“O empreendedorismo feminino é um movimento que faz parte da sociedade”

Coragem, força e fé foram os valores que impulsionaram Cristina Nunes no universo do empreendedorismo feminino. Gerente e Cabeleireira do Cabeleireiro Extrime há 17 anos, a mesma afirma ter abraçado o projeto acreditando sobretudo em si e nas suas capacidades.

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A Cristina Nunes é Gerente do Cabeleireiro Extrime há 17 anos. O que fez desta uma marca capaz de enfrentar e ultrapassar os desafios que se colocam ao empreendedorismo feminino?
O meu nome é Cristina Nunes tenho 53 anos e sou gerente e cabeleireira do cabeleireiro Extrime.
Começar do zero é difícil, como todos sabemos. Começar do zero, sendo mulher, mãe, esposa, dona de casa, entre outras coisas, é muito mais difícil, mas não há nada que não se consiga sem força, coragem e fé.
Hoje em dia o empreendedorismo feminino é um movimento que faz parte da sociedade a que pertencemos. Este forte que reúne negócios idealizados e comandados por uma mulher, é algo que parece ser relativamente novo, mas não o é, pois desde sempre estivemos diante de grandes mulheres a lutar pelos seus sonhos e a conseguirem. Antes era mais difícil, atualmente começam-se cada vez mais, a romper paradigmas tornando tudo mais fácil, felizmente. O apoio, a empatia, o incentivo e a ajuda prestada a mulheres empreendedoras, arrancam medos e promovem realizações de sonhos.
Eu assumi o EXTRIME, não como “meu”, mas sendo “eu” e sempre lutei por ele como se assim fosse. Arrebatada da coragem e força, abraçada por os que me rodeiam e conhecem as minhas capacidades e principalmente, acreditando muito em mim, nunca desisti até levantar o meu negócio e mantê-lo contra todos os desafios que me pudessem surgir.
Eu não só gerente ou proprietária do Extrime. Eu sou o Extrime e acredito que, sabendo intensamente isso, fez com que levasse este meu barco a navegar em segurança por estes 17 anos, contramarés tranquilas e tempestades fortes, mas sempre a navegar.

No que diz respeito à igualdade, ainda há batalhas que precisam de ser superadas. Na sua perspetiva, porque é que a luta pelas igualdades de género tem de continuar a ser feita nos tempos modernos em que vivemos?
É muito difícil ultrapassar séculos de história em que o papel da mulher era inferior e mais pequeno aos olhos do Mundo. Felizmente, de uma forma gradual, as mulheres têm conquistado o direito legítimo de ter as mesmas oportunidades e reconhecimento devido, a todos os níveis. Esta é uma maratona e não uma corrida. A luta pela igualdade de Género, é um movimento já reconhecido, envolto em empatia e correntes de força e empoderamento.
E é assim, um passo de cada vez, que se neutraliza aos poucos padrões históricos e estruturais que alimentam pensamentos e comportamentos injustos e negativos.
As mulheres não querem ser melhores ou superiores aos homens, ao contrário do que muita gente pensa. Esta maratona tem como fim conseguir que em todas e quaisquer circunstâncias tanto homens como mulheres sejam tratados igualmente, com os mesmos direitos e oportunidades sem discriminação, o que torna todo este tema, numa discussão sobre Direitos Humanos, até.
O meu contributo nesta “luta” será sempre tentar inspirar e motivar, as mulheres que estão à minha volta, a correrem atrás dos seus sonhos e a nunca desistirem.
Juntos, havemos de educar devidamente as sociedades futuras. Daí termos de começar agora, não baixar os braços, esclarecer os céticos e tornar isto em algo unanime.