamos numa fase em que procuramos um novo emprego ou queremos renegociar o nosso contrato de trabalho, este simulador ajuda a simplificar todas as contas.
Pensionistas
Este ano, a maioria dos pensionistas verão o seu rendimento aumentar entre 3,89% e 4,83%. O aumento percentual aplicado à pensão depende do valor dos rendimentos.
Assim, a subida mais significativa é de 4,83% e abrange os pensionistas que recebem uma pensão até 2 IAS (960,86 euros). Já para os pensionistas que recebem entre 960,86 euros e 2.882,58 euros (entre 2 e 6 IAS) o aumento é de 4,49%. Por fim, quem recebe pensões mais elevadas, acima de 2.882,58 euros e até 5.765,12 euros, verá a sua pensão aumentar 3,89%.
Para termos uma noção, se recebermos uma pensão de 850 euros, os nossos rendimentos brutos sobem para 891,06 euros. Mas em termos líquidos, os nossos rendimentos em 2023 vão ser de 840,06 euros, pois é aplicada a taxa de retenção na fonte de IRS de 5,8%, que representa um desconto de 51 euros.
Em caso de dúvida, o especialista recomenda a utilização do Simulador de Pensão Líquida 2023 que apura o valor que vamos receber em menos de um minuto.
Trabalhadores Independentes
Os trabalhadores independentes podem ou não aumentar os seus rendimentos em 2023. Com o aumento do IAS para 480,43 euros, a base de incidência contributiva sofre alterações. Logo, de acordo com o valor médio que ganha num trimestre, o valor das contribuições à Segurança Social pode alterar-se.
Por exemplo, se tivermos um emprego por conta de outrem e acumularmos atividade como trabalhador independente, o limite máximo para ficar isento de descontos à Segurança Social aumentou. Em 2023, para ficar isento, a atividade por conta de outrem deve ter o valor da remuneração mensal média igual ou superior a 480,43 euros (1 IAS). Já o rendimento relevante mensalmédio, que a Segurança Social apura de três em três meses, deve ser inferior a 1.921,72 euros (4 IAS).
Caso sejamos um trabalhador independente abrangido pelo regime de contabilidade organizada, com o aumento do IAS também veremos algumas alterações. Afinal, neste caso, a base de incidência mensal corresponde ao duodécimo do lucro tributável, tendo o limite mínimo de 1,5 IAS. Assim, o limite mínimo sobe para 720,65 euros (em 2022 era de 664,80).
Como nem sempre é fácil apurar qual o montante das nossas contribuições à Segurança Social trimestralmente, podemos recorrer ao Simulador da Segurança Social Trabalhadores Independentes 2023 para confirmar o valor a descontar.
Desempregados a receber subsídio de desemprego
Dada a subida do IAS, existe a probabilidade de vermos os nossos rendimentos em 2023 aumentarem se estivermos a receber o subsídio de desemprego, pois o valor deste subsídio corresponde no mínimo a 1,15 vezes e no máximo a 2,5 vezes o IAS.
Assim, o valor mínimo do subsídio de desemprego em 2023 sobe para 552,49 euros, o que representa um aumento de 42,81 euros, face a 2022 (509,68 euros). Quanto ao valor máximo, o subsídio de desemprego aumenta 93 euros, pois este ano o valor fixa-se em 1.201,08 euros. Relembramos que, em 2022, o limite máximo deste subsídio era de 1.108 euros.
No entanto, o valor do subsídio de desemprego costuma levantar várias dúvidas. Desta forma, o Simulador de subsídio de desemprego de 2023 do Doutor Finanças ajuda a apurar o apoio que vamos receber este ano.