“Nenhum Ser Humano pode ver-lhe vedado o acesso à Saúde”

No âmbito do Dia Mundial da Saúde, celebrado anualmente no dia 7 de abril, cujo lema deste ano é “Saúde para Todos”, fomos ao encontro de Filomena Ciriaco, uma profissional com vasta experiência nas maiores empresas internacionais do setor, e da sua «voz» e opinião sobre a atualidade da saúde em Portugal.

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O Dia Mundial da Saúde, celebrado anualmente a 7 de abril, marca o aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948 e a cada ano concentra-se numa preocupação específica de saúde pública. Sabendo que a Filomena Ciriaco tem dado um forte contributo nesta área, gostaríamos de a conhecer melhor. Como se apresenta, enquanto profissional?
Sou uma profissional com largos anos de experiência nas maiores empresas internacionais de referência no setor. Assumi cargos de liderança ao longo dos anos, o que solidificou a paixão pela área e permitiu abranger um leque variado de conhecimentos, experiências e relações interpessoais e interinstitucionais.

Em 1948, países do mundo uniram-se e fundaram então a OMS, para promover a saúde, manter o mundo seguro e servir aos vulneráveis – para que todos, em todos os lugares, possam atingir o mais alto nível de saúde e bem-estar, e é precisamente por esse motivo que o lema deste ano é “Saúde para Todos”. Como observa esta «luta» atualmente? O que urge estabelecer?
O lema escolhido este ano pela OMS, “Saúde para todos”, é um lema que deveria ser um objetivo principal dos Governos Soberanos, porquanto a saúde e o bem-estar têm impreterivelmente de ser um direito adquirido do cidadão. Mas este lema é controverso pois para alguns países não passa de uma utopia.  Em bastantes países, primordialmente os situados nos continentes africano, asiático e americano (centro e sul), a população vive em situação de pobreza extrema, sem saneamento básico, água potável e com uma alta taxa de mortalidade infantil. Urge que a OMS e os países mais desenvolvidos encetem esforços conjuntamente e tracem planos de ajuda, com vista à assistência das entidades governamentais e não governamentais, para combater os déficits supra expostos, e tantos outros que assolam as populações visadas, como a fome, a desnutrição neo-infantil,  a mortalidade infantil. Nenhum ser Humano pode ver-lhe vedado o acesso à saúde com base em critérios socioeconómicos, ou geográficos, sendo premente um combate eficaz à falta de acesso adequado a um sistema de saúde, nomeadamente, nas faixas etárias mais baixas, onde a taxa de mortalidade inverte e é mais alta.

A Filomena Ciriaco é Principal Chief Officer da marca Adrenaline Group e fundadora da mesma. Com que objetivos foi criada esta empresa que atua no setor farmacêutico?
A Adrenaline foi criada com o objetivo de colmatar algumas lacunas, ao nível do tratamento em áreas muito especificas, tais como na área das Doenças Raras e na área respiratória, balizando, sempre, proporcionar uma melhor qualidade de vida aos doentes.

Certo é, fruto do estudo intensivo do mercado e do seu reconhecimento enquanto profissional, a Adrenaline Group começou desde logo a distinguir-se no mercado. Para melhor entender, que produtos a marca disponibiliza e de que forma, os mesmos, se diferenciam?
O nosso primeiro produto lançado no mercado português foi o FIADEK, é um alimento dietético especificamente formulado para responder às necessidades dos doentes de Fibrose Quística (FQ) e outras patologias relacionadas com a dificuldade de absorção das vitaminas e nutrientes lipossolúveis. Outro dos nossos produtos que fez a diferença durante a pandemia foi o AEROBIKA – Dispositivo médico (OPEP, que é utilizado para desobstrução das vias áreas na mobilização das secreções pulmonares, melhorando a respiração dos doentes. Este produto é muito utilizado nos programas de reabilitação respiratória. O outro produto, novo no nosso portefólio, é um investimento na área de saúde do consumidor, o RhinoFlow, que encabeça uma nova geração de lavagens nasais, direcionada para doentes com rinites, sinusites, constipações, gripes e Covid. Por fim, outra novidade no portefólio é o PKU GOLIKE, que aporta uma melhor adesão por parte do doente à terapêutica do tratamento de PKU, uma vez que, devido à sua formula patenteada “Physiomimic tecnology” esconde as características organoléticas (odor e sabor).

Em que medida, a Adrenaline Group tem conseguido impactar e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos? Que resultados emergiram da presença do Grupo em Portugal?
A Adrenaline Group tem tido um papel preponderante nas áreas de atuação dos produtos que apresenta no seu portfólio. Tem produtos a circular nos mais variados hospitais e unidades de saúde de norte a sul do país, bem como presta atendimento direto ao consumidor individual. Desta forma, garante que a resposta que oferece às patologias que se propõe combater, é uma resposta que abrange um vasto território a nível nacional, e um vasto número de doentes. A fidelização dos nossos clientes demonstra a qualidade dos produtos de que dispomos e, acima de tudo a excelência do serviço que prestamos. Prestamos a garantia de que a nossa rede de distribuição de produtos abrange todo o território continental, ilhas e, sempre que necessário, no estrangeiro.

Os desafios do mundo têm sido diários e a área da saúde tem sido profundamente afetada em vários sentidos. Neste sentido, de forma a Adrenaline Group tem feito dos desafios oportunidades e melhorado a sua atividade ao longo dos tempos?
Nós queremos fazer a diferença, e estamos conscientes de que é sobretudo nos momentos de crise que precisamos de nos desafiar, reinventar, tomar iniciativa, desenvolver estratégias e inovar. O mercado em que atuamos é bastante competitivo, e só se vence pela diferença. O nosso maior desafio é desenvolver um portefólio de produtos que dê cabal resposta a áreas especificas onde ainda existem necessidades. Por isso mesmo, a Adrenaline apostou no aumento do seu portefólio com dois produtos novos, um para área específica de doenças raras, como a Doença metabólica PKU que é o PKU GOLIKE e outro, o RhinoFlow, para a área de doenças como rinite, sinusite, covid, constipações e gripes.

Por fim, o que gostaria de ver alcançado/melhorado na área da saúde em Portugal? Que estratégia a Adrenaline Group irá adotar, para fazer face aos desafios, a médio e longo prazo?
Não olvidar que Portugal também atravessa um grande desafio inerente ao próprio contexto socioeconómico em que vivemos, pois existe uma gritante carência de profissionais de saúde, o que tem levado, entre outras consequências, ao fecho das urgências hospitalares e maternidades. Esta falta de recursos humanos deve-se, sobretudo, a uma deficiente oferta de condições contratuais, que alastra sobretudo o setor da contratação pública. Esta lacuna é nitidamente resultado da inação política.
Existe grande necessidade de valorizar o capital humano, investir na qualidade e na especialização, apostar mais na investigação e criar um sistema de valor, qualidade e satisfação com o aumento nas taxas de sucesso na prevenção de doenças, assim como na melhoria da qualidade vida e bem-estar do doente. É preciso investir mais em cuidados continuados e em cuidados ao domicílio, pois temos uma população envelhecida e um vasto número de doentes crónicos.
A ambição do Grupo é alcançar uma posição competitiva na área das Doenças Raras, em todas as faixas etárias, adicionando uma forte componente na área da saúde do consumidor com uma unidade de produtos de venda livre, desenvolvendo um trabalho conjunto com os profissionais de saúde, de forma a que os nossos produtos cheguem a todos aqueles que deles necessitam, sem exceção.