“Empoderar Mulheres” é a missão da Ágata Castro

Considera-se uma Mulher resiliente e perseverante, trabalhando, diariamente, para dar voz ao público feminino. Falamos de Ágata Castro, Master Coach de Saúde Emocional, Hipnoterapeuta Clínica e criadora do Método Ágata®, que em, entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou a importância da celebração do Dia Internacional da Mulher, mas também contou um pouco mais sobre o seu percurso profissional no mundo das terapias holísticas.

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Num dia de sol, em meados de fevereiro, o palco para a entrevista com a Ágata Castro, foi o Meliá Braga Hotel & Spa. O ambiente era informal e estávamos sentadas num sofá confortável. Depois da entrevistada pedir o seu chá de frutos vermelhos, iniciámos a conversa. O papel da Mulher na sociedade foi o ponto de partida.

Com pronúncia inglesa, devido a estar a viver há mais de duas décadas em Inglaterra, a interlocutora referiu à Revista Pontos de Vista que é “muito relevante” celebrar-se o Dia Internacional da Mulher, que se comemora no dia 8 de março. “Apesar de termos uma maior presença da Mulher em altos cargos, acredito que ainda estamos longe da equidade. Noto que, em Portugal, se a Mulher erguer a bandeira da Igualdade parece que, de alguma forma, está a reivindicar algo a que não tem direito”, acrescentou.

Ainda no mesmo capítulo, a profissional adiantou que uma boa líder tem de ser emocional e objetiva de forma proporcional, para “não deixar que a parte emotiva, inata da mulher, afete o seu poder de decisão”. E aos olhos da Hipnoterapeuta, em âmbito geral, “existem muitas mulheres com garra e vontade” de liderar, “mas há falta deste equilíbrio, poderão acreditar que não estão, de facto, preparadas para abraçar esse desafio”, visto que, em termos societais, essa preparação e incentivo não é alimentada desde tenra idade, como acontece com os Homens.

Neste processo até à liderança, Ágata Castro assume que a Mulher não pode «dar asas» a crenças limitadoras, pois se o fizer “vai ficando para trás”. Portanto, para a terapeuta, a Mulher consegue alcançar e lutar pelo seu espaço no espectro empresarial, ao “expor as suas valências profissionais”.

Num futuro próximo, “gostaria de ver ainda mais mulheres a terem voz ativa na sociedade e a apoiarem outras mulheres a alcançarem lugares de destaque”, desvendou a Hipnoterapeuta.

Discutido este tópico, «viajamos, agora, no tempo» para explicar o despoletar da paixão da entrevistada pelo mundo das terapias holísticas. A sua memória «conduziu-nos» até ao início do século XXI. Ágata Castro «voou» para Inglaterra nessa altura, onde construiu uma carreia coesa na área linguística. Contudo, um problema de saúde obrigou-a a desacelerar da adrenalina viciante dessa profissão. Para recuperar a 100%, “procurei respostas no mundo holístico e fiquei tão maravilhada que pensei ‘se eu consegui estes resultados, eu posso levar esta aprendizagem para ajudar outras pessoas’”. A partir daí, formou-se como Hipnoterapeuta Clínica, bem como em várias outras abordagens holísticas, e atualmente trabalha, maioritariamente, na aplicação da sinergia resultante dessas qualificações, que é o seu método pessoal, o Método Agata®.

Superada esta etapa penosa da sua vida pessoal, confessou-nos que hoje é uma Mulher resiliente, perseverante e com «sede» de desafios. E é esta vontade em aprender mais que a «transporta» para as várias formações que vai completando, com as quais vai aprimorando o seu método pessoal e oferecendo um suporte mais coeso para o empoderamento feminino.

No momento, “trabalho para empoderar outras Mulheres. Para mim é fácil trabalhar com mulheres que não têm voz, porque eu já fui assim”, revelou a Coach.

A evolução do Coaching em Portugal

E antes de avançarmos na conversa, importa esclarecer o significado de Coaching. Questionada sobre o conceito, Ágata Castro explicou, de uma forma simples, que esta técnica trabalha do presente para o futuro e que devido a isso engloba um “grupo de ferramentas que permitem que a pessoa viaje do local onde se encontra, para o lugar onde deseja estar”.

A própria esclareceu também que “um bom Coach desperta o potencial do seu coachee (seu cliente), inicialmente estabelecendo as metas que este deseja alcançar e estruturando os passos a percorrer para lá chegar, bem como os seus benefícios e consequências”. Ao fim ao cabo, “é um mentor, quase como se fosse uma vozinha que se tem no ouvido, que vai levar o coachee a encontrar dentro de si as respostas para os dilemas que enfrenta”, adicionalmente “um bom Coach vai guiar o coachee às respostas, não lhe vai instruir o que deve, ou não fazer.” completou a Master Coach.

Todo este acompanhamento acarreta benefícios para o bem-estar emocional. Entre as mais-valias, encontram-se a “maior capacidade de autoconhecimento” e a conquista de mais “clareza e foco”, evidenciou a nossa entrevistada.

Apesar de exercer a sua atividade profissional em Inglaterra, a Coach não deixa de acompanhar a evolução do Coaching em Portugal. Acerca dessa ascensão, disse que, a nível geral, “as pessoas entendem agora que o Coaching não acontece somente no futebol. Todos os grandes líderes e diretores de empresas, têm um business coach com quem se aconselham, antes de tomarem decisões, ‘alguém que nos guia a encontrar as respostas e estratégias corretas’. Agora, por algum motivo, existe alguma resistência do povo português em aceitar que a sua vida é o reflexo das suas escolhas, ou falta delas. O papel da vítima parece ser mais confortável, pois temos alguém a quem culpar pela nossa inatividade. Alguém a quem apontar o dedo se as coisas correrem mal. Pensámos ‘ele fez-me isto, e não eu permiti’, contudo falta aqui o fator diferenciador do Coach que vem e diz ‘muito bem, e agora o que vais fazer em relação a isso?’”.

Ágata Castro vai mais longe ao relatar que “a profissão neste país é muito oposta, aquela que se vive lá fora. O Coaching passou a ser uma espécie de marketing. Acredito que, exista muita relutância porque existe muita desregulação. Qualquer pessoa se pode autointitular de Coach, sem que exista uma verificação das suas valências profissionais por uma Ordem para o efeito”. Nesse sentido, na opinião da Master Coach, Portugal tem de trabalhar na “regulação, certificação e supervisão do setor, bem como na acessibilidade”, desta profissão. “Idealmente, todas as pessoas deveriam ter acesso gratuito aos serviços de um Coach, pelo menos uma vez na vida”, finalizou.

O presente e o futuro do Método Agata® 

“Bonito e mágico”. É dessa forma que Ágata Castro começou por caracterizar o seu método pessoal, que surgiu de “uma junção de terapias, retirando o melhor que cada uma delas tem para oferecer aos clientes”. Esses, oriundos de vários cantos do mundo, vêm à procura especialmente da transformação, que oferece na prevenção, gestão e em muitos casos irradicação de problemas de saúde física, como é o caso de Fibromialgias, Síndrome do Intestino Irritável, Tiroide e Psoríases. Muitos deles, entram em contacto com a Coach, graças ao famoso e tradicional “passa a palavra” e devido a isso a mesma confessa não ter mãos a medir.

As sessões terapêuticas são, maioritariamente, online, e o acompanhamento “é individualizado à necessidade específica de cada cliente”, explicou Ágata Castro. Este é um trabalho que exige muita “dedicação e conhecimento técnico, mas que faço com paixão por cada vida transformada”, elucidou a Master Coach.

Relativamente ao perfil destes clientes, a Hipnoterapeuta admitiu que são, maioritariamente, mulheres, entre os 35 a 55 anos de idade, com graves problemas de aceitação e autoconfiança, que foram perdendo a sua voz, no seio familiar e no trabalho. “São visionárias que devido a crenças, ou traumas emocionais se limitam e em muitos casos acabam por aportar para a sua vida problemas de saúde física, devido à lágrima não chorada, ou à palavra não expressada, anos a fio”, rematou.

Antes de darmos por terminada a conversa, «entramos numa máquina do tempo» para debater o futuro da marca Ágata Castro. A nossa interlocutora relembrou que, durante o todo o mês de março, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, irá fazer palestras sobre Inteligência Emocional, em Portugal e Inglaterra, e grande parte delas, por videoconferência, nomeadamente a do Dia da Mulher, onde irá comparecer como palestrante convidada, e que será transmitida diretamente de Londres. Nesses encontros, irá “levantar o véu sobre muitas questões” e trazer muita consciencialização, pois “saber é poder”, avançou a Coach.

No que concerne ao seu projeto, no presente, Ágata Castro está a começar a dar a conhecer a sua marca e legado ao mercado português, através da participação em eventos e palestras, em distintas áreas das terapias holísticas. Além disso, encontra-se a estudar o setor em Portugal, para compreender “onde se encaixa”.  A trabalhar já com países como Angola, Brasil, México e Dubai, a Master Coach procura ser “vista como uma referência na superação de problemas de Saúde Física e Emocional, através do Método Ágata®”, trazendo do mundo holístico “Transformação sem Medicação”.

Feita a viagem ao trajeto profissional de Ágata Castro, voltamos ao tema que norteou a nossa conversa: o Dia Internacional da Mulher. E para «fechar em beleza», a Revista Pontos de Vista solicitou à Hipnoterapeuta que dedicasse uma mensagem a todas as nossas leitoras. O desafio foi aceite pela nossa entrevistada. “És tu que decides quanto vales. Não deixes que ninguém te diga o contrário!! Se sentes que não te estão a dar o valor suficiente no ciclo a que pertences, faz qualquer coisa sobre isso”, terminou, sorridente.06