“Queremos que todas as Mulheres tenham acesso aos nossos produtos, à nossa mensagem”

A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Miguel Coelho, Country Manager da Procare Health, uma marca com mais de uma década de existência e que tem como desiderato primordial proporcionar a todas as mulheres saúde e bem-estar. Falamos sobre a saúde feminina em Portugal, relacionando a mesma com a celebração do próximo dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, onde o nosso interlocutor assegurou que “gostaria que um dia possamos afirmar no mundo que a igualdade de género não é uma preocupação, mas um processo natural, tal como o vemos no interior da nossa organização”.

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A Procare Health está presente no mercado há 11 anos, com o propósito de proporcionar a todas as mulheres saúde e bem-estar e colmatar as necessidades identificadas na saúde feminina. Aquando da criação da marca, que necessidades precisavam de ser atendidas?
Em 2012, a Procare Health nasceu enquanto projeto biotecnológico focado na área de especialização dos seus criadores, a saúde da mulher. Com base numa longa experiência nas patologias específicas da mulher, o plano estratégico do laboratório foi o de investigar soluções terapêuticas de base natural ou síntese não química e isentas de hormonas, com indicações onde existiam lacunas terapêuticas ou espaço para oferecer mais eficácia e segurança. Em termos mais específicos, focámo-nos no tratamento de infeções genitais e acompanhamos as diversas fases da vida da mulher, como a decisão de engravidar ou a menopausa.

Várias são as áreas de investigação que a Procare Health destaca como sua prioridade e que estuda intensamente, nomeadamente o Vírus do Papiloma Humano (HPV). Em que medida, atualmente, a investigação e a inovação permitem controlar o percurso que este ou outro problema efetua no organismo da mulher?
As infeções associadas ao HPV foram alvo de um intenso estudo e experimentação, que conduziu ao desenvolvimento de um tratamento com indicação específica nestas situações. A infeção por HPV é das mais frequentes doenças de transmissão sexual, afetando uma elevada percentagem de mulheres sexualmente ativas. Trata-se de uma situação que normalmente não tem sintomas e que somente é detetada em exames ginecológicos. Assim, uma mulher pode ser portadora deste vírus sem o saber e muitas vezes só muito tarde tem conhecimento dessa situação, que pode culminar num cancro do colo do útero. Infelizmente ainda assistimos, em Portugal, a cerca de 300 mortes por ano devidas a este tipo de cancro. A boa notícia é que, se detetado a tempo, o HPV pode ser tratado de forma eficaz. Existem diversas formas de tratar as células afetadas pelo HPV, causando lesões no colo do útero. Os tratamentos utilizados são invasivos e apenas se recorre a eles em fases avançadas da doença. O lançamento deste produto pela Procare Health veio alterar o percurso que as doentes fazem para erradicar o vírus, uma vez que é indicado em fase precoces da infeção, impedindo o seu percurso. É com muito orgulho que afirmamos que estamos a ajudar a tratar mulheres em mais de 70 países.

Não nos esqueçamos ainda do papel que a prevenção tem no campo da saúde feminina. Sente que, atualmente, as mulheres estão suficientemente consciencializadas para a importância da prevenção? Que papel a Procare Health tem tido neste sentido?
A Procare Health investiga e desenvolve soluções terapêuticas. Mas, enquanto membro da sociedade em que se insere e agente da saúde, tem uma responsabilidade que vai muito para além do desenvolvimento de novos produtos; temos uma forte preocupação com a formação pós-graduada de profissionais de saúde, desenvolvendo diversos instrumentos e estando presentes nos eventos científicos mais importantes a nível nacional e internacional. Outra vertente da nossa comunicação é ao nível da literacia da saúde, focando-nos nas doentes, mas também nas mulheres. A prevenção é uma das fortes mensagens que disseminamos e existem diversas formas de o fazer, nomeadamente na promoção da adoção de hábitos de vida adequados à condição de mulher. Existe, contudo, uma mensagem que consideramos absolutamente essencial: a consulta de Ginecologia deve ser feita de forma rotineira e não quando existem problemas. Fazer uma consulta de Ginecologia regularmente pode evitar problemas de saúde graves. Temos em curso um programa da comunicação, que apelidamos de “Atreve-te a Cuidar(-te)”, traduzido do internacional “Dare to Care”, que é dirigida a profissionais de saúde, doentes e mulheres, nas suas diversas abordagens e que promove o conhecimento da fisiologia tão específica da mulher.

Mais do que cuidar da saúde feminina, na Procare Health as mulheres fazem parte ativa da vida da organização, mostrando existir indiferenciação de género. Olhando para o momento atual do mundo, quão importante é que a organização seja um exemplo claro de igualdade?
A questão do equilíbrio de género na Procare Health não existe! Procuramos para a nossa organização os melhores profissionais, as pessoas que consideramos melhor se adequarem ao nosso modelo de trabalho e que aportem mais valor ao projeto que é de todos nós. Bebemos da individualidade de cada colega e assim construímos um espaço onde é divertido trabalhar. Se quisermos falar de números no que diz respeito a igualdade de género, ainda que tal não seja relevante, direi que o Board da empresa é constituído 50/50 por homens e mulheres e a maioria dos colaboradores são mulheres. Em Portugal, 60% do nosso headcount é feminino. Mas, insisto, tal não é relevante para nós. Permito-me partilhar que temos um departamento que se chama “People & Human Resources”, que vê em todos nós as pessoas que somos e não o género, a cor da pele, a religião ou as nossas origens.

O dia 8 de março celebra o Dia Internacional da Mulher e pretende relembrar os direitos que as mulheres conquistaram até ao dia de hoje e o caminho para a igualdade. O que urge, na sua perspetiva, estabelecer, para que o papel da mulher na sociedade não seja menorizado e sim empoderado?
Gostaria que um dia possamos afirmar no mundo que a igualdade de género não é uma preocupação, mas um processo natural, tal como o vemos no interior da nossa organização.
Desde que este dia foi criado, no início do século passado, muito foi feito para que as mulheres vissem os seus direitos mais equiparados aos dos homens. Infelizmente, temos ainda um caminho a percorrer até alcançarmos essa equidade. Faz sentido olhar em redor e ver onde encontramos hoje mulheres. Temos líderes de organizações internacionais, como no mundo cinzento da Macro Economia; uma das mais importantes marcas europeias de automóveis é gerida por uma mulher com mais de 60 anos; no tecido empresarial encontramos cada vez mais mulheres na sua Gestão de Topo. E tudo isto acontece sem que estas mulheres tenham de abdicar da sua condição feminina, emprestando cor ao mundo escuro dos grandes decisores.
Por outro lado, continuamos a ser confrontados com referências a agressões, mesmo no seio familiar, perseguições nos empregos, situações de assédio, moral e de outros tipos. Continuamos a ver na televisão que em pleno século XXI, em algumas zonas do globo, são feitas verdadeiras atrocidades à condição de mulher, em nome de uma qualquer cultura ou religião e optamos por mudar de canal, procurando não ver o que é evidente. Temos que continuar a assinalar o 8 de Março, regozijando-nos por tudo o que já foi conquistado, mas devemos assinalar em todos os dias do ano a necessidade de acabar com o lado obscuro, ignóbil e cobarde de quem se sente superior pelo simples facto de ter nascido homem.

Para terminar, face aos desafios que hoje existem no que diz respeito à mulher, de que forma a Procare Health irá continuar a ser um parceiro sólido e responsável pelo seu bem-estar hoje e no futuro?
Iremos tão longe quanto possível. Ao olharmos para trás, em 2012 nasceu uma empresa, fruto da vontade e tenacidade de quem a iniciou. Sempre tivemos muito claros os nossos objetivos estratégicos: uma empresa biotecnológica, dedicada à Saúde e Bem-Estar da mulher, focada na globalização.
Queremos que todas as mulheres tenham acesso aos nossos produtos, à nossa mensagem. Queremos reforçar a nossa parceria com os agentes da saúde, que saibam o que fazemos e como fazemos.
É nossa ambição encontrar soluções para que a qualidade de vida das populações seja a melhor possível, em todas as fases da vida da mulher, e ser recompensados por isso.
Saber que uma mulher evitou um cancro do colo do útero ou do ovário é a nossa recompensa. Saber que uma mulher pretendia engravidar e viu nascer uma criança saudável é a nossa recompensa. Saber que uma mulher conduziu com sucesso uma importante reunião ou uma comunicação ao mundo sem ser afetada pelos sintomas da menopausa é a nossa recompensa.
Ver os profissionais de saúde recorrerem aos nossos produtos para tratar a doença e desse modo podermos continuar a investigar novas armas terapêuticas é a nossa recompensa. Olhar para os nossos colaboradores e ver-lhes tatuado um sorriso no rosto enquanto trabalham e regressarem a casa com a sensação do dever cumprido e reconhecido é também a nossa recompensa. Se tudo isto significa que continuaremos a ser um Parceiro sólido e responsável na sociedade, então direi que temos um futuro desafiante, mas promissor.